O NOSSO CORREDOR DA MORTE

Mesmo no que pese a minha formação religiosa, não me emocionei muito com o cumprimento da pena do brasileiro, Marco Archer na Indonésia, desculpe-me, caro leitor. Fiquei refletindo apenas, sobre a preocupação da nossa diplomacia, inclusive retirando o nosso embaixador da capital daquele país, pela nossa presidente, numa demonstração de que não foi atendido em seu pedido para evitar o cumprimento da sentença de morte ao brasileiro, querendo, ao meu ver, interferir na soberania nacional daquele País.

Ora, alguns acharam, após a demonstração do esforço da presidente, que as leis da Indonésia são uma barbárie. Da época do medievalismo ou da inquisição coisa e tal. Mas não se vê, diariamente, esse mesmo esforço, contra os nossos “corredores da morte”. Veja bem que a sentença está no plural. Pois não temos só um, temos vários corredores da morte. Quer ver?

O maior e mais constante que mata muitos brasileiros é o corredor da saúde, Nos quatro cantos do País. O retrato da execução é a mesma, centenas a milhares de brasileiros, morrem diariamente, na fila, sem atendimento, falta de vaga, de leitos, medicamentos, de médicos motivados para improvisar. Alguns pensando que terão melhor atendimento compram os Planos de Saúde. Estes se alastraram pelo País, por pura falta de competência e de interesse do governo em prestar um serviço de qualidade ao cidadão.

Outro corredor que também continua apresentando mortes, diariamente, do Oiapoque ao Chuí é o das tais “balas perdidas”. (Para mim, não são perdidas. Elas tinham um alvo. São sem destinatário, porque ela atinge alguém, então, não foi perdida!). Com intensos tiroteios, numa demonstração do descaso, do abandono do governo que insiste em dizer que temos apenas, uma “sensação de violência”. Esta não existe. Será? Ninguém pode ir e voltar tranquilamente, não é uma “sensação”, é uma insegurança pura e simples, se assim não fosse, não precisaria que os policiais, ostentassem esse aparato todo, como se fosse para uma “guerra”. Uma verdadeira “guerra Urbana”. Antigamente, usavam apenas um cassetete e um sabre.

Quer outro corredor da morte: as tais milhares de “Creches” mal equipadas, sem recursos humanos suficientes para cuidar da nossa infância. Vai mais além, as escolas abandonadas, caindo aos pedaços, e muitos jovens sem freqüentá-las, principalmente, neste momento do tal “retorno às aulas”. Nela, também, falta merenda escolar, algumas, aqui em Santarém, principalmente, já chegaram a oferecer, banana com farinha, e isca de Mapará.

Ainda vem o corredor da morte das moradias dos chamados projetos “Minha casa, minha vida” a falta de saneamento básico, e esgotos, colocaram o nosso JUÁ, está no corredor da morte, assim como o lago PAPUCU, o MAPIRI e O MAICÁ com portos que serão construídos e serão aterrados do Lago até o Rio Amazonas, com a retirada de muitas residências.

Seguindo a fila do corredor, ainda vem o transporte urbano. Outro dia me perguntaram se haveria condições de acabar com o mototaxista no País. Eu disse que não! Era impossível acabar por, exclusiva falta de “competência” do governo que não oferece um serviço de transporte urbano com qualidade para a população, quer seja ônibus, trem ou metrô”. Então, os mototáxis tomaram conta das ruas e passaram a ser os maiores causadores de morte. Eis o outro corredor da morte, aqui no Brasil, principalmente, por falta de fiscalização adequada. Ao lado desses corredores, ainda vem, os presídios sucateados e o sistema penal falido, e a facilidade do livre trânsito, para entrada de substâncias entorpecentes no País. Queimar gente viva. No morro do Rio de Janeiro os traficantes queimaram no “micro ondas”, o jornalista Tim Lopes. E por aí, vai, até chegar a corrupção, o maior deles.

Então, o corredor da morte, não é só onde lei penal de “Pena de Morte”, cada país, com sua forma de execução. Aqui no Brasil, a pena de morte é explícita, mas presente, no dia a dia. Está no descaso do governo e de seus secretários e demais ASPONES.

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PARA REFLETIR: “A REVOLUÇÃO DE 64 E O IMPEACHMENT DO EX-PRESIDENTE COLLOR SÓ OCORRERAM APÓS AS MANIFESTAÇÕES NAS RUAS. A INSATISFAÇÃO DOS BRASILEIROS É UM COPO QUE ESTÁ ENCHENDO-(Senador José Agripino, presidente do DEM – RN).

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