Artigo – Estouro da bolha alimentada pelo FED é a bola da vez

Por Oswaldo Bezerra

Ontem ouvi alguns policiais conversando sobre bolsas de valores. Um deles afirmou que no Brasil, ao contrário dos EUA, pouca gente aplica na bolsa. Lembrei dos discursos dos chatos comerciais de propaganda de curso sobre aplicar em bolsa no Youtube. O policial também enfatizou que isto está mudando no Brasil. Verdade, o número de investidores em bolsas aumentou no Brasil, em 2019 já somavam 1,4 milhões de pessoas.

 

Quase 95% das pessoas com ações na bolsa são os denominados “sardinhas”. São pessoas com baixo capital. O montante do capital dos sardinhas é chamado de “dumb capital”, ou capital burro, pois estão no mercado sem informação privilegiada. Geralmente, são estas pessoas que pagam os lucros dos chamados “Baleias” que são investidores com um volume grande de capital e com informações privilegiadas.

 

As altíssimas elevações dos preços de ações dos últimos dias estão atraindo cada vez mais sardinhas. Os recordes experimentados nos últimos dias nas bolsas de valores não demonstram que, na verdade, hoje não é recomendado que se invista em ações. Citaremos alguns motivos abaixo.

 

Primeiro, testemunhamos a erupção da pior pandemia global em 100 anos, nos EUA. A economia norte-americana está em franco colapso, suas principais cidades queimam de costa a costa, com tumultos e saques que saíram do controle. Em todo lugar as pessoas estão profundamente frustradas, quase dezenas de milhões de estadunidenses perderam os empregos nos últimos meses, e o medo do COVID-19 continua paralisando sua sociedade.

 

Em uma pesquisa recente, 72% de todos os norte-americanos acreditam que eles chegaram ao o ponto mais baixo da história do país. Mais de 83% diz que se preocupa com o futuro dos Estados Unidos.

 

Os doze anos de 1968 a 1980 também não foram anos fáceis para os gringos. Assim como agora, eles estavam enfrentando agitações civis, sofrendo problemas econômicos, com abalos políticos e uma pandemia global que matou muita gente conhecida como “a pandemia de gripe de 1968”.

 

Por outro lado, nem mesmo durante a Grande Depressão houve um aumento apocalíptico no desemprego como este ano. Embora quase 46 milhões de norte-americanos tenham perdidos seus empregos desde o início do COVID-19. Além disso, mais de 100.000 empresas fecharam as portas permanentemente, e os norte-americanos já deixaram de pagar mais de 100 milhões em empréstimos.

 

A gorda assistência emergencial do governo está chegando ao seu fim. Um número crescente de americanos passam por um momento muito difícil de pagar as contas. Metade (52%) dos entrevistados afirmam estar preocupados em fazer futuros pagamentos de hipotecas e quase a metade (47%) já considera vender suas casas por  incapacidade de pagamentos.

 

O estudo da OnePoll e da Associação Nacional de Corretores de Imóveis, determinou que 81% dos entrevistados sofrem estresse financeiro inesperado devido à recessão induzida por vírus. Mais da metade (56%) reduziu os gastos para que eles pudessem pagar prestação da casa própria.

 

O COVID-19 continua paralisando a sociedade. O número de casos confirmados nos EUA está começando a subir novamente. Para o planeta como um todo, sexta-feira foi o pior dia da pandemia, e isso significa que esta crise está muito longe do fim. Já existem rumores de novos bloqueios nos Estados Unidos. Caso aconteça será um golpe de misericórdia para a economia dos EUA. Por mais ruim que possa parecer é claro que isso é ainda apenas o começo.

 

Os EUA vivem um momento histórico em que todos os ciclos estão terminando, todas as bolhas estão estourando e todo o mundo vai experimentar as consequências de todas as decisões erradas tomadas durante décadas.

 

O pior estouro de bolha ainda estar por vir e será a do FED. Algumas pessoas já se deram conta disso. Por exemplo, Wolf Richter acaba de postar um artigo no qual explica que vendeu tudo o que tinha no mercado de ações. Ele citou que será muito ridicularizado por isto e será visto como idiota, pois o mercado de ações não para de subir.

 

O mercado de ações acabara de passar pelo que foi chamado de “a maior alta de 50 dias da história”. O índice S&P 500 disparou 47%, desde a mínima de 23 de março (2.192) até o fechamento em 8 de junho (3.232). Foi uma manifestação fenomenal devastadora. O problema é que isso aconteceu durante a pior economia da história norte-americana.

 

Talvez ainda seja cedo para sair. Com certeza de uma coisa ele tem razão, a máquina de imprimir dinheiro e recomprar ações do mercado financeiro sem parar será a última bolha alimentada pelo Fed que estourará inevitavelmente. Isso levará a uma quebra de mercado de ações mesmo assim estará entre os menores dos problemas.

 

Diferente da China ou da Alemnha cuja economia se basiea em produção, a dos EUA se baseia em consumo. Contudo, não será apenas uma economia que entrará em colapso. Toda uma sociedade que, domina o sistema financeiro internacional, é dona do SWIFT, e de milhares de armas nucleares, está em um processo de implosão que, provavelmente, mostrará que quem achou péssimo o ano de 2020 sentirá saudades quando chegar 2021.

 

Emissão de dinheiro não gera riqueza real. Quando os EUA abandonaram o padrão ouro e passaram a uma norma puramente fiduciária (FIAT), com a criação dos mercados de derivados e a separação de risco e recompensa, os banqueiros de Wall Street tiveram a oportunidade de ficar com a recompesan e entregar os riscos aos mais pobres (sardinhas).

 

Atualmente o FED é uma coligação privada de bancos poderosos que, está ficando a cargo do tesouro norte-americano, é reponsável por 30% do PIB dos EUA e caminha para 50%. Os trilhões que os banqueiros do FED retroalimentam as bolsas de valores vai estourar. Não tive oportunidade para fazer uma análise desta para os policiais. Caso me perguntassem diria, se você tem divisas para investir corra para o ouro e o bitcoin. Eles podem ser seus únicos salva-vidas.

RG15/O Impacto

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