Médica denuncia falta de remédios no Município

Dra. Roberta Bezerra está apelando aos fornecedores para doarem remédios para a UPA 24 horas
Dra. Roberta Bezerra está apelando aos fornecedores para doarem remédios para a UPA 24 horas

Uma série de denúncias de ordem administrativa foram feitas por uma funcionária da Unidade de Pronto Atendimento (UPA/24 Horas), localizada no bairro da Cohab, na rodovia Santarém/Curuá-Una, contra a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Ela revelou que a UPA está passando por diversos problemas, como a falta de medicamentos, para o tratamento dos pacientes. A médica Roberta Bezerra declarou que está indignada com o problema.

“Fico com vergonha dos pacientes que não melhoram e não tem como melhorar sem remédio! Para meus pacientes do posto eu dou muito remédio que peço dos representantes, sou conhecida por ser “pidona” porque não tem no posto nada, e os pacientes são muito carentes. Então, peço muito para os representantes pra tentar ajudar e suprir essa demanda na UPA e no HMS, não tem como fazer muito isso porque é urgência. No posto não tem remédio básico pra pressão e diabetes, coisa barata, não tem remédio para os pacientes psiquiátricos que entram em surto porque não tem medicação e não tem dinheiro pra comprar. Ta péssima a qualidade da saúde de Santarém, parece que ta jogada ao léu. O pessoal da Secretaria só quer saber de mandar e não faz nada de volta pra ajudar”, declarou Dra. Roberta Bezerra.

COMISSÃO DE SAÚDE DA CÂMRA APURA DENÚNCIA: A Comissão de Saúde da Câmara de Santarém esteve, na manhã de quarta-feira, 06, em visita na UPA 24 horas, para apurar denúncia feita pela médica Roberta Bezerra, de que medicamentos básicos estariam em falta, comprometendo o trabalho dos profissionais, bem como o atendimento adequado a população.

Os Vereadores Dayan Serique – Presidente da Comissão de Saúde, Ivete Bastos – Membro da Comissão e os vereadores Junior Tapajós, Ana Elvira e Emir Aguiar, ouviram a Coordenadora da UPA, enfermeira Ana Emília e a médica Roberta Bezerra, ambas confirmaram a falta de medicamentos, embora não havendo consenso entre elas no que se refere ao comprometimento do serviço.

Para a coordenadora da UPA, quando não há medicamento específico, o material é substituído por outro similar. Por sua vez a médica Roberta Bezerra confirmou de forma categórica que pacientes estão retornando com dores, por não ter medicamentos básicos e essenciais para assegurar a vida e o tratamento digno para quem procura aquela unidade de saúde.

Durante a visita, os parlamentares perceberam que a Unidade é bem equipada, padrão 3, conta com Desfibrilador, Respirador, Canalização de gases e diversos instrumentos vitais para o bom atendimento, o problema está na ausência de medicamentos, que embora sejam solicitados mensalmente pela Farmacêutica a unidade recebe alguns pela metade e outros não são atendidos, o que acaba por gerar conflitos dentro da unidade entre os profissionais. No entanto, é unânime entre as partes, que a problemática tem origem na falha no atendimento na atenção básica, ou seja, os postos de saúde não estão atendendo como deveriam, o que gera uma migração de pacientes que não possuem o perfil de Urgência e Emergência para a UPA, fazendo com que ocorra superlotação e o consumo de medicamentos e atendimentos de quem seria o paciente prioritário do sistema oferecidos pela UPA.

“Como Vereador e presidente da Comissão de Saúde entendo que esta situação é insustentável e, que precisa ser corrigida e que medidas cogentes e urgentes precisam ser tomadas pela Secretaria de Saúde, para garantir um atendimento digno ao cidadão e dar condições de trabalho aos profissionais da saúde”, disse o vereador Dayan Serique.

Para ele, uma saída para a resolução deste problema seria adimplemento da Secretaria de Saúde de Santarém junto aos seus fornecedores, para normalizar novamente a entrega de medicamentos. Dayan informou que para que isso ocorra, o município de Santarém, precisa receber o crédito que possui junto ao Governo do Estado do Pará na ordem superior a R$ 7.000.000,00.

“Dívida essa que já vem desde 2014 e que tem prejudicado as finanças da SEMSA e por conseguinte a saúde dos santarenos. Mobilizaremos as forças políticas locais, da região e iremos até a Secretaria de Saúde do Estado – SESPA, para garantir que Santarém possa receber o que é de direito e continuar a prestar bons serviços na área da saúde a todos aqueles que batem à sua porta, dando-lhes um atendimento eficiente e humano”, garantiu Dayan.

Por: Manoel Cardoso

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