Artigo – O Mundo vai cortar um enorme volume de papel impresso, equivalente a 7 campos de futebol por minuto

Por Oswaldo Bezerra

Já adquiri certa vez um Kindle (equipamento tipo tablet) para ler livros. Sinceramente, não é a mesma coisa que ler um livro de verdade. Por mais que a tela do kinlde tente imitar uma página de um livro parece não nos dar o mesmo prazer da leitura. Mesmo assim, a tendência da digitalização é sem volta. Hoje, por exemplo, o jornal O Globo informou que deixará de veicular sua versão impressa em Brasília, capital federal, a partir do dia 1 de julho. Aos leitores restará apenas a versão digital.

Para o bem ou para o mal, há um declínio acentuado no volume de páginas impressas também em casa e nos escritórios, à medida que o mundo continua a mudar para o digital. E na sequência do Covid-19 tudo isso se acelerou, e a previsão é de cortes colossais até o final do ano.

A pandemia do Covid-19 fará o consumo de papel cair 13,7% em 2020, de 3,2 trilhões de páginas em 2019 para 2,8 trilhões de páginas em 2020. Essa foi a previsão de analistas da International Data Corporation (IDC). Isso vai economizar mais árvores, contudo vai agravar os problemas existentes enfrentados por uma indústria já em declínio.

A IDC afirma que agora é previsto que os volumes de páginas vejam uma taxa de crescimento anual composto (CAGR) cair 4,8% para o período de  2019-2024, bem pior que a já fraca taxa CAGR do períoro de 2015-2019 que foi de -1,2%.

Mais de 6 milhões de páginas foram impressas por minuto em todo o mundo em 2019. Esse montante equivale a uma área de 54 campos de futebol. Espera-se que, devido a COVID-19, seja removida uma área de 7 campos de futebol por minuto em 2020, segundo Ilona Stankeova, diretora sênior de pesquisa do Imaging Devices & Document Solutions, IDC Europe.

Por mais que a digitalização seja melhor para o meio ambiente, estudos sugerem que há uma perda educacional. Uma pesquisa realizada, em agosto de 2019, descobriu que os alunos conseguem absorver mais as informações com textos em papel do que em telas.

Valeria a pena aumentar ainda mais nossa dependência em tecnologia? A expressão chinesa “zhilaohu” se refere a algo ou alguém que não tem todo o poder que transparece (frase usada geralmente contra o governo dos EUA), literalmente, significa “tigre de papel”. Com o Covid-19, ainda em pleno andamento, parece que já decidimos pelas telas. Espero que esta decisão não seja apenas um grande “tigre de papel”.

RG 15 / O Impacto

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