Aluno mata inspetor de escola em Ananindeua
Os tempos de violência não dispensam nem os locais onde se apreende. Tarde de sexta-feira (13), no bairro do Coruçambá, em Ananindeua, Região Metropolitana de Belém. A escola municipal Príncipe da Paz teve a rotina quebrada com três disparos de arma de fogo e no chão um inspetor da escola ensanguentado pedindo para não morrer.
Bem à sua frente um aluno da escola, de apenas 15 anos, exibindo uma arma de fogo, a mesma que acabou matando o professor depois que este foi chamado atenção pelo inspetor Antônio Carlos Coelho, de 55 anos, dos quais 20 anos dedicados à escola Príncipe da Paz, que, segundo seus colegas, era o seu segundo lar.
Um amigo de trabalho tinha as marcas de sangue na roupa, pois socorreu o inspetor Antônio Carlos até a Unidade de Pronto Atendimento do bairro do Icuí onde o professor já chegou sem vida, deixando todos na escola Príncipe da Paz perplexos diante de tamanha violência.
O DIÁRIO apurou que o adolescente infrator foi chamado à atenção pelo inspetor Antônio Carlos Coelho, pois estava em uma sala que não era a dele, tendo este ameaçado o professor de morte e imediatamente se retirado da escola, mas afirmando que voltaria para matá-lo.
Tanto o professor como seus colegas que presenciaram o fato não acreditaram que o infrator voltaria para cumprir a promessa, mas, passados alguns minutos, ele pulou o muro da escola e foi inquirir o professor Antônio Carlos e, na sequencia, sacou de um revólver que trazia escondido debaixo da camisa e disparou três vezes contra o inspetor.
O laudo médico informa que Antônio Carlos Coelho teve três perfurações no corpo, sendo uma na cabeça que o levou à morte. O infrator, ao cometer o crime, fugiu pelo mesmo local onde invadiu a escola e teria fugido com apoio de um comparsa que o esperava em uma motocicleta.
Tão logo aconteceu o crime, policiais militares e civis estiveram na escola Príncipe da Paz em busca de informações e tiveram alguns detalhes que chamaram a atenção. O adolescente infrator foi matriculado na escola este ano, depois que foi ameaçado de morte na escola onde estudava.
Os policiais estiveram no endereço que constava como residência do adolescente, no parque Daniel Reis, no entanto, o mesmo não foi encontrado. Colegas do inspetor Antônio Carlos estavam revoltados com o crime e uma mãe de um aluno se disse indignada e revoltada com o homicídio.
O inspetor Antônio Carlos Coelho era divorciado e deixou quatro filhos. Segundo os colegas, ele adorava o trabalho e fazia da escola um segundo lar. Era sempre solícito e apaziguador nos momentos mais difíceis.
Fonte: DOL