Vereador denuncia prefeito de Itaituba por contrato de quase meio milhão de reais

A Prefeitura de Itaituba fechou um contrato com a empresa M. M. Correa Comercio & Serviços de Flores, para plantio, aquisição e serviço de  arborização e jardinagem. Entre os itens, a plantação de palmeiras imperiais ao longo da Rodovia Transamazônica. O problema apontado pelos moradores, é que as palmeiras oriundas do contrato de R$ 391.500,00, plantadas recentemente, estão morrendo nos canteiros onde foram plantadas. Os denunciantes dizem que não foi realizado o preparo do solo para receber o plantio, tão pouco foram realizados serviços necessários para que as árvores tivessem condições de sobreviver. O contrato tem vigência de 10 de maio de 2019 até 10 de maio de 2020, sendo que o documento mostra que a empresa teve até 10 dias para apresentar as árvores e em caso delas demonstrarem “péssimas condições”, deveriam ser trocadas em até 10 dias.  Segundo o contrato que O Impacto teve acesso, uma muda de palmeira imperial, com no mínimo 6 metros de altura, está orçada em R$ 340,00.  A demanda seria de 450 unidades, totalizando 153 mil reais, apenas para compra das palmeiras. Já a muda de Palmeira Bismark, com pelo menos 3,5 metros está orçada R$ 390,00 e foram adquiridas 250, chegando ao valor total de R$ 97.500 mil. Outros 87 mil foram apenas para a compra 300 unidades das palmeiras Veitchia e Laca – 150 unidades de cada ao valor de R$ 290, totalizando R$ 43.500 de cada espécie. Árvores de Ipê também constam no contrato, sendo que o Ipê da Cor Amarela custaria R$ 60 e seriam adquiridos um total de 600, chegando ao total de R$ 36 mil. Já o Ipê da Cor Rosa também custa R$ 60, mas seriam adquiridas “apenas” 300 unidades, gastando assim mais R$ 18 mil. Em suas redes sociais, o vereador de Itaituba David Salomão (PTC) mostrou indignação com tal contrato, afirmando que isto se configura como desperdício de dinheiro público. Em entrevista ao Jornal Impacto, o vereador confirmou que inicialmente o prefeito fez um teste com apenas uma árvore, que acabou morrendo, mas mesmo vendo o resultado, continuou com a ideia da plantação ao longo da Transamazônica. “Antes de começar a obra, o prefeito plantou uma palmeira em uma rotatória que a gente tinha por aqui, mas observamos que não houve nenhum tipo de preparo. Em uma rodovia que se tem um material podre e barro em cima de barro, não tem como um local assim ter recursos necessário para uma árvore assim conseguir se manter. Então para fazer esse tipo de coisa, é necessário toda uma preparação do terreno, o que não houve. O que aconteceu foi o que previmos, a palmeira foi colocada e não demorou muito para ela morrer e ele (prefeito) ter de retirá-la. Quando ele começou essa divisão – que eu não chamo de jeito nenhum de duplicação – da Trânsamazônica, o prefeito iniciou o plantio dessas palmeiras em todo o percurso que ele está mexendo. Elas estão morrendo gradativamente e nós (vereadores) sempre o questionando, ainda mais agora que tivemos acesso ao contrato que é de quase meio milhão de reais”, relata o vereador David Salomão. De acordo com o vereador, o contrato e todo que o envolve é um retrato do desperdício do dinheiro público, que poderia ter sido investido em outras áreas carentes do município. O parlamentar esta montando uma representação para encaminhar ao Ministério Público. “Aqui no nosso município, infelizmente, falta remédio nos postos de saúde, temos muitas dificuldades na área da educação e não podemos desperdiçar esse recurso público, tem que ser aplicado com eficiência. Eu, particularmente, estou elaborando uma representação para encaminhar ao Ministério Público e também ao Tribunal de Contas do Município, para que sejam tomadas as medidas necessárias para apurar esse desperdício de dinheiro público e crime ambiental – na minha avaliação”.