Naturalmente bela, belíssima

Por Ronaldo Campos

Santarém é uma cidade naturalmente bela, belíssima; nós, seus filhos, é que a enfeamos. E assim procedemos, exemplificativamente, quando não cuidamos da frente de nossas residências, quando adiantamos a cerca ou o muro de nossas propriedades, desalinhando as ruas, as calçadas, para esbulhar míseros centímetros do poder público; bem quando permitimos – o que é mais grave – pelo voto irresponsável, a eleição de políticos desinteressados, medíocres e até mesmo corruptos.

Já o município, que não faz cumprir a norma de regência que ele próprio editou (como a de postura), também não cuida sistematicamente da urbanização, não reserva espaços físicos para adequadas edificações de equipamentos sociais, não promove, nem incentiva, a ordenada arborização da cidade, enfim, deixa simplesmente acontecer para ver como vai ficar.

Antigamente, mesmo sob o regime militar, sem qualquer saudosismo à época, pensava-se o presente com lente mais realista, ou mesmo futurista, basta lembrarmos as galerias pluviais, as casas de bomba de tratamento d’água ao longo do cais de arrimo (todas demolidas), o Porto local, o próprio Tropical Hotel, a Tecejuta etc.

Hodiernamente, ruas são asfaltadas sem o necessário serviço de drenagem (saneamento básico); lança-se água de esgoto, sem qualquer tratamento, no leito dos rios; tolera-se o assoreamento de igarapés; portos fluviais improvisados são construídos, ao arrepio da lei, destruindo nossas praias; e por aí afora… Para quem reclamar?!

Só repensando nossas ações, por meio do exercício ativo de cidadania, é possível mudarmos esse contexto, para não chorarmos mais tarde sobre o leite derramado.

Afinal, crescimento não é desenvolvimento.

RG15/O Impacto

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