Artigo – Os bancos (as grandes máfias internacionais) e o Papa Francisco

Por Oswaldo Bezerra

O Papa Francisco definiu, certa vez quando estava em terras Italianas, que os bancos são tigres famintos, que presos reivindicam sua liberação, seu liberalismo, e hoje seu neoliberalismo. Uma vez soltos, os tigres devoram tudo. E daí se incrementa a desigualdade. Hoje, a desigualdade é o maior câncer que mata a humanidade. Este Papa também condenou a quantidade “escandalosa” de dinheiro dado pelos governos, e instituições mundiais, para salvar bancos em crise, mas que não fizeram o mesmo para ajudar as próprias pessoas que foram vítimas dos crimes bancários.

 

A santidade vive na Itália, país este que duramente aprendeu a fazer justiça. O modelo italiano de combate a corrupção se aprimorou no combate por anos contra a Máfia. Esta organização criminosa eliminava testemunhas e funcionários estatais, de órgãos reguladores. Era uma luta desigual, mas a justiça italiana evoluiu e aprendeu a lutar contra organizações criminosas.

 

Foi assim que a justiça italiana prendeu cinco funcionários do Vaticano, incluindo dois da sua poderosa Autoridade de Informação Financeira (AIF) e um monsenhor, por crimes financeiros praticados por esta instituição. A Operação realizada, em junho de 2019, só foi adiante devido à permissão para investigação dada pelo próprio Papa Francisco, o “reformador”.

 

No mês passado o alvo italiano foi o banco mais antigo do mundo, o Deutsche Bank, fundado em 1472. Esta investigação resultou numa das mais duras sentenças para crimes financeiros. No total, 13 banqueiros foram condenados a pena de prisão, de até 7 anos, por fraude e má gestão. O lado negro dos crimes dos bancos é o aumento da miséria humana. Por conta desta fraude, foi preciso nacionalizar o banco Monte dei Paschi.

 

As três juízas que julgaram o caso determinaram ainda a aplicação de multas e apreensão de ativos no montante de 68 milhões de euros ao Deutsche Bank e de 91,5 milhões de euros do banco japonês Nomura, também em ações fraudulentas. Prisão de banqueiros é coisa rara no mundo. Vimos isto acontecer em 2008 devido as fraudes que levaram o mundo a uma recessão.

 

Prisão de banqueiros no Brasil, é muito difícil, apenas meia dúzia já foram parar na prisão em nossa história. Eles mandam na justiça e na mídia corporativa. Agora, além de patrocinar todos os políticos lançaram até partido próprio. O exemplo é o Partido Novo. Os financiadores do novo partido são segundo o Jornal Valor : Dionísio Amoêdo (R$4,5 milhões); Jayme Garfinkel (fundador e acionista da Porto Seguro com R$250 mil); Cecília Sucupira (filha do dono da 3G Caítal, do grupo Itaú com R$250 mil); Pedro Moreira Salles (Presidente do conselho do Itaú Unibanco com R$150 mil); Eduardo Mazzilli (vice-presidente do Itaú com R$100 mil); Fernão Bracher (fundador do BBA, comprado pelo Itaú com R$50 mil); Israel Vainboim (ex-presidente do Unibanco com R$25 mil e Fábio Barbosa (Ex-presidente do Santander e presidente da Itaú Social com R$15 mil).

 

A impunidade dos banqueiros é tão grande que o dia a dia do maior banco do mundo, o JP Morgan, é: outro dia, outro crime cometido. Os bancos nos EUA são considerados grandes demais para a cadeia dos seus asseclas da máfia. Tanto é que o maior banco do mundo passou a contratar pessoas com crimes financeiros no currículo.

 

Depois de muitos jornalistas e cidadãos, além dos meios de “comunicação alternativos” discutirem o potencial dessas instituições serem organizações da máfia, parece que o governo Trump concordou com esta avaliação e permitiu investigação contra o JP Morgan / Chase.

 

Na mais recente falcatrua, o JP Morgan atuava de maneira fraudulenta no mercado de metais preciosos do banco através de ordens enganosas de compra. Jeffrey Ruffo, ex-diretor do JPMorgan da mesa de metais em Nova York, especializado em vendas de fundos de hedge, confessou a conspiração por fraude e extorsão, para benefício de grandes clientes de fundos de hedge, de acordo com uma acusação no tribunal federal em Chicago.

 

Vale lembrar que a crise de 2008 foi provocada pelas falcatruas de bancos. Triste foi observar que a decisão do governo dos Estados Unidos foi de usar US$ 700 bilhões em dinheiro público para salvar o sistema financeiro, a fatura da crise mundial foi parar no bolso dos contribuintes. A crise de 2008 causada pelos banqueiros levou milhões de pessoas a miséria e perda de todos seus bens. Contudo, apenas quarenta e sete banqueiros foram condenados à prisão, constatou uma pesquisa do Financial Times.

 

Investigações da Polícia Federal no Brasil apontaram que há lavagem de dinheiro e pagamento de propinas a políticos feitas nos bancos Itaú, Banco do Brasil, Bradesco, Caixa e Santander. A federação dos banqueiros (FEBRABAN) se defende dizendo que realiza um serviço público, mas não admite que fazem as custas de dinheiro público.

 

Até mesmo a Instituição financeira da Santa Sé tem sido acusada de corrupção e lavagem de dinheiro. Por isso, novos estatutos foram anunciados pelo Papa Francisco  que alteram estrutura do banco e permitem auditoria externa por pessoa física ou jurídica designada. É um esforço do Papa para que, pelo menos o banco de Deus, seja uma instituição financeira honesta. Ele que já afirmou ser favorável a criação de um Banco Central Mundial para erradicação da pobreza no mundo.

RG15/O Impacto

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