Intensificação no combate ao tráfico gera alta nas apreensões de drogas no Pará
Mais de 8 toneladas de drogas foram apreendidas no Pará nos primeiros cinco meses de 2025. A cocaína é o principal entorpecente traficado no estado, com mais de 4 toneladas apreendidas. Esse número, comparado ao mesmo período de 2024, mostra um aumento de 166% nas apreensões. Os dados são da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).
A constante adaptação e modernização das organizações criminosas obrigam os agentes do sistema estadual de segurança pública do Pará a acompanharem esse ritmo através de medidas que integram tanto a prevenção quanto a repressão desse crime, como operações constantes e ostensivas, fiscalizações rigorosas nas rodovias e ações de desarticulação de grandes organizações criminosas que controlam as principais rotas do tráfico na Amazônia.
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“O foco não é só apreender o entorpecente, mas também desarticular o aparato financeiro dessas organizações para que eles não possam financiar novos carregamentos”, comentou o delegado Davi Cordeiro, chefe do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc). Para o agente da lei, o combate ao tráfico de drogas no Pará exige que as redes criminosas que atuam no estado sejam identificadas e descapitalizadas. A desarticulação desses cartéis passa pelo corte do instrumento que as financia.
Seguindo esse raciocínio, o governo paraense, através da Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), intensificou a fiscalização na malha rodoviária e, principalmente, hidroviária que é o local estratégico por onde as drogas são frequentemente transportadas. O estreito de Breves e Óbidos, na região fluvial, além das rodovias BR-163 (Santarém-Cuiabá) e BR-010 (Belém-Brasília) continuam sendo pontos críticos da rota do tráfico que atravessa o Pará. O trabalho das forças de segurança se estende não só às cidades e rodovias, mas também a regiões isoladas e de difícil acesso, onde organizações criminosas tentam traficar grandes quantidades de substâncias ilícitas para outras partes do Brasil e até para o exterior.
“Há regiões historicamente conhecidas por serem corredores de escoamento de drogas, que demandam uma atenção não só do Denarc, mas de todo o Sistema de Segurança Pública. Tem a Rota fluvial: estreito de Breves e Óbidos são corredores principais e foco das bases fluviais integradas; as rodovias BR-163 (Santarém-Cuiabá) e BR-010 (Belém-Brasília) também são pontos de escoamento para outras regiões, além de ambientes urbanos, núcleos em Belém e municípios próximos, com reiteradas prisões em flagrante”, destaca o delegado Davi Cordeiro.
Outra frente de ação do governo do estado no combate às drogas é o Programa Escola Segura, desenvolvido em parceria com a Secretaria de Estado de Educação (Seduc). O projeto, que envolve psicólogos, assistentes sociais e pedagogos, tem como objetivo garantir a segurança dos alunos e a prevenção dos usos de substâncias ilegais no ambiente escolar. O programa inclui ações de sensibilização e conscientização, por meio de palestras, rodas de conversa e dinâmicas de grupo nas 292 escolas estaduais monitoradas.
“Realizamos ações de prevenção, por meio de palestras, roda de conversas. É um trabalho de combate ao uso de drogas ilícitas nas escolas de todas as regiões do Estado. Nos últimos dois anos que estamos à frente do Programa, a gente observa que há redução nas ocorrências dessa natureza. Temos também uma parceria com o Programa Educacional de Resistências às Drogas e à Violência (Proerd), da Polícia Militar, que consiste em capacitar crianças e adolescentes para dizer não ao uso de drogas ilícitas, e também não à violência em geral”, ressalta o coronel da reserva Robinson Bezerra, coordenador do Núcleo de Segurança Pública e Proteção Escolar (Nuspe).
Ações Integradas no Combate ao Tráfico
O governo do Pará tem apostado em um modelo de integração de esforços entre diversas agências, incluindo a Polícia Civil, a Polícia Militar, a Polícia Rodoviária Federal e órgãos como a Seduc, para criar um sistema de segurança sólido e contínuo. As bases fluviais, a fiscalização nas rodovias e o monitoramento das escolas são apenas alguns dos elementos desse vasto sistema de combate às drogas, que visa não só à repressão, mas a educação e prevenção.
À medida que o número de apreensões de drogas no estado continua a crescer, a expectativa do governo estadual é de que essas ações integradas possam, de fato, reduzir o impacto do tráfico de drogas nas comunidades e na segurança pública, garantindo um futuro mais seguro para os cidadãos do Pará.
A população também pode ajudar a reduzir ainda mais os índices de violência utilizando o canal oficial do Disque Denúncia (181).
Por Rodrigo Neves com informações da Segup e Agência Pará
O Impacto