Madeireiros estimam perda bilionária com demora da liberação de documento para exportação pelo Ibama

Madeireiros realizaram na terça-feira (14) um protesto em frente ao porto da Vila do Conde, em Barcarena, nordeste do Pará. Eles cobraram maior agilidade do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Renováveis (Ibama) para emitir documento que autoriza a exportação da madeira para o mercado internacional.

Empresários alegaram que o problema começou em maio, após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que voltou a exigir o certificado de exportação de produtos madeireiros legalizados, afetando toda a cadeia produtiva e provocando um prejuízo bilionário para o setor.

“Eu diria que esses 60 dias deve estar beirando R$ 1 bilhão de perdas para o setor. A gente está entre 1.500 e 2.000 containers paralisados, tanto no porto quanto dentro das próprias empresas para ser exportado nesses últimos dois meses”, explicou Eduardo Leão, diretor da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira.

Em um pátio de uma madeireira de em Ananindeua, estão 130 containers cheios de madeiras que já deveriam ter sido exportados.

“Prejuízo a essas empresas devido taxas portuárias por caga parada no porto e por produtos produzidos sem poder faturar. Isso tem causado o risco de demissão em massa dos funcionários das empresas”, contou o empresário Leandro Rymsza.

Com as cargas impossibilitadas de serem exportadas, o setor de logística e transporte também sobre com a demora.

“Isso para a nossa categoria, que fazemos a logística desse setor, está nos causando um prejuízo de mais de 70% do nosso rendimento”, reclamou o caminhoneiro Sebastião Martins.

O Ibama informou que o fluxo habitual acabou sendo impactado com a decisão, que ampliou a demanda documental, mas disse que tem trabalhado para cumprir a decisão judicial. O órgão também disse que especificidades regionais já foram diagnosticadas e estão sendo resolvidas dentro da possibilidade do órgão.

Segundo o setor madeireiro, quebras de contratos prejudicaram 100 empresas e que isso pode atingir nos 30 mil empregos diretos e indiretos no Pará.

“O problema é como a gente vai reerguer e voltar disso. Uma vez que você acaba um contrato ele (contratante) pode estar pegando madeira do Mato Grosso. Quer dizer, Mato Grosso está conseguindo exportar. Essa autorização de exportação no sul é feita em 48 horas”, concluiu Eduardo Leão.

Fonte: G1 PA

Foto: TV Liberal/Reprodução

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