Artigo – O país dos desempregados

Pela primeira vez na história do Brasil o número de desempregados supera o número de empregados. É insólito. Todas as reformas trabalhistas e a da previdência, que sugaram direitos de trabalhadores, prometiam milhões de novos empregos e não passaram de balelas. Sem Ministério do trabalho, a crise deste mercado se aprofunda.

É para todo o keynesiano (economistas que acreditam que o estado deve manobrar para gerar empregos) arrancar os cabelos, diante de tanta incompetência dos dirigentes do país. Para Adam Smith, o pai do capitalismo, que afirmava que a riqueza das nações era sua capacidade de gerar trabalho que promove crescimento econômico e inovação tecnológica, o Brasil seria a nação mais miserável do mundo.

Dados do IBGE mostram que a população ocupada, os empregados, empregadores, trabalhadores por conta própria e servidores era de 85,9 milhões no trimestre até maio, queda de 8,3% frente aos três meses anteriores e menos da metade do total da população em idade de trabalhar. Houve uma perda de 7,8 milhões de vagas. É o pior resultado da série histórica.

A taxa de desemprego do país cresceu de 11,6% no trimestre até fevereiro para 12,9% no trimestre até maio. Esta taxa reflete apenas as pessoas que ainda buscam empregos, não contabilizam aquelas que já se cansaram de procurar e não encontrar. Segundo cálculos da MCM Consultores, o desemprego teria atingido 20 milhões de pessoas e a taxa estaria em 18,9%.

Seria isso efeito da tão falada indústria 4.0, onde a tecnologia substitui o homem. Nada disso, sofremos a pior desindustrialização da história do país com a operação Lava Jato, que destruiu nosso setor de empreiteiras, contrução civil e petróleo, sob a tutela do FBI e do departamento de estado norte americano. Hoje, finalmente, a população acordou sobre o fato do prejuízo sofrido pela nossa indústria e põe a operação em suspeita (Link 2)

Todo este prejuízo nos fez retroceder décadas de desenvolvimento industrial. Por isso, a alta do desemprego não se trata de um efeito da indústria 4.0. Uma parte muito pequena de nossa indústria e comércio trabalha nesta revolução. Não é fruto da pandemia, apesar destas ter tirado milhões de empregos, a tendência do aumento do desemprego vem de antes da pandemia. Nosso desemprego é fruto da incapacidade de nossa economia gerar trabalho.

Sem trabalho, nossa economia gera desempregados, diminuição do consumo e recessão. O ministro da economia desdenha da inteligência dos brasileiros ao afirmar que motoristas de Uber e entregadores de comida por aplicativos são empreendedores.

Os empreendedores de Paulo Guedes já somam quase 10 milhões de pessoas. Segundo a teoria do capitalismo de Adam Smith, reflitam, qual o avanço tecnológico e geração de renda estão dando estes milhões de empreendedores ao Brasil? O que estão provocando é uma imensa evasão de renda rumo a cofres nos Estados Unidos da América (UBER) e China (99 pop). Isso é apenas um deboche do ministro da Economia.

No relatório do FMI, com 19 apontamentos para o Brasil, no seu inciso 10, resolve que o governo brasileiro deve buscar redução na folha de pagamento do setor público. Após este relatório Paulo Guedes afirmou que servidor público é vagabundo, que se deveria colocar uma granada no bolso deles. Todo este discurso só mostra que nosso ministro como um agente do setor financeiro internacional. Naquele mesmo inciso, o FMI determina que o Brasil deve conter aumento do salário mínimo. Quanto mais se represa fundos de investimento social mais sobra dinheiro para o setor financeiro.

O quadro atual gera pessoas que não acham empregos ou que não querem trabalhar para ganhar um salário indigno, preferindo viver de biscate. Tudo isso em um país gigantesco, rico ao ponto de estar de pé de igualdade com as outras 4 potências naturais do planeta (EUA, Rússia, China e Índia), possuidor de uma das maiores economias do mundo. O único país do mundo com o privilégio de possuir duas colheitas por ano. O Brasil caminha a passos largos em direção a decadência.

RG 15 / O Impacto

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