Artigo – A (in)dependência (financeira) do Brasil

Como disse Henry Ford, fundador da Ford Motor, “é bom que o povo não entenda o sistema bancário e monetário, por que se entendesse, haveria uma revolução antes de amanhã. Tentando entender este sistema, se pode ter uma idéia de como o Brasil caiu na armadilha da dependência financeira do sistema bancário internacional.

Em termos de conceito, dívida externa são todos os empréstimos realizados pelo país, pelos governos (federal, estadual e municipal) e pelo setor privado. Nossa dívida nasceu diferente deste conceito. Foi na época de nossa independência. Em uma jogada de Rei (português) foi transferida a dívida portuguesa (aos bancos ingleses) para o recém nascido Brasil. Mas nossa dívida foi pequena até uma reviravolta nos anos 60, o golpe militar.

A ocorrência do “milagre econômico”, dos anos 70, também foi conhecida como a dívida da ditadura que a incrementou de 12 para 100 bilhões de dólares. O pior ainda estava por vir. Nos anos 80 houve um aumento ilegal das taxas de juros, além de uma estatização de dívidas privadas (inclusive de multinacionais dentro do Brasil). Foi ai que o Brasil recorreu ao FMI, que se tornou um tipo de governante paralelo.

O então presidente José Sarney, em 1987, anunciou, em rede nacional, a moratória da dívida externa brasileira. O governo era responsável por 85% da dívida externa, ou seja, o perfil da dívida era tal que os credores haviam emprestado majoritariamente ao governo brasileiro (e não ao setor privado). As dívidas alcançaram US$ 121,2 bilhões.

O Brasil só retornou os pagamentos aos credores e restaurou parte de sua credibilidade internacional em 1994. A dívida já era de US$ 148,3 bilhões. O Brasil teve que recorrer mais uma vez ao FMI em 1999 e sua dívida aumentou para US$ 241,6 bilhões. Foi o desastre do governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso. Neste governo, o PROES transformou passivo de bancos privados em dívida pública.

Em 2003, com a economia em ascensão, melhor gestão e ajudado pelo cenário internacional, nosso país acumula reservas em dólar e paga suas dívidas com o FMI, em 2005. O país passou a possuir mais dinheiro em reservas que o montante tomado em empréstimo. A dívida caiu de US$ 169,5 bilhões.

Depois da crise internacional de 2008, as taxas ficaram baixas para aquecer a economia mundial. Por isso, uma nova onda de empréstimos aconteceu. A dívida cresceu para US$ 284,1 bilhões, mas o Brasil continua credor (possuía US$ 340 bilhões em reservas internacionais). A queda do valor da dívida 76% para 60% do PIB, na primeira década deste século, criou uma percepção ao sistema financeiro que isso poderia mudar e ganhar com isso.

Para mudar precisou haver mudança de governo, concretizada em 2016. A meta do país passou a ser de superávit para pagamento do juros da dívida, hoje em 555 bilhões de dólares (superando nossas reservas). Isso tira o recurso para o desenvolvimento social e econômico do país.

O foco no superávit gera subtração de ativos pelo capital estrangeiro (privatizações), diminuição de recursos que beneficiariam a população (saúde, educação e previdência), maior tributo para trabalhadores, perda de direitos (previdência e direitos trabalhistas), tudo em nome da economia dos recursos do estado para garantia do pagamento dos juros da dívida. Podemos mesmo comemorar o 7 de setembro como independência da “pátria amada Brasil”?

RG 15 / O Impacto

3 comentários em “Artigo – A (in)dependência (financeira) do Brasil

  • 11 de setembro de 2019 em 17:00
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    A beleza da democracia é que as pessoas podem vir a público e apresentar suas opiniões e visão de mundo. Este artigo nada mais é do que isso. Trata-se de uma formatação, bem montada, é verdade, de fatos e números, com algumas pitadas de opiniões e alguns “achismos” sem embasamento … Para um incauto é possível até cair na conversa. O autor falha na divulgação de alguns fatos, muito comum na imprensa na atualidade, onde os fatos não passam de ferramentas que podem ser torcidas e distorcidas para se adequar à narrativa. Faltou o autor comentar que o pagamento da dívida externa foi uma das maiores falácias do governo de então. Pagou-se empréstimos externos, a taxas baixas, tomando-se empréstimos internos a taxas muito maiores. Nunca os bancos nacionais ganharam tanto … E, graças, ao descontrole dos gastos públicos, foram aumentando cada vez mais, perdendo-se todo o ciclo virtuoso do boom de comodities do período que viabilizou a enxurrada de moeda estrangeira no país. Outro fato que o autor transgrediu foi ao afirmar que a meta do país passou a ser de superávit para pagamento do juros da dívida a partir de 2016. Isso está errado. Trata-se de uma das bases do tripé econômico estabelecido ainda na época de FHC. Qualquer dona de casa sabe que enquanto estiver com dívidas pagando juros, ela vai subtrair estes recursos do sustento diário. Portanto, deve-se resolver estas dívidas, em vez de aumentá-las, que é o que o governo vinha fazendo no orçamento público até recentemente.

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  • 10 de setembro de 2019 em 17:14
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    Que artigo tendencioso, babaca e sem fundamento, vá falar besteiras em outro espaço. Assim vai acabar com a credibilidade de O Impacto.

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  • 9 de setembro de 2019 em 18:37
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    DEPOIS DO RETUMBANTE FRACASSO ECONÔMICO, POLÍTICO E SOCIAL DO MARXISMO, AINDA APARECEM ENTENDIDOS, COM VIÉS COMUNISTA, DANDO PITACO SOBRE A SITUAÇÃO ECONÔMICA DO BRASIL, PONDO EM DÚVIDA A COMEMORAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE 7 DE SETEMBRO ! TEMOS TRÊS DATAS A COMEMORAR: 7 SET 1822, 31 MAR 1964 E 1º JAN 2016, QUANDO O GOVERNO DO BOLSONARO ASSUMIU DETERMINADO A REORGANIZAR A ECONOMIA, CONSERTAR OS ALEIJÕES SOCIAIS E EDUCACIONAIS IMPLEMENTADOS PELOS GOVERNOS PTISTAS, APLICANDO A JUSTIÇA NOS LADRÕES VERMELHOS, QUE SURRUPIARAM AS ESTATAIS EM BILHÕES, ENQUANTO DISTRAIAM E ANESTESIAVAM OS MAIS HUMILDES MEDIANTE BOLSAS, NUMA DESCARADA COMPRA DE VOTOS ! EM 64 TUDO ESTAVA POR SE FAZER NO PAÍS: ESTRADAS, UNIVERSIDADES, HIDRELÉTRICAS, HOSPITAIS, ESCOLAS PÚBLICAS, CENTROS DE PESQUISA CIENTÍFICAS,ETC,ETC,ETC, FOI QUANDO O GOVERNO RECORREU AOS FINANCIAMENTOS INTERNACIONAIS, À ÉPOCA COM GRANA SOBRANDO NO MERCADO INTERNACIONAL A JUROS MUITO BAIXOS. A GRANA FOI APLICADA, SEM AS ROUBALHEIRAS QUE VIRIAM CARIMBAR OS GOVERNOS SOCIALISTAS DO PT 40 ANOS DEPOIS ! À ÉPOCA O COMUNISTA FIDEL APLICAVA A METODOLOGIA ECONÔMICA MARXISTA EM CUBA, QUE DESPENCOU DE 4º LUGAR NA ECONOMIA DA AMÉRICA LATINA PARA O 28º, SUPERANDO APENAS O HAITI …E O BRASIL SALTOU DE 48º PARA O 8º LUGAR! ARTICULISTA, NÃO VENHA EXALTAR O COMUNISMO COMO ALTERNATIVA SALVADORA A QUALQUER PAIS; SEU FRACASSO FOI MUNDIAL, SALVANDO-SE POR UM TRIZ A CHINA, QUE ADOTOU A ECONOMIA DE MERCADO, MAS SEM OS CHEFÕES COMUNISTAS LARGAREM SUAS MORDOMIAS, MUITO MENOS AVENTAR IMPLEMENTAR A DEMOCRACIA !

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