Artigo – EUA encaram a mais assustadora bolha de dívida corporativa da história

 

Por Oswaldo Bezerra

A inquietação dos economistas norte-americanos vai bem além da guerra comercial contra a China. Há algo que os incomoda e que deixa o mundo todo de sobre-aviso. Qual é esta grande preocupação? O que determina que esta preocupação está prestes a se tornar realidade? Como governos e corporações pretendem reagir? O que determinou este estado das coisas?

Graças as baixas taxas de juros, dos últimos anos, as corporações norte-americanas promoveram a farra do acúmulo de dívidas. Hoje o maior desafio destas corporações estadunidenses é lutar para equilibrar suas contas em face dos colossais encargos das dívidas. Parece que um desastre econômico se aproxima, pelo visto ainda não há uma solução.

As empresas norte-americanas, listadas nas bolsas de valores de lá, acumulam uma dívida de 10 trilhões de dólares. Foi uma década de taxas de juros, historicamente, baixas que permitiu vendas recorde de títulos a investidores. Assim a dívida corporativa chegou a US$ 10 trilhões, ou 47% do PIB norte-americano.

As instituições financeiras (FED, FMI, BlackRock e American Funds) em conjunto ligaram o alarme sobre as obrigações corporativas. Nunca se observou uma dívida corporativa desta magnitude. Desde 2008, ano da grande recessão americana, as dívidas aumentaram 52%.

Pior ainda, segundo a FORBES, este valor pode ser ainda maior. A cifra de 10 trilhões de dólares é o número mais conservador do mercado. Porque se for adicionado todas as outras formas de dívida corporativa, o total geral pode subir em 5,5 trilhões de dólares (contando empresas menores). A dívida corporativa total dos EUA sendo de US$ 15,5 trilhões, representa 74% do PIB dos EUA.

Um analista, recentemente, afirmou que toda essa dívida é uma bomba. “Estamos sentados em cima de uma bomba e não sabemos o que desencadeará a explosão”, disse Emre Tiftik, especialista em dívidas do Institute of International Finance, uma associação do setor. A onda de inadimplência será diferente de tudo o que jamais vimos.

Estudei no setor de economia da Universidade da Pensilvânia. E foi de lá que veio o alerta pela Doutora Krista Schwarz, professora de finanças, do que tudo isso representa para os EUA. Ela disse que “Isso (a super dívida) fará tudo acontecer mais rápido, maior e pior. A recessão será muito mais profunda.

Além da crise da dívida corporativa, nos EUA os consumidores têm dívidas de 14 trilhões de dólares, os níveis de dívida dos governos estaduais e locais atingem recordes e os EUA têm uma dívida de 23 trilhões de dólares. Só nos últimos 12 meses a dívida norte-americana subiu 1,3 trilhões de dólares. Os americanos estão cometendo um crime contra a próxima geração.Além disso, gastam muito mal, segundo o senador Rand Paul, estão gastando dinheiro de forma ridícula como, por exemplo, banheiro de meio milhão de dólares que ninguém poderia usar.

É claro que não são apenas os Estados Unidos que estão se afogando em um oceano de dívidas. Como a Bloomberg detalhou, quando você totaliza todas as formas de dívida no mundo, chega a um total de 250 trilhões de dólares. Há desde empresas zumbis na China, impagáveis contas de estudante nas Américas, hipotecas altíssimas na Austrália e dívida com fundos abutres na Argentina.

Uma década de dinheiro fácil deixou o mundo com um recorde de US$ 250 trilhões em dívidas governamentais, corporativas e domésticas. Isso é quase três vezes a produção econômica global e equivale a cerca de US$ 32 mil para cada homem, mulher e criança na Terra. Caso você tenha uma família de quatro pessoas, sua casa tem uma dívida de US$ 130 mil. Essa dívida nunca será paga e a bolha continuará aumentando até, inevitavelmente, explodir. E o que vem a seguir, um mundo pós apocalíptico?

Donald Trump tenta reverter este caso de todas as maneiras. Em relação ao Brasil, ordenou a criação de cotas para o trigo e ácool de seu país, que não pagarão imposto ao Estado brasileiro e adquiriu uma base militar, em ponto estratégico, para lançamento de foguetes. Hoje, determinou taxas mais altas para o aço e alumínio brasileiro. Assim, nós brasileiros daremos nosso sangue para salvar a Economia norte-americana, ao que parece, só isso não será suficiente.

RG15/O Impacto

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