A IMPLOSÃO DO STF E O DESGOVERNO LULA
Por Carlos Augusto Mota Lima – Advogado
As dinamites estão sendo colocadas nos pontos estratégicos. Um dos principais pilares já está comprometido, mas a implosão é calculada, nada pode dar errado. Tudo está sendo cuidadosamente planejado. Alguns inquilinos já começaram a se mudar, inseguros, temendo ser atingidos pelos escombros.
Aquilo que deveria representar a segurança jurídica do Brasil passou a ser, paradoxalmente, a maior ameaça às instituições e à própria democracia. Apesar de lamentável, esse processo acabou sendo necessário para despertar o povo brasileiro, que durante muito tempo permaneceu adormecido em berço esplêndido. Foi um despertar amargo, mas inevitável, para revelar as vísceras de um sistema corroído, ineficaz e cercado de privilégios que o mantêm blindado e perpetuado no poder.
A volta do governo Lula representa o retorno de práticas políticas ultrapassadas, baseadas em assistencialismo e populismo. A permanência do PT no comando por quase duas décadas simboliza o enfraquecimento dos valores éticos, a desvalorização do trabalho e a destruição da força produtiva nacional. O país mergulha novamente no ciclo do atraso, do desemprego e da baixa qualidade educacional.
Vivemos um cenário de estagnação econômica e desequilíbrio fiscal. A dívida pública cresce sem controle, as altas taxas de juros travam o mercado e o governo parece não se importar, apostando na destruição da economia e do agronegócio. Soma-se a isso a constante tentativa de tensionar as relações diplomáticas, especialmente com os Estados Unidos, enquanto se alimenta um discurso de soberania usado como cortina de fumaça para esconder a incompetência administrativa.
É incompreensível que um político condenado por corrupção e outros crimes tenha retornado ao poder, graças a decisões judiciais controversas que anularam processos e encerraram a Operação Lava Jato. O resultado foi um profundo descrédito do sistema jurídico e o agravamento da sensação de impunidade.
Os escândalos de corrupção drenaram trilhões de reais dos cofres públicos, em prejuízo direto ao povo brasileiro, especialmente nas regiões Norte e Nordeste. O atual governo, apesar de seu discurso popular, enfrenta rejeição nas ruas e dificuldades de diálogo com a sociedade. Mesmo assim, continua a gastar recursos públicos em viagens, eventos e ações de autopromoção, mantendo o mesmo discurso populista de outrora.
Mesmo após tanto tempo no poder, insiste em culpar governos anteriores, em especial o de Jair Bolsonaro, que, apesar das adversidades, conseguiu avanços importantes na economia e nas estatais, mesmo enfrentando dois anos de pandemia e a forte oposição de setores do Judiciário e da imprensa.
O Supremo Tribunal Federal, por sua vez, passou a exercer um protagonismo excessivo, interferindo em decisões políticas e provocando insegurança institucional. O episódio de 8 de janeiro é um exemplo claro de como as narrativas políticas se sobrepõem à análise jurídica e técnica.
O projeto político do PT não visa governar, mas perpetuar-se no poder, à semelhança de regimes autoritários latino-americanos. Essa sustentação depende do respaldo do STF, mas as fissuras já são visíveis. A instabilidade e as contradições dentro das instituições indicam que a implosão pode estar mais próxima do que se imagina.
Além disso, o governo reabre investigações sobre a pandemia, tentando imputar responsabilidades a Bolsonaro, quando, na realidade, casos graves de desvio de recursos, como os do Consórcio Nordeste e do então governador Flávio Dino, continuam sem apuração efetiva.
Em meio a esse quadro, Lula se coloca como o “salvador da pátria”, já em plena campanha eleitoral, amparado por pesquisas e veículos de comunicação que buscam reconstruir sua imagem. No entanto, a realidade é outra: o país vive um caos econômico e moral.
As previsões são preocupantes. Em poucos anos, poderemos enfrentar escassez de recursos até para pagar servidores e aposentados. O plano parece claro, tornar a população refém de programas assistenciais, mantendo-a sob controle político. A carga tributária cresce, o Estado se agiganta, e o cidadão se torna refém de um sistema que o oprime e o explora.
O povo brasileiro está à deriva. A esperança, neste momento, parece vir de fora, especialmente da pressão internacional contra regimes autoritários. A possível queda do governo venezuelano poderá estremecer as bases do lulismo e de sua aliança institucional.
O tempo dirá. Talvez a implosão venha antes das próximas eleições, revelando o que hoje ainda se tenta esconder. E, se as urnas repetirem o mesmo padrão da última disputa, restará ao povo se perguntar: os eleitores estavam, de fato, do lado de fora, ou dentro das urnas?
Sobre o autor
Advogado criminalista, inscrito na OAB/PA sob o nº 4725. Ex-professor de Direito Penal da Universidade da Amazônia (UNAMA) e da Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), em Santarém.Pós-graduado em Ciências Penais, Direito Constitucional e Segurança Pública.Ex-delegado de Polícia Civil, tendo exercido as funções de Delegado Regional e Corregedor Regional do Oeste do Pará, além de ex-Defensor Público do Estado.


