MILTON CORRÊA Ed. 1214

BRASIL REGISTRA CERCA DE 70 MILHÕES DE PESSOAS SEM ENSINO MÉDIO COMPLETO
No Brasil, nem metade da população adulta alcança o Ensino Médio. Apenas 58,5% dos jovens concluem a Educação Básica até os 19 anos de idade; e a maioria dos que conseguem concluir sai despreparada para o mercado de trabalho. A reportagem é da Agência do Rádio, assinada por Camila Costa. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua 2016-2017, elaborada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que o País abriga cerca de 70 milhões de pessoas com mais de 18 anos sem o Ensino Médio completo. Segundo o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi. a oferta de ensino médio articulado com a educação profissional no Brasil permitiria o desenvolvimento de competências pertinentes ao mundo do trabalho; além de criar mais interesse pelos alunos ao ensino. “Em certa medida, a reforma do Ensino Médio é positiva nessa direção. Estabelece deveres positivos e, como somos uma democracia, e uma democracia inclusiva, e é importante o alcance integral do entendimento dessa palavra, temos no Brasil grande contingente da população adulta brasileira com baixa escolaridade, e tem que se dar atenção a esse contingente até porque é o contingente, sociologicamente falando, mais fragilizado”. Em 2017, 811 mil pessoas recorreram à Educação de Jovens e Adultos (EJA) para finalizar o processo de escolarização. A proposta da indústria é avançar para um formato capaz de reter os alunos até sua formação básica integral e ampliar as opções de formação técnica e profissional. A especialista em gestão escolar Juliana Diniz, lembra que os tempos mudaram e a educação precisa ser transformada para um novo modelo mais dinâmico e tecnológico. “Vivemos um momento contemporâneo marcado por um dinamismo, uma volatilidade, um processo de mudança muito rápido, não só tecnologia, mas especialmente, onde a educação acaba não acompanhando na mesma velocidade. Quem é o sujeito que estamos formando na Educação Básica? Quando você pensa que esse sujeito, século 21, com todas essas características, sujeito curioso, crítico, com elevadíssimo número de informações, um nativo digital, que busca engajamento, e esse indivíduo está em qual contexto?”. A taxa de frequência escolar ao Ensino Médio das pessoas de 15 a 17 anos de idade foi de 73,5% entre as mulheres e 63,5%, entre os homens, segundo a Pnad. A Meta 3 do Plano Nacional de Educação estabelece que a taxa de frequência escolar líquida ao ensino médio seja de 85% até o final da vigência do Plano, em 2024.

MAIOR PARTE DOS ALUNOS QUE CONCLUÍRAM O ENSINO MÉDIO NÃO SABE O BÁSICO DE MATEMÁTICA E PORTUGUÊS
Dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgados pelo Ministério da Educação (MEC), indicam que aproximadamente 70% dos alunos que concluíram o Ensino Médio no Brasil apresentaram resultados considerados insuficientes em matemática e em português. A reportagem é da Agência do Rádio, assinada por Cintia Moreira. No que se refere à matemática, a maior parte dos estudantes do país não é capaz de resolver problemas utilizando soma, subtração, multiplicação e divisão, por exemplo. Em português, a maioria dos alunos deixa a escola sem conseguir reconhecer o tema de uma crônica ou identificar a informação principal em uma reportagem. De acordo com o ministro da Educação, Rossieli Soares, é preciso tomar algumas medidas para reverter este quadro. “A gente precisa melhorar a formação inicial que a gente faz para os nossos professores. A gente precisa melhorar as condições, a gente precisa priorizar especialmente determinadas regiões. Você não pode comparar aquele professor que está em uma área isolada, que não tem internet, não tem as condições ideais… Ele está fazendo um esforço muito grande para a melhoria da educação daquelas crianças. Nós precisamos apoiar mais os professores e especialmente colocar no centro de tudo isso: o aluno”. Neste ano, a avaliação foi oferecida a todos os estudantes das escolas públicas e não apenas a um grupo de escolas, como era feito até então. Cerca de 70% dos estudantes participaram das provas. Já nas escolas particulares, a avaliação seguiu sendo feita de forma amostral, sem que os resultados fossem incluídos nas divulgações.

ATINGIR METAS DO PNE É IMPORTANTE PARA REDUZIR EVASÃO ESCOLAR
A taxa de abandono escolar no primeiro ano do Ensino Médio alcançou 8,6% dos alunos e a taxa de reprovação ficou em 17,3%, segundo a última edição da Avaliação Nacional de Alfabetização. A reportagem é da Agência do Rádio, assinada por Camila Costa. Os dados revelam que cerca de 25% dos alunos desistem da escola ou são reprovados logo no início do ciclo do Ensino Médio. Essa situação aparece refletida na trajetória de evolução do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) e revelam lacunas de aprendizado herdadas do Ensino Fundamental. Proposta encaminhada pela Confederação Nacional da Indústria, a CNI, aos presidenciáveis, traz a importância de se debruçar sobre o problema; e como sugestão para isso, correr atrás das metas estipuladas pelo Plano Nacional de Educação (PNE). Segundo o diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), Rafael Lucchesi, a educação de jovens e adultos associada a uma educação profissionalizante teria um papel emancipador e transformador na vida dessas pessoas. “Certamente esse é um ponto de atenção, temos que mudar a forma de como nós fazemos a educação de jovens e adultos, temos aqui um grau de concluintes, uma taxa de conclusão muito baixa, é menos de 10% dos matriculados, contingente de matrícula tem caído nos últimos 10 anos. Em 2017, apenas 3,6 milhões desse contingente imenso de 77 milhões de brasileiros buscou ou conseguiu efetivar a matrícula na educação de jovens e adultos, então certamente precisamos melhorar muito”. O PNE tem 20 metas, entre elas triplicar as matrículas da Educação Profissional Técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% da expansão no segmento público; e oferecer, no mínimo, 25% (vinte e cinco por cento) das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional
DESEMPREGO NO PARÁ CHEGA A CERCA DE 24% ENTRE JOVENS DE 18 A 24 ANOS
Quase 24 por cento dos jovens, entre 18 e 24 anos, estão desempregados no Pará, de acordo com dados do IBGE. E um dos motivos apontados por especialistas que levam o estado a registrar números negativos pode ser a qualidade do Ensino Básico regular oferecido nas salas de aula. (Agência do Rádio. Com a colaboração de Cristiano Carlos, reportagem, Sara Rodrigues. Nas escolas, os estudantes paraenses alcançaram, em média, nota três, no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica, o IDEB, que considera a nota quatro como média mínima ideal. A falta de conhecimentos básicos em matemática, português, ciências e tecnologias, por exemplo, prejudica o jovem quando ele passa a buscar emprego no mercado de trabalho, como lembra a especialista em Administração da Universidade de Brasília (UnB), Débora Barem. “Nós temos alguns problemas na educação de base de uma forma geral, não temos incentivos para que as crianças consigam digerir a matéria, o que é ciência, entender que não são coisas fora de nós”. O carro-chefe da indústria paraense é o setor de extração de minerais metálicos, responsável por quase 35 por cento das riquezas industriais produzidas no estado. De acordo com pesquisa publicada pela Fundação Dom Cabral, em 2016, 40 por cento das empresas têm dificuldades para encontrar profissionais aptos a preencher vagas técnicas. O problema é a falta de qualificação dos trabalhadores. O Diretor-Geral do SENAI, Rafael Lucchesi, ressalta que o ensino técnico profissional é o caminho mais curto para o jovem conseguir emprego. “Precisamos fazer um grande esforço se queremos ajudar a agenda de inclusão social para o jovem brasileiro melhorar a produtividade do trabalho, para melhorar a possibilidade dos jovens se inserirem no mercado de trabalho”. O trabalhador que conclui sua formação em cursos técnicos profissionais pode ter salário até 20 por cento maior, em comparação aos estudantes formandos da educação regular tradicional. O dado é de pesquisa PUC-Rio.

DEMANDA POR CRÉDITO DA MICRO E PEQUENA EMPRESA CRESCE 3,4 PONTOS EM JULHO, MAS AINDA É BAIXA, APONTAM CNDL/SPC BRASIL
Entre os empresários ouvidos, 73% descartam a possibilidade de contratar crédito nos próximos três meses. Quase metade não pretende investir em seus negócios até o fim do ano. Após um período de retração, o mercado começa a dar sinais de retomada das concessões de crédito. Cenário que vem resultando no aumento da demanda das micro e pequenas empresas do varejo e serviços (MPEs). Dados apurados pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que, entre junho e julho, o indicador que mede a intenção de contratar crédito registrou alta de 3,4 pontos. Em uma escala de zero a 100, o resultado de junho foi de 22,8 pontos, o valor máximo desde o início da série histórica. Já na comparação com os meses de julho dos anos anteriores, houve um aumento no apetite por crédito. Em julho de 2017, o índice estava em 11,3 pontos, ao passo que no mesmo período de 2016 ficou em 10,8 pontos. Pela metodologia, quanto mais próximo de 100, maior é a probabilidade de os empresários procurarem crédito e quanto mais próximo de zero, menos propensos eles estão para tomar recursos emprestados. Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a recuperação gradual da economia já resulta em um quadro mais positivo. “A partir do momento em que observarmos maiores quedas reais dos juros, haverá um estímulo maior para a contratação de crédito nas empresas. Hoje, a confiança na retomada ainda é tímida, no entanto enxergamos nos setores do comércio e serviços vendas melhores”, afirma o presidente.

73% NÃO PLANEJAM CONTRATAR CRÉDITO NOS PRÓXIMOS MESES; 53% ACREDITAM QUE MANTERÃO NEGÓCIO COM RECURSOS PRÓPRIOS
Em termos percentuais, 14% dos micro e pequenos empresários consideram a possibilidade de contratar crédito pelos próximos três meses. Entre esses, 37% pretendem usar para capital de giro, 22% buscam recurso externo para pagar dívidas, 20% para reformar empresa e 18% para comprar equipamentos e maquinário. No entanto, 73% descartam a possibilidade de contratar crédito no terceiro trimestre, sobretudo por acreditarem que conseguirão manter o negócio com recursos próprios (53%) e porque consideram as taxas de juros muito altas (30%). Além desses, 25% disseram estar inseguros com as condições econômicas do país. Entre os empresários que pretendem tomar crédito nos próximos meses, 42% planejam contrair empréstimo, 17% buscam financiamentos e 10% querem contratar cartão de crédito empresarial. Em média, o valor a ser emprestado será de 35,887 mil reais. “Quando o ambiente de negócios estiver mais estável e com melhores perspectiva de consumo, enxergaremos um maior crescimento da demanda por crédito e investimento dos micro e pequenos empresários”, observa o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.

QUASE METADE DOS ENTREVISTADOS NÃO PRETENDE INVESTIR EM SEUS NEGÓCIOS; CAUTELA COM ECONOMIA É PRINCIPAL MOTIVO
Outro indicador mensurado pela CNDL e pelo SPC Brasil é o de Propensão a Investir. Em julho, o índice marcou 40,9 pontos. O setor de serviços apresentou maior interesse em investir (42,0 pontos) do que o varejista (39,9 pontos). Na comparação anual, isto é, com julho de 2017, o indicador avançou 13,2 pontos. Pela metodologia, quanto mais próximo de 100 pontos, maior o apetite do MPE para investir nos próximos três meses; quanto mais distante, menor o apetite. De acordo com o levantamento, a intenção de investir avançou na passagem do ano, mas tem se mantido praticamente estável nos últimos meses, como reflexo das incertezas eleitorais. Quase metade (49%) afirmou que não pretende aplicar recursos para promover melhorias em seus negócios nos próximos 3 meses. A principal razão é o fato do país não ter se recuperado da crise até o momento (37%), enquanto 35% afirmaram não ver necessidade. Além desses, 20% disseram ter realizado investimentos recentemente e aguardam retorno dos recursos aplicados. Por outro lado, 34% dos empresários sinalizaram que pretendem investir no próximo trimestre, principalmente para aumentar as vendas (60%) e atender ao crescimento da demanda (22%). Entre os investimentos prioritários, destacam-se a compra de equipamentos e maquinários (25%), ampliação do estoque (24%), mídia e propaganda (23%) e reforma da empresa (23%).

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