O big stick de Jarbas Vasconcelos

Existem várias formas de epicentros de poder atuarem. Vai do soft power do Papa Francisco, que reergueu o catolicismo no mundo, ao hard power do Vladmir Putin, que fez a Europa e Barack Obama engolirem provocações e ofensas globais.
Neste início de século no Pará, não há fenômeno político como o personificado em Jarbas Vasconcelos, presidente da OAB estadual, que se promove por ser a única unanimidade dos dois impérios de comunicação que dividem o poder da mídia na Grande Belém (jornal Diário do Pará/RBA e o jornal O Liberal/TV Liberal), dos quais se utiliza com competência, e, sem possuir cargo de poder na estrutura político-partidária, acaba representado incessante fator de desgaste do governo Simão Jatene, que apeou do maior cargo majoritário do Estado a então governadora Ana Júlia Carepa – esta teve a campanha financiada por Vasconcelos, um dos advogados mais ricos do país.
Além de presidente da OAB do Pará, com grande articulação no Conselho Federal da entidade, Jarbas Vasconcelos controla os mais poderosos sindicatos de trabalhadores, e uma das facções mais fortes do Partido dos Trabalhadores – PT. Aliás, especula-se que Vasconcelos será candidato a prefeito de Belém, donde pretende atingir o governo do Estado. Esse projeto já é antigo, mas foi interrompido pela desmoralização sofrida ao ser afastado por 6 meses da presidência da entidade devido a graves irregularidades na venda de imóvel da entidade de classe.
No exercício do seu peculiar poder, Jarbas caracteriza-se por passar por cima de quem quer que seja, como um Putin ao tucupi, como no recente evento em que massacrou moralmente dois destacados advogados em atuação no Pará, mas não se desculpou ao serem reveladas as ofensas, apenas lamentou que tenham divulgado tanto.
Apesar desse perfil, Jarbas Vasconcelos hoje exerce indiscutível poder junto ao Poder Judiciário do Estado e mesmo junto àquele que escolheu como seu principal alvo, o governador Simão Jatene, por meio de relações de toda ordem, que formam um big stick.
Tanto é verdade que, no meio jurídico e judicial, se dá como certo que o candidato declarado de Vasconcelos à vaga de desembargador na vaga do quinto constitucional do TJE, o advogado Luiz Neto, será nomeado por Jatene. Não só os advogados que concorrem, como os profissionais mais informados no meio forense assim o sabem, como os próprios desembargadores não alinhados ao candidato de Jarbas impressionam-se com a invencível articulação de um desembargador que tem força plena nesta terra, em favor do advogado Luiz Neto.
Através de um cerco de circunstâncias, conveniências, influências Jarbas Vasconcelos colocou o rei Jatene em xeque-mate, de maneira que, tudo leva a crer, ele deve acrescentar mais essa potestade à estrutura de poder daquele que é a maior oposição e a maior promessa político eleitoral do PT e dos adversários do PSDB.
Fonte: RG 15\O Impacto