Moradores criticam Governo Federal por negligência diante de bloqueios e congestionamentos na BR-230, em Itaituba

O trecho da Rodovia Transamazônica (BR-230) no município de Itaituba, oeste do Pará, voltou a ser palco de caos logístico e tensão social. Moradores, representantes do setor produtivo e lideranças políticas têm se manifestado contra o que consideram abandono das autoridades federais diante da situação crítica que afeta diretamente o tráfego, a economia local e a rotina de milhares de pessoas.

A crise, que já era grave devido aos congestionamentos quilométricos de carretas no distrito de Miritituba — causados pela falta de estrutura adequada para estacionamento e controle de fluxo —, se agravou com o bloqueio realizado por indígenas em protesto contra o julgamento do marco temporal.

De acordo com os relatos dos moradores, apesar de inicialmente os manifestantes permitirem a passagem de veículos menores, a situação saiu do controle após caminhoneiros também iniciarem um protesto, impedindo completamente o trânsito na rodovia. O resultado é um verdadeiro colapso no transporte da região, com reflexos que já são sentidos no abastecimento de mercadorias e no escoamento da produção agrícola.

“Agora ficou ainda pior. Além do bloqueio dos indígenas, os próprios caminhoneiros também fecharam a rodovia. Ninguém passa. Isso está virando um problema sem fim”, desabafa um dos motoristas.

A população exige ações imediatas por parte do governo federal, cobrando especialmente a atuação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), do Ministério da Justiça e do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). Até o momento, segundo os moradores, nenhuma medida concreta foi adotada para reverter o cenário de instabilidade.

Um dos principais pontos de tensão gira em torno do distrito de Miritituba, considerado um importante eixo logístico por sua zona portuária voltada à exportação de grãos.

“Por conta disso, o fluxo de carretas para Santarém triplicou, porque o bloqueio é próximo a Miritituba. Mas uma vez, a saída para esse gargalo na zona portuária de Miritituba precisa ser resolvido e uma das saídas é o novo corredor portuário no Distrito de Fordlândia, via Transforlândia”, destacou um dos moradores.

Enquanto isso, comunidades inteiras seguem ilhadas, caminhoneiros enfrentam prejuízos com cargas paradas e os riscos de desabastecimento crescem.

O Impacto

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