Guerra de Informações na Ufopa vai de corte de energia a possível encerramento de atividades

Correu nesta semana a notícia de que a Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) teria a energia da Unidade Amazônia cortada pela Celpa por falta de pagamento. Isso tudo porque a instituição parece não ter mais verbas para se manter, tendo em vista que 48% do orçamento dela foi cortado pelo Ministério da Educação. A instituição nega o fato, afirmando que a foto de funcionários da Celpa conversando com funcionários da Ufopa seriam na verdade para a mudança na rede elétrica para separar o anexo (antigamente alugado pela instituição e agora devolvido) da unidade consumidora do Campus Amazônia.

BLOQUEIO DE VERBAS E POSSÍVEL FECHAMENTO, SEGUNDO DCE: Varias versões sobre o caso correm pelos corredores da Instituição, pois de um lado muitos afirmam que os cortes feitos pelo Ministério da Educação colocam a Ufopa no caminho do fechamento. Do outro lado, a reitoria confirma os cortes de verbas, mas diz que não existe a menor possibilidade da instituição parar de funcionar.

Nesta semana, rumores davam conta que instituição estaria prestes a fechar, tendo em vista que não possui verbas suficientes para manter as três Unidades em Santarém.  Ao todo, foram bloqueados R$ 21 milhões de crédito no orçamento Ufopa para 2019. Este contingenciamento corresponde a 65% dos recursos para obras e 38% dos recursos para o funcionamento acadêmico e administrativo da Universidade. Segundo o Diretório Central dos Estudantes (DCE) da Ufopa, a instituição não tem verbas necessárias para se manter até o fim do ano.

“Na assembleia Tripartite do dia 2 de setembro tivemos o real conhecimento da situação da nossa universidade. Ao ser questionado por uma estudante, o pró-reitor de planejamento divulgou os dados orçamentários da Ufopa, e a triste notícia de que só tínhamos recursos para fechar agosto, para o mês de setembro precisaríamos de 1,7 milhão, e só temos 1,2 milhão. Nossa universidade caminha para o fechamento de suas portas, devido aos ataques brutais feitos pelo governo Bolsonaro e seu ministro Weintraub, a Ufopa teve 48% do seu recurso cortado. Ainda mais lamentável é a postura da reitoria de somente agora ter divulgado esses dados, e de ainda não ter tido um posicionamento firme frente a todos esses cortes”, afirma o DCE em comunicado.

REPERCUSSÃO ENTRE ESTUDANTES: Os cortes de verbas dentro da Instituição e a notícia de que a mesma não tem tantos recursos para se manter caíram como uma bomba entre estudantes, mas também não chegam a ser surpreendentes. Muitos alegam que tiveram bolsas de auxilio reduzidos drasticamente, e em casos até mesmo cortados.

“Desde que a reitoria assumiu, mostrou um plano de governo para que possa reduzir gastos para sanar outras coisas. Nós que somos estudantes que entraram por um processo seletivo especial, indígenas e quilombolas, fomos afetados diretamente com isso, porque nossas bolsas de R$ 510 estão sendo reduzidas para R$ 100, sendo isso era para custear aluguel, transporte, alimentação e materiais didáticos. Esses cortes estão afetando diretamente a gente”, relata a estudante quilombola, que preferiu não ser identificada.

NOTA UFOPA: As aulas da nossa universidade continuarão, assim como os serviços essenciais para seu funcionamento, mesmo diante dos cortes orçamentários impostos pelo Governo Federal. Em nota emitida em maio a Gestão Superior da Ufopa divulgou que, devido às restrições orçamentárias que nos foram impostas, não seria possível honrar rigorosamente em dia o pagamento de todos os nossos contratos a partir de julho.

Desde então, as equipes da Pró-Reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional (Proplan), da Pró-Reitoria de Administração (Proad) e da Superintendência de Infraestrutura (Sinfra) intensificaram o trabalho, iniciado em 2018, de otimização e, até mesmo, de redução dos contratos vigentes, principalmente os de aluguéis, assim como toda a comunidade acadêmica se engajou em reduzir despesas, como a de energia elétrica.

Apesar dos enormes impactos negativos, o resultado desse esforço coletivo foi o cumprimento dos cronogramas das obras em andamento e o lançamento de todos os editais planejados de bolsas e de assistência estudantil.

Uma vez que já se estão esgotando os recursos disponíveis, será necessária a centralização dos recursos ainda não utilizados pelas unidades acadêmicas e administrativas, o que significa que as atividades programadas deverão aguardar o desbloqueio do orçamento nos próximos meses, conforme sinalizado pelo Ministério da Educação (MEC) em reunião na Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições de Ensino Superior (Andifes), da qual fazemos parte. Isto trará prejuízo às várias de nossas ações acadêmicas, executadas por nossos institutos e campi.

Além desta grave situação, a divulgação de notícias falsas não contribui para a solução e não honra os esforços de nossos professores e técnicos, que buscam minimizar os impactos destas restrições orçamentárias. Nossa postura político-administrativa tem sido responsável, de interlocução com o MEC, de modo crítico-propositivo, pelos canais institucionais, recebendo a garantia de que nossos principais investimentos nos alunos e nas obras de infraestrutura não serão paralisados. Acreditamos que todos nós faremos o melhor possível, atingindo nossos objetivos institucionais, mesmo em um panorama tão desfavorável. E vamos continuar lutando!

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