Artigo – O terror da variante Delta do corona vírus. O que se sabe sobre ela?

Por Oswaldo Bezerra

O ano de 2020 entrou para a história da humanidade como o catastrófico ano da pandemia de corona vírus. Já com início da vacinação em massa, o ano de 2021 foi considerado por todos os ano da libertação. Contudo, não está sendo bem assim. Estamos apenas na metade do ano de 2021 e já morreram mais pessoas este ano de corona vírus (2 milhões) que todo o ano de 2020 (1,8 milhões).

É algo incomum. Nossa classe médica já adquiriu experiência de como tratar a doença. Já há muitas vacinas com comprovada eficácia contra a covid-19, e aplicadas a centenas de milhões de pessoas em todo o mundo. Qual a explicação de que não estamos na fase final da pandemia?

A resposta a esta pergunta está ligada a variante Delta do corona vírus. Novas pergunta surgem. Esta nova variante é mais contagiosa e agressiva que as demais? Qual sua relação com o fungo negro? Estamos no pico da infecção ou ainda está só começando?

A variante Delta foi identificada pela primeira vez em outubro de 2020 na Índia. Por isso também é conhecida como cepa indiana. Já está esta cepa espalhada pelo mundo. Ela representa, por exemplo, 99% das infecções no Reino Unido, 89% na capital da Rússia.

A nova cepa é 60% mais contagiosa. Enquanto uma pessoa contagiada 2 pessoas com as cepas antecessoras, com a nova cepa indiana a mesma pessoa passou a contagiar 3 pessoas. Isso nem é o pior.

A nova variante também duplica o risco de hospitalização. O tempo da passagem de sintomas leves a graves também é encurtado. O quadro da doença também é diferente das cepas anteriores.

A assinatura do corona vírus passou a ser bem conhecido: tosse seca, febre, perda de olfato e gosto. A mutação Delta é totalmente diferente. Os sintomas são dor de cabeça, dor de garganta e secreção nasal. Isso conjunto de sintomas mais leve confunde o paciente. Parece uma gripe comum. Assim, as pessoas demoram mais a procurar atendimento e contribuem para a propagação da nova cepa.

Muitas manchetes aterrorizaram ainda mais o mundo associando a variante Delta ao “Fungo Negro”. Contudo, tecnicamente não estão associadas. O Fungo Negro é uma infecção causada por fungos que se instala em pacientes imunodeprimidos. Causam danos graves que podem requerer a extirpação dos olhos e causam morte.

O fungo negro é comum na natureza. Frequentemente respiramos estes fungos. O problema é quando uma pessoa com imunidade baixa tem contato com o fungo. São potencialmente mais perigosos para pessoas que fazem tratamento de diabetes.

O que acontece é que na Índia está a segunda maior população de diabéticos do mundo. Durante a segunda onda de corona vírus na Índia houve escassez de respiradores e oxigênio. Foram então administrados esteroides para aliviar o pulmão dos pacientes. A combinação destes fatores foi explosiva para casos de fungo negro, mas não se pode afirmar que o Fungo Negro é causado por esta cepa.

Tudo isso gerou um forte alarmismo em todo o mundo. Contudo, deve-se frisar que todas as vacinas são eficazes contra esta nova cepa. Mesmo que as vacinas demonstrem menos efetividade com esta nova cepa (Pfizer de 95% cai para 88% e AstraZeneca cai de 76% para 60%), um estudo recente demonstra que mesmo assim estas vacinas seguem com um alto nível de proteção.

A vacina Sputnik V tem uma eficácia contra a cepa Delta de 85%. No entanto autoridades russas sugerem que depois de seis meses de vacinadas, as pessoas devem se vacinar com a Sputnik Ligth para elevar o nível de anticorpo.

Para poder se falar de imunidade de rebanho, a população precisa estar 70% vacinada. Muita gente ainda se nega a se vacinar. No Brasil até mesmo profissionais de saúde se negam a tomar vacina contra a covid.

Alguns governos estão tomando atitudes com a chegada da variante Delta. Israel por exemplo obrigou a população a usar máscara novamente. O reino unido também voltou a implementar medidas restritivas.

Este é o panorama de países ricos onde a população tem a vacina disponível. Agora imagina a situação de países pobres onde as vacinas não chegam, ou onde seu presidente pretende desobrigar o uso de máscara e provoca aglomerações. A variante Delta surgiu para nos lembrar de termos seriedade e responsabilidade perante uma pandemia.

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RG 15 / O Impacto

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