Artigo – No fundo, todos sabem. Necessitamos de um novo sistema

Por Oswaldo Bezerra

Nossa vida é tolerar um sistema corrupto, não democrático, explorador e dominado por 0,1% da população? Porque não temos outra escolha? Nós realmente não temos uma escolha? Uma saída seria um sistema econômico alternativo, que não seja controlado por corporações, governo ou banco central para o benefício exclusivo dos 0,1%.

O sistema atual falhou com a maioria dos participantes, por isso as sensações generalizadas para o povo como ser ignorado pelos insiders (as grandes mídias corporativas); sentir que 0,01% administram o sistema atual em seu próprio benefício; prisão em uma economia que foi privada de mobilidade social ascendente; ser despojado pelos 0,01% divididos em elites domésticas e globalizadas; frustração com a classe política auto-enriquecedora e que atende aos interesses corporativos acima de tudo.

Desde os anos 70 a economia mudou de inclusiva para extrativista. O sistema hoje resgata automaticamente os especuladores gananciosos e ricos que são socialmente inúteis. O meio de resgate vem da Federal Reserve e dos bancos estatais.

Os sistemas extrativos também são frágeis em crises, já que os explorados tendem a abandonar o sistema financeiro formal, que foi enfraquecido pelos resgates e pela engenharia financeira. Na verdade, ao sistema é como uma casca de ovo prestes a quebrar. Se você quiser ver esse processo em tempo real, olhe hoje ao seu redor.

É verdade que as finanças já eram extrativistas em 1970, mas era uma parte muito pequena. Naquela época, as finanças representavam menos de 5% da economia. Hoje, de acordo com alguns economistas são de mais de 30%.

Claro que corporações já compravam influência política e exploraram tudo, mas seu alcance não era tão global e sua capacidade não era tão refinada. Também não havia uma nova elite que se formou com funcionários públicos, o chamado “Deep State”. Também trabalham para aumento do próprio salário infinitamente e de benefícios aos 0,1%.

Nos tempos do “Liberalismo Econômico” a exploração anti-social, como recompra de ações e publicidade das “grandes indústrias farmacêuticas”, diretamente aos consumidores, era ilegal e imoral. Hoje nos tempos do “neoliberalismo” isso se tornou normal.

A economia não dependia de infindáveis ​​bolhas de ativos devido aos resgates dos especuladores mais corruptos. O Federal Reserve nem reclama que tenha que resgatar a escória mais gananciosa, repetidas vezes, e inflar uma bolha de ativos junto com a dívida pública, que o cidadão comum terá de pagar.

Nos últimos 50 anos, a mobilidade social ascendente (pessoas saírem de classes sociais mais pobres para classes mais ricas) tem se desmilinguído. Fazer os tradicionais sacrifícios para seguir o roteiro convencional (obter diploma universitário, etc) não leva mais a um emprego seguro.

Fundamental na economia é a participação do trabalho cujo valor está em declínio permanente. O valor do trabalho está em queda livre, mascarado por uma falsa “inflação baixa” e outros truques.

Em 1970, os custos dos produtos essenciais eram baixos, e os encargos regulamentares para as pequenas empresas eram modestos. Você podia arrendar um apartamento com um mês de caução. Hoje você precisa de 6. Mesmo na década de 1980, eu poderia obter uma licença de construção para uma casa inteira em um dia; agora o processo leva semanas ou até meses.

Os custos e as cargas regulatórias atingiram níveis que horrorizam. Isso funciona perfeitamente para as burocracias governamentais, que têm monopólios sobre o poder de aumentar as taxas, penalidades, à vontade, e ao poder corporativo, cujo objetivo é eliminar qualquer competição, de modo que os lucros possam disparar devido ao monopólio.

As pessoas se sentem ignoradas porque realmente são ignoradas. As pessoas se sentem presas porque estão presas. As pessoas se sentem despojadas porque estão sendo despojadas. As pessoas sentem raiva do sistema político porque não há mais uma democracia, no máximo uma plutocracia. Admita, nosso sistema é extrativo e tudo vale para os 0,1% mias ricos e poderosos.

Os poucos bolsões da economia que não estão sob o controle de empresas, governo ou banco central, como a economia informal, mesmo assim ainda depende dos bancos centrais para sua moeda, e até subsídios governamentais.

Mas como seria um sistema do qual não estaríamos nas mãos das elites, que abusam no controle para seu proveito? Primeiro deveria se um sistema em que ninguém seria forçado a participar. As pessoas deveriam sentir o prazer de ser útil e pertencer a algo que trabalhe para a comunidade. Precisaria ser auto-organizado, o que significa que estaria livre das mãos dos governantes que sempre corrompem o sistema.

Bitcoin é um exemplo do mundo real de um sistema auto-organizado. Não há cabala no topo que possa ser corrompida; bitcoin é distribuído e descentralizado. É auto-organizado, assim como a Natureza. As operações no sistema deveriam ser automatizadas, de forma que o preconceito humano não teria oportunidade de conquistar privilégios.

A maioria dos sistemas na natureza é automatizada. O sistema atual é uma “caixa preta” projetada para maximizar os lucros das corporações monopolistas de cartéis, e não para servir às comunidades. Eles atendem apenas aos proprietários, os 0,1% do topo.

Deveria existir o seu próprio dinheiro, uma criptomoeda que só existe de uma maneira: como pagamento por trabalho útil e proposital que beneficia a comunidade, de alguma forma. Toda a tecnologia para essa criptomoeda trabalhada já está disponível.

Por que nos sujeitamos a um sistema tão corrupto, não democrático, explorador e dominado pela elite? Porque não temos outra escolha? Nós temos sim uma escolha. Deveríamos delinear valores, processos e objetivos de um sistema alternativo que realmente funcione para todos e para o nosso planeta.

Nós temos escolha, mas temos que estar dispostos a fazer mudança sistêmica. Estamos presos, não por eles (sejam eles quem for), mas por nossa própria relutância em aceitar a mudança do sistema. Isso se nós quisermos ter um futuro benéfico.

RG 15 / O Impacto

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