Alunos de escola em Santarém criaram grupo no whatsapp para discriminar professor deficiente; nesta quarta (10), no Programa Fátima Bernardes ele conta como enfrentou a situação

“Para nós ele é um exemplo e um espelho para toda a sociedade”, assim Claudionor Araújo, presidente da Associação dos Deficientes Físicos de Santarém (Adefis), fala sobre o professor Érlison Albuquerque, de 38 anos, que foi vítima de preconceito e discriminação dos próprios alunos, em uma escola da rede ensino municipal de Santarém.

Claudionor Araújo, presidente da Adefis.

Segundo o presidente da Adefis, os estudantes criaram grupo de whatsapp para trocarem mensagens preconceituosas sobre a deficiência do professor concursado de matemática, que atua há 10 anos.

“O que deixou ele mais chateado foi porque chegaram a criar um grupo de whatsapp somente para fazer chacota de uma turma para outra. No momento em que a turma estava fazendo piada, eles trocavam mensagem com outra turma da mesma escola, isso chegou a participação de quatro turma. Ele procurou a direção da escola, que deu total o apoio para ele, sendo que ele conseguiu provas. Chamaram os pais, que apoiaram o professor, ao ver a situação de cada, e perceberam que o fato, deve ser combatido no meio da nossa sociedade”, contou Araújo.

Luta contra o preconceito: Natural do município de Itaituba, Érlison Albuquerque, nasceu sem as duas mãos. Porém, a deficiência nunca o limitou. Com dedicação e perseverança superou os obstáculos, alcançou o sonho de ser professor.

Apesar de o fato com os alunos não ter sido a primeira ação discriminatória que ele enfrentou, resolveu trazer à tona para a sociedade, a problemática, e assim buscar despertar uma reflexão quanto a indiferença com que tratamos o tema.

Após repercussão do caso nas redes sociais e na imprensa, a história chegou à Central Globo de Produção, que convidou Érlison, para participar do Programa Encontro com Fátima Bernardes, nesta quarta-feira (10).

“Isso é bom, pois trará uma reflexão quanto a esse tipo de comportamento, de pessoas que olham o portador de deficiência com preconceito. No caso do professor, ele nasceu com a deficiência, e merece todo o respeito, inclusive tem nossa admiração, por ele ser um grande professor, atuando na área da educação, na disciplina de matemática”, expõe Claudionor Araújo.

O professor vítima de preconceito recebeu apoio da Adefis, que esteve presente na escola, onde participou de reuniões com os pais dos alunos, visando promover uma maior conscientização frente ao ocorrido.

Reportagem de Edmundo Baía Júnior

RG 15 / O Impacto

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *