Holocausto Brasileiro: A Vergonha do Século XXI
Em pleno século XXI, o Brasil protagoniza um episódio sombrio, cuja brutalidade e desumanidade remetem aos piores capítulos da história mundial. A prisão em massa de quase duas mil pessoas, sem flagrante delito, sem crime comprovado, amontoadas em condições degradantes, representa uma mancha histórica que compromete a credibilidade do Estado Democrático de Direito e escancara a falência das instituições brasileiras.
Mulheres, idosos, jovens e até crianças foram privados de sua liberdade sem o devido processo legal. Encarcerados em um local insalubre, sem alimentação adequada, acesso a remédios, banheiros ou higiene mínima, essas pessoas foram transformadas em números por um sistema que deveria protegê-las. O mais estarrecedor é que tudo isso aconteceu sob os olhos cúmplices – ou omissos – de instituições que deveriam zelar pela legalidade, justiça e dignidade humana.
O Ministério Público Federal, a OAB, a Polícia Federal, a Defensoria Pública, a CNBB, o Congresso Nacional, o STF, os governos federal e estadual, e tantos outros órgãos, calaram-se. O silêncio institucional diante de tamanha atrocidade grita mais alto do que qualquer justificativa legal. O pacto de impunidade e conivência se consolidou. A confiança na justiça foi traída.
Traídos também foram os próprios presos, induzidos ao erro por um Exército que deveria ser símbolo de honra e proteção. O que se viu, no entanto, foi uma armadilha institucionalizada, um ato de barbárie promovido sob o pretexto de manutenção da ordem. O tratamento dispensado aos detidos lembra, em escala e método, o início de regimes autoritários que marcaram a humanidade com sangue e vergonha – como o Holocausto promovido pelo regime nazista.
Chamar esse episódio de Holocausto Brasileiro não é exagero retórico; é uma tentativa de despertar a consciência nacional para o abismo moral em que mergulhamos. A dignidade da pessoa humana, princípio basilar da Constituição, foi rasgada. A democracia, tão arduamente conquistada, é violentada a cada omissão, a cada justificativa cínica, a cada silêncio conveniente.
Essa é a vergonha do século XXI. E se a história se repete como tragédia e farsa, cabe a nós decidir se continuaremos como espectadores passivos ou se finalmente levantaremos a voz contra a injustiça. Porque hoje foram eles. Amanhã, pode ser qualquer um de nós.
Santarém, 04 de Abril de 2025
Carlos Augusto Mota lima – Advogado Especialista em Segurança Pública
Nota sobre o Autor:
É Advogado regularmente inscrito na OAB – Pa, sob o nº 4725, Professor de Direito penal com Pós-Graduação em Ciências Penais com Extensão ao Magistério Superior, Pós-graduação em Direito Constitucional, Pós-Graduação Latu Sensu MBA pela Faculdade Cândido Mendes – Rj em Segurança Pública, Pós-graduação Latu Sensu pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul – Pucres – em Segurança pública, ex-Delegado de Polícia Civil, ex-Defensor Público.
comparar um episodio de milhões de mortos com a prisão de um bando de aloprados é de vergonha criminosa, vou repassar pra entidades judaicas, e vamos ver o que eles acham.