MILTON CORRÊA

TRABALHO ACADÊMICO DE CONCLUSÃO DE CURSO. A NOTA DESSE TRABALHO FOI EXCELENTE.

UM TRABALHO DE CONCLUSÃO DO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM JORNALISMO CIENTÍFICO

Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA)

Curso de pós-graduação lato sensu em Jornalismo Científico

PROJETO DE TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

Reportagem Especial (com enfoque científico)

Projeto de Pesquisa sob forma de reportagem especial de conclusão de curso de pós-graduação lato sensu apresentado à Universidade Federal do Oeste do Pará, como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Jornalismo Científico.

Tema: Poluição Ambiental

Título: A sobrevivência dos igarapés na Amazônia Paraense: Um estudo de caso com o igarapé Urumari em Santarém – Pará

Natureza do Trabalho: Reportagem Especial

Suporte de apresentação: Mídia Impressa

Autor: MILTON JOSÉ RÊGO CORRÊA

Orientadora: PROFESSORA DOUTORA ALDA CRISTINA COSTA

Santarém-Pará (2013)

OBJETIVO

Geral

Elaborar matéria jornalística, refletindo sobre a importância dos igarapés na Amazônia paraense, especificamente o Igarapé Urumari, no município de Santarém, considerando dados demográficosdas populações dossetebairros cortados pelo igarapé (Vigia, Santo André, Urumari, Jutaí, São José Operário, Área Verde e Uruará), bem como a história recente de degradação e mau uso, poluição, tristeza e morte.

Nesta reportagem especial, pretende-se mostrar a real situação que o Igarapé Urumari está passando, em virtude das alterações ocasionadas pela degradação ambiental;

Específicos

  • Registrar quais os principais impactos ambientais verificados no igarapé;
  • Investigar como a legislação ampara a proteção ao meio ambiente, neste caso ao ecossistema de igarapés;
  • Sugerir algumas ações de recuperação ao igarapé.

PROBLEMA DE PESQUISA

Há anos o ecossistema do Igarapé Urumari vem sendo agredido e devastado por inúmeros crimes ecológicos cometidos por madeireiras, proprietários de serrarias, criadores de porcos e búfalos, além da presença crescente de famílias que, não tendo onde morar constroem palafitas às margens do igarapé.

Até que ponto a agressão ambiental contra o Igarapé Urumari pode comprometer a vida dos moradoresdos sete bairros por onde passa e comunidades do entorno?

HIPÓTESE:

O Poder Público municipal, proprietários de serrarias, criadores de porcos além da presença crescente de famílias que, não tendo onde morar constroem palafitas às margens, são responsáveis pelos crimes ecológicos cometidos no igarapé Urumari. Ao longo dos anos, os governos municipais têm contribuído de forma sistemática com os crimes ambientais, quando deixam de realizar obras e serviços na organização da rede de esgoto da cidade, permitindo que as atividades econômicas e a ocupação desordenada contaminem o igarapé.

JUSTIFICATIVA:

O igarapé Urumari, até vinte anos atrás tinha suas águas cristalinas e contribuía para o fortalecimento do meio ambiente no município de Santarém, região do Baixo Amazonas, no Oeste do Pará. Durante muitos anos, foi fonte de captação hídrica por dezenas de famílias do bairro do mesmo nome (Urumari) e de comunidades vizinhas, que hoje fazem parte da área urbana da cidade de Santarém.Com a comprovação de contaminação, como constata a pesquisa através de exame físico químico e bacteriológicosuas águas tornam-se imprópria para o consumo humano.

METODOLOGIA

A reportagem foi desenvolvida a partir do método descritivo, fundamentada em um estudo de caso, categoria de pesquisa cujo objeto é uma unidade que se analisa de forma aprofundada. Ou seja, o estudo de caso tem a finalidade de compreender, na visão de Yin (1989), os fenômenos sociais complexos, permitindo uma investigação para se preservar as características como um todo e significativas da realidade. Leva-se em consideração, na elaboração da matéria, os seguintes fatores importantes dentro de um estudo de caso: a importância do assunto selecionado; a extensão de conhecimento sobre o assunto, e o grau de enfoque em acontecimentos históricos em oposição a acontecimentos contemporâneos.

De acordo com Gode e Hatt (1969), o estudo de caso não é uma técnica específica, mas um meio de organizar dados sociais, preservando o caráter unitário do objeto social estudado, ou, uma análise intensiva de uma situação particular, ou uma descrição de uma situação gerencial.

O estudo de caso é uma inquirição empírica que investiga um fenômeno contemporâneo dentro de um contexto da vida real, quando a fronteira entre o fenômeno e o contexto não é claramente evidente e onde múltiplas fontes de evidência são utilizadas YIN,1989, 23).

Assim estão conciliados os princípios da pesquisa qualitativa do estudo de caso, que, de acordo com Minayo (1994), responde a questões muito particulares. Ela se preocupa, nas ciências sociais, com um nível de realidade que não pode ser qualificado. Entendemos ser esta a melhor maneira de analisar as características que englobam o nosso objeto de estudo.

É também uma pesquisa descritiva, que segundo Becker (2003), consisteem descrever características de determinado fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Para isso foi utilizado como fonte de informações a respeito do necessário aprofundamento deste trabalho, a pesquisa em revistas, livros, sites, Trabalhos Acadêmicos já produzidos sobre o assunto, entrevistas com especialistas, com autoridades ligadas ao tema da poluição ambiental, como é o caso do promotor de Justiça do Meio AmbientePaulo Arias Carvalho Cruz, o Secretário Municipal de Meio Ambiente Podalyro Neto, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara Municipal, vereador Rogelio Cebulisk e a professora YngleaGoch, profunda conhecedora do assunto em tela. O objetivo foi incluir a abordagem do problema, considerando a relação dinâmica dos sujeitos e da pesquisa, com seu mundo real, dando ênfase para uma situação problema, causada pelo ser humano e que o afeta frontalmente, que é a degradação ambiental, como ocorre com o objeto deste estudo, o igarapé Urumari.

A sobrevivência dos igarapés na Amazônia Paraense: Um estudo de caso com o igarapé Urumari em Santarém – Pará

Vida ou morte do igarapé Urumari

A presente reportagem objetiva materializar a atual realidade de agressão ao meio ambiente em um dos principais mananciais hídricos da cidade de Santarém, na região Oeste do Pará.Antes de águas cristalinas, o igarapé Urumarique percorrecerca de 13 quilômetros até desaguar no rio Amazonas , passa por sete bairros, desde sua nascente, na Serra do Saubal, até sua foz, no Rio Amazonas (Bacia do Maicá). Os bairros que têm o igarapé como fonte de água e de atividades são: Vigia, Santo André, Urumari, Jutaí, São José Operário, Área Verde e Uruará. O igarapé serve de habitat para uma riqueza significativa de seres vivos, marcado aindapor palmeiras em trechos de suas margens, árvores típicas da mata ciliar, que servem de proteção e fonte de alimentação para qualquer recurso hídrico, com predominância dos buritizeiros ou miritizeiros, que contribuem não apenas para a beleza do igarapé, mas tem uma função ecológica de extrema importância.

Uma análise feita pelo Laboratório de Provas Básicas de Água, da Divisão de Vigilância em Saúde do Município de Santarém (DIVISA), comprovouque a água do igarapé Urumari é imprópria para o consumo humano. A contaminação é provocada pela ocupação desordenada do igarapé e de seu entorno, bem como pelainstalação de atividades que contribuem para a poluição do manancial.

Na presente matéria foram ouvidosespecialistas e autoridades em meio ambiente, como a professora YngleaGoch (UFOPA), o secretário municipal de Meio Ambiente Podalyro Neto, o presidente da Comissão de Meio Ambiente da Câmara vereador Rogelio Cebulisck e o promotor público do Meio Ambiente, Paulo Arias Carvalho Cruz, com a finalidade de diagnosticar a realidade do igarapé e à agressão ambiental. Foram entrevistados também moradores que vivem o dia a dia dessa realidade no entorno do igarapé Urumari.(Continua na próxima edição).

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