Vídeo – Audiência sobre projeto de ferrovia teve tensão em Novo Progresso
Um encontro realizado na sexta-feira (15) em Novo Progresso, para discutir o projeto da Ferrovia Ferrogrão foi marcado por protesto de indígenas. O evento teve tensão entre políticos, a favor do empreendimento, e comunidades tradicionais, contrárias à construção.
O grupo de representantes das etnias Kayapó, Munduruku e Apiaká chegou ao Centro de Convenções de Novo Progresso entoando cânticos que demonstravam a insatisfação com a forma como o projeto vem sendo discutido.
Os indígenas ocuparam o auditório onde seria realizada a reunião convocada pela Comissão de Desenvolvimento no Senado. De acordo com indígenas, a convocação para o encontro não teria respeitado o direito à consulta prévia, o que atropelaria um direito garantido aos povos tradicionais por uma convenção da Organizações da Nações Unidas em vigor no Brasil há vinte anos.
De acordo com os indígenas, a pressão sobre os territórios só tende a aumentar com início das obras da Ferrogrão, que deve beneficiar principalmente o setor de produção de soja.
Tensão
Na discussão, o deputado estadual no Pará Toni Cunha (PL) disse que “indígenas têm que trabalhar” e que o grupo estaria no evento “a mando de ONGs”. Outro deputado paraense, Wescley Tomaz (Avante), disse que “índios vivem de esmola da Funai”. As falas causaram reações entre os indígenas.
Alessandra Korap, liderança no povo Munduruku, afirmou que “os deputados não conhecem os povos indígenas”, que as comunidades tradicionais “não pararam no tempo”. “Nós, indígenas, somos estudantes, enfermeiros, advogados, ministros e deputados, mas queremos água limpa, floresta em pé e vida para os nossos filhos”, anunciou ao se mostrar contrária à construção da Ferrogrão.
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Fonte: g1 PA