O POVO E O SISTEMA: O BRASIL ENTRE A ESPERANÇA E A CENSURA
Por Manoel Chaves Lima- Advogado tributarista e trabalhista, inscrito na OAB/PA nº 7677, com mais de 26 anos na advocacia cível
Vivemos tempos de confusão, desinformação e desalento. O povo brasileiro, outrora reconhecido por sua alegria, fé e esperança, hoje carrega o peso do desemprego, da insegurança e da falta de perspectivas.
São milhões de brasileiros sem trabalho, sem renda, sem saúde, sem educação de qualidade, sem saneamento básico, e sem sequer transporte digno para ir e vir. Enquanto isso, a elite financeira, a mídia convencional e os caciques políticos continuam trocando favores e discursos, como se o Brasil fosse apenas um tabuleiro de poder.
A triste verdade é que o povo virou espectador do próprio sofrimento. Vê, pelas telas dos celulares e televisores, uma avalanche de notícias e jogos que anestesiam o pensamento crítico.
A jogatina virtual, que cresce em ritmo alarmante, transformou-se em um dos símbolos dessa crise moral e econômica: o cidadão desesperado gasta o pouco que tem em busca de uma sorte que nunca vem. O sistema, impiedoso, sabe explorar até a esperança do povo.
A democracia que amordaça
Nunca se falou tanto em democracia, mas nunca o brasileiro se sentiu tão vigiado e silenciado. A promessa de uma internet livre e plural deu lugar a uma rede monitorada e controlada. O cidadão comum, que usa as redes sociais para expressar suas opiniões, vive sob o medo de ser “cancelado”, denunciado ou até punido por pensar diferente.
Fala-se em “regulamentar” as redes sociais, mas o que se vê é uma tentativa de restringir a liberdade de expressão — um direito sagrado, conquistado a duras penas. O discurso da “moderação” virou máscara para censura. E, pior: essa censura não atinge todos igualmente. Parece haver dois pesos e duas medidas, um padrão seletivo de quem pode e de quem não pode falar.
O resultado é um povo amordaçado, que desconfia até das próprias palavras, com medo de se expressar no WhatsApp, no Facebook, no X (antigo Twitter) ou em qualquer outro espaço digital. O Brasil vive uma liberdade apenas aparente — e o mais perigoso tipo de censura é aquele que se disfarça de proteção.
O sistema e a farsa das opções
A política nacional tornou-se um grande teatro. A cada eleição, o povo é “convocado” a escolher entre candidatos moldados e financiados pelo próprio sistema que os oprime. O discurso é novo, mas as práticas são antigas. Fala-se em renovação, mas o que se renova é apenas o figurino dos atores.
Enquanto isso, o brasileiro honesto, trabalhador e patriota, que quer um país justo, vê-se obrigado a votar em quem o sistema escolhe. O jogo é viciado: quem desafia o sistema é difamado, perseguido ou silenciado; quem o serve é recompensado com poder e proteção.
Essa não é a democracia sonhada pelos nossos pais. É um simulacro, uma encenação que ilude e manipula.
O silêncio que antecede a mudança
Mas nem tudo está perdido. Apesar do silêncio imposto, o povo observa. A dor educa. A injustiça desperta. E há um sentimento profundo de que algo precisa mudar. O brasileiro pode ser paciente, mas não é ingênuo. Sabe distinguir quem fala por amor à pátria e quem fala por interesse.
Há uma energia contida nas ruas, nas praças, nas igrejas e nos lares, que cedo ou tarde se manifestará novamente — nas urnas, nas atitudes e na consciência cívica de um povo que quer seu país de volta.
O Brasil não pertence à elite política, nem à mídia, nem aos grupos econômicos: pertence ao seu povo
E por mais que tentem calar as vozes livres, a verdade encontra sempre um jeito de se fazer ouvir.
A esperança brasileira nunca morreu — apenas foi abafada. Mas quando o povo desperta, não há censura que o detenha, nem sistema que o controle.
O Brasil é maior do que qualquer poder, porque a alma de sua gente é feita de fé, coragem e amor à liberdade.
O Impacto


