Grupo é preso suspeito de extorsão a madeireiros em Moraes Almeida

A Polícia Civil do Pará investiga a atuação de um possível grupo criminoso acusado de extorquir empresários do setor madeireiro no distrito de Moraes Almeida, no município de Itaituba. A ação culminou, na última quinta-feira (3), com a prisão em flagrante de nove pessoas, entre elas, um policial militar aposentado e um policial penal. Dois dos detidos também foram autuados por porte ilegal de arma de fogo.

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Segundo as investigações, os suspeitos se apresentavam como integrantes de uma ONG que alegava possuir parceria com o Ibama. A abordagem mais recente ocorreu em uma serraria supostamente embargada e com multas pendentes, onde o grupo afirmou que faria a retirada de uma carga de madeira que teria sido “doada à Prefeitura de Belterra”.

A entrada no local foi feita com o apoio de três policiais militares fardados, o que deu aparência de legitimidade à ação. No entanto, nenhum dos envolvidos apresentou qualquer documento oficial que autorizasse a retirada do material, como, por exemplo, um Termo de Doação, exigido para esse tipo de procedimento.

Reação e denúncias

A atuação do grupo causou revolta entre os empresários e trabalhadores da serraria, que imediatamente acionaram a Polícia Civil. Os empresários denunciaram que se tratava de uma tentativa de extorsão, relatando que os indivíduos estavam pressionando o proprietário a entregar a madeira sob ameaças e exigências veladas de pagamento.

Conduzidos à delegacia, os suspeitos não apresentaram nenhuma documentação que justificasse a operação. Como parte das provas, foram entregues às autoridades áudios e mensagens trocadas via aplicativo que, segundo as vítimas, indicam a prática de extorsão por parte dos envolvidos. Um dos áudios obtidos pela reportagem do Jornal O Impacto reforça os indícios da atuação irregular do grupo.

Confira abaixo:



Ainda conforme relatos de empresários da região, esta não teria sido a primeira abordagem do tipo. Nos últimos meses, pessoas desconhecidas têm aparecido em propriedades e empresas, exigindo propinas para liberar cargas de madeira e equipamentos que estariam supostamente embargados. Valores entre R$ 200 mil e R$ 500 mil estariam sendo exigidos pelos suspeitos.

Desdobramentos e investigação

O grupo de nove pessoas foi preso em flagrante e transferido para Itaituba, onde o caso continuará sob apuração. Os três policiais militares que acompanharam o grupo na operação irregular são lotados no município de Novo Progresso e também passarão por investigação. A Corregedoria da Polícia Militar do Pará já foi acionada para acompanhar o caso e instaurar os devidos procedimentos disciplinares.

A investigação prossegue, e novos desdobramentos não estão descartados. O objetivo é identificar se há outros envolvidos e se o grupo agia em outros municípios da região.

Em nota, a Polícia Civil informou “que nove pessoas foram apresentadas pela Polícia Militar à delegacia do Distrito de Moraes de Almeida, onde foram presas em flagrante por extorsão e uso de arma de fogo. O caso segue sob investigação”.

Atualização:

Em audiência de custódia realizada na sexta-feira (4), o magistrado responsável determinou que os presos responda em liberdade, determinando medidas cautelares.

Assista um dos vídeos compartilhados nas redes sociais:


O Impacto

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