MUNDO – MARÍA CORINA MACHADO GANHA NOBEL DA PAZ POR SUA LUTA PELA DEMOCRACIA NA VENEZUELA
Líder da oposição na Venezuela, María Corina Machado é a ganhadora do Prêmio Nobel da Paz 2025, anunciou o Comitê Norueguês do Nobel, em Oslo, nesta sexta-feira (10).
A líder opositora venezuelana, de 58 anos, foi reconhecida “por seus esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos na Venezuela ”. O prêmio totaliza 11 milhões de coroas suecas (cerca de R$ 6,2 milhões).
Corina Machado é a 20ª mulher a vencer o Nobel da Paz, entre mais de 90 homens que já levaram o prêmio. Ela vive escondida na Venezuela desde que contestou amplamente o resultado das eleições presidenciais ocorridas em julho de 2024, marcadas pela falta de transparência e que deram, sem provas, a reeleição ao presidente Nicolás Maduro. O resultado não é reconhecido internacionalmente.
A líder opositora foi impedida de concorrer. Desde a eleição, o regime Maduro aumentou a repressão sobre ela e outros nomes da oposição, como o candidato Edmundo González. Corina Machado vive escondida na Venezuela e foi presa brevemente no ano passado
“O Prêmio Nobel da Paz de 2025 vai para uma campeã corajosa e comprometida da paz, para uma mulher que mantém viva a chama da democracia em meio a uma escuridão crescente. (…) Ela recebe o Prêmio Nobel da Paz por seu trabalho incansável na promoção dos direitos democráticos do povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, afirmou o presidente do Comitê Norueguês do Nobel, Joergen Watne Frydnes.
Frydnes disse que Corina Machado “sempre falou pelos direitos humanos e pelo povo venezuelano. Ela é o equilíbrio contra os tiros (do regime Maduro)”.
‘Uma das vozes mais corajosas da América Latina’
Segundo o Comitê Norueguês, María Corina Machado foi laureada por representar “um dos exemplos mais extraordinários de coragem civil na América Latina nos últimos tempos”.
O comitê descreveu a opositora como uma figura unificadora em um cenário político antes fragmentado, capaz de reunir grupos rivais em torno da defesa de eleições livres e da restauração do Estado de Direito.
“A democracia é uma condição prévia para a paz duradoura. Quando líderes autoritários tomam o poder, é essencial reconhecer os defensores da liberdade que se erguem e resistem”, destacou o comunicado.
Machado é fundadora do movimento Súmate, criado há mais de 20 anos para fiscalizar eleições e promover o voto livre no país. Ela se tornou símbolo da resistência ao regime de Nicolás Maduro, enfrentando perseguições, bloqueio de candidatura e ameaças à própria vida — mas, mesmo assim, decidiu permanecer na Venezuela.
“Ela manteve-se no país, mesmo sob grave risco, inspirando milhões de pessoas”, diz o comitê.
Fonte: G1
Imagem: Reprodução/Instagram @mariacorinamachado


