Artigo – Multiplicam-se as cidades-tendas nos EUA durante pandemia

Por Oswaldo Bezerra

Quem observa hoje o fenômeno das cidades tendas se pergunta, realmente, os EUA são o país mais rico do mundo? Cidades tendas são aglomerações de milhares de pessoas, que sem renda para pagar um aluguel, passam a viver sob tendas de acampamentos doadas. São uma favela nas calçadas, praças e beiras de estradas como resultado de uma catástrofe econômica.

Os economistas já previam esta catástrofe econômica nos EUA devido à política irresponsável de criação de bolha de dívida gigantesca. Dívida esta gerada com doação de dinheiro para suas grandes empresas, sendo que a conta seria paga pela população. O que os economistas não esperavam era que esta bolha estourasse já em 2020. O Covid-19 fez isso.

A economia dos EUA mergulhou na pior crise econômica desde a Grande Depressão da década de 1930. Os EUA também vivem o maior aumento do desemprego da história do país. O medo desse vírus estará no mundo por muito tempo. Os EUA já se preparam para uma crise econômica longa. Como chegaram nessa condição de país subdesenvolvido? Existem pelo menos dez fatores que estão levando a isto.

Número 1 – De acordo com um estudo recém-lançado pelo National Bureau of Economic Research, mais de 100.000 empresas norte-americanas já fecharam, permanentemente, durante essa pandemia e isso representa milhões de empregos que nunca mais voltam.

Número 2 – O Federal Reserve Bank de Atlanta está agora projetando que o PIB encolherá 42,8% durante o segundo trimestre. Os dados preliminares do primeiro trimestre, que mostraram uma queda de 4,8%, incluíram apenas um pequeno período de impacto do COVID-19.

Número 3 – Na sexta-feira, foi revelado que as vendas no varejo norte-americano caíram 16,4% durante o mês de abril, e esse é o maior recorde de todos os tempos.

Número 4 – A produção das fábricas dos EUA caiu 13,7% no mês passado, e esse foi o pior número já registrado para essa categoria.

Número 5 – A produção industrial norte-americana caiu 11,2% no mês passado, e isso representou o pior número em 101 anos.

Número 6 – Na última quinta-feira, mais 2,9 milhões de pessoas perderam o emprego. O total de pessoas que perderam o emprego durante a pandemia já soma 36,5 milhões de pessoas. Só para se situar, na maior depressão da história dos EUA na década de 1930, apenas 15 milhões de americanos ficaram desempregados.

Número 7 – De acordo com o Federal Reserve Bank de Chicago, a taxa real de desemprego nos EUA agora é de 30,7%.

Número 8 – De acordo com uma pesquisa realizada pelas autoridades do Fed, quase 40% dos americanos com renda familiar inferior a US$ 40.000 por ano perderam o emprego durante a crise (Link 9).

Número 9 – Um estudo concluiu que 42% das perdas de emprego durante esta pandemia acabará sendo permanente .

Número 10 – De acordo com um professor de economia da Columbia University, população de sem-teto dos EUA aumentará 45% até o final do ano fiscal.

As coisas estão tão ruins que até o presidente do Reserva Federal, Jerome Powell, está admitindo abertamente que ele não sabe realmente quanto tempo essa nova crise econômica vai durar. O surto de corona vírus e o bloqueio subsequente congelaram o mercado imobiliário comercial.

Os edifícios que antes eram usados ​​para restaurantes, escritórios, hotéis, spas e qualquer outra coisa que é classificada como não essencial têm ganhado placas de “aluga-se”. Os EUA estão à beira da maior implosão imobiliária comercial da história. Especialistas afirmam que a crise será tão grande, que a crise hipotecária de 2008 parecerá brincadeira de criança.

Poucas pessoas levaram a sério o aviso dos economistas, e poucas pessoas entenderam o quão instável o “boom” econômico alimentado por dívidas e, finalmente, não foi preciso muito, apenas um vírus, para levar a uma depressão econômica.

Mesmo antes do surgimento do COVID-19, os sem-teto haviam se tornado o grande problema em muitas das principais cidades norte-americanas, e agora as cidades-tendas que eles formam estão crescendo e se multiplicando. O que nos causa temor é que o Brasil segue a mesma política norte-americana de bolhas de dívidas que estão levando os gringos a maior depressão de sua história.

RG 15 / O Impacto

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