REDES SOCIAIS E A FORMAÇÃO DOS JOVENS: QUEM ESTÁ EDUCANDO NOSSOS FILHOS?
Por André Marinho da Silva – Pedagogo, Neuropsicopedagogo
As redes sociais estão moldando uma geração. Nunca foi tão fácil se conectar, se expressar e consumir conteúdo. Mas também nunca foi tão difícil para os jovens discernirem entre o que é real e o que é apenas aparência. A formação emocional, social e até ética dos adolescentes está sendo influenciada por algoritmos, influenciadores e tendências que mudam a cada semana. Nunca os jovens estiveram tão conectados — e, paradoxalmente, tão vulneráveis. As redes sociais transformaram a forma como adolescentes se comunicam, aprendem, se relacionam e constroem sua identidade. O que antes era vivido no espaço físico da escola, da família e da comunidade, hoje é mediado por telas, algoritmos e influenciadores digitais.
Essa nova realidade exige uma análise crítica e, sobretudo, uma tomada de responsabilidade por parte da família, da escola e da sociedade como um todo.
E onde estão os adultos nesse processo?
A família, que deveria ser o primeiro espaço de orientação, muitas vezes está ausente ou despreparada. Pais e responsáveis precisam entender que não basta entregar um celular e esperar que o jovem “se vire”. É preciso acompanhar, conversar, estabelecer limites e, principalmente, dar exemplo. O uso consciente das redes começa em casa. A família tem papel central na formação dos valores e na construção da autonomia dos filhos. No entanto, muitos pais se veem perdidos diante da velocidade das mudanças tecnológicas. Alguns optam por permitir o uso irrestrito das redes, outros proíbem sem diálogo. Ambos os extremos são prejudiciais.
A sociedade também tem sua parcela de responsabilidade. Precisamos de políticas públicas que promovam a educação digital, escolas que discutam ética online e comunidades que acolham os jovens em suas dúvidas e angústias. Não podemos terceirizar a formação de nossos filhos para o TikTok ou o Instagram.
As redes sociais não são vilãs. Elas podem ser ferramentas poderosas de aprendizado, expressão e conexão. Mas, sem orientação, tornam-se um terreno fértil para inseguranças, comparações tóxicas e desinformação.
A pergunta que fica é: quem está educando nossos jovens? Se não for a família, a escola e a sociedade, serão os algoritmos. E esses não têm compromisso com o bem-estar de ninguém.
O Impacto



Excelente abordagem.