OAB: “mudança de escritório da celpa é retrocesso”

Na manhã de terça-feira, 02, uma Sessão Tribuna Livre debateu sobre a transferência do sistema operacional da Celpa Equatorial de Santarém para Belém. Participaram do encontro representantes da Celpa Equatorial, do Sindicato dos Urbanitários de Santarém, vereadores; o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ubirajara Bentes Filho e membros da Sociedade Civil Organizada.

De acordo com o presidente da OAB/Santarém, Dr. Ubirajara Bentes, a mudança do escritório de atendimento ao consumidor para a cidade de Belém vai se consolidar como uma perda muito grande para a população de Santarém e da região oeste do Pará. “O que a Celpa deve fazer é melhorar o atendimento à população e não transferir a gerência para a capital. A sociedade precisa ser prioridade, já que o serviço não está sendo feito de boa qualidade. As interrupções de energia são constantes e o consumidor não é informado na maioria das vezes”, comenta Dr. Ubirajara Bentes Filho.

Nessa questão da mudança de local do escritório da Celpa, segundo ele, toda a sociedade deve se unir, assim como o Poder Legislativo, o Executivo, entidades que representam a população e a própria OAB, no sentido de solicitar esclarecimentos, se for o caso interpelar e no último caso entrar com uma ação judicial.

“A OAB já tem uma ação judicial contra a Celpa. Infelizmente a Celpa não mandou representante para a sessão, nem o Ministério Público Estadual (MPE), nem o PROCON Municipal, nem o PROCON Estadual”, disse Dr. Ubirajara.

Para ele, essas ausências foram sentidas no encontro, porque os referidos órgãos poderiam responder com melhor propriedade os questionamentos da população. “O Ministério Público defende os interesses coletivos e difusos e poderia dar uma palavra nesse sentido, até mesmo para entrar com uma Ação Civil Pública ou um Mandado de Segurança na defesa dos interesses da população. Queremos que a Celpa não tire o escritório de Santarém”, falou.

O Presidente da OAB/Santarém, Dr. Ubirajara Bentes, revela que seu posicionamento é contra essa transferência, porque vai inviabilizar o atendimento ao usuário por não ter condições de ir até a capital na busca de solucionar os inúmeros problemas existentes. “Além disso, essa transferência vai fragilizar os anseios da população de emancipação da região, por se tratar de uma tentativa de desarticulação, tirando a gerência do serviço de energia elétrica aqui da região”, afirmou Dr. Ubirajara.

SESSÃO TRIBUNA LIVRE: A Câmara de Santarém realizou sessão de tribuna livre, na última terça-feira, 02, para discutir com a sociedade local e regional, Poder Executivo municipal e Legislativo do Estado a possibilidade do Grupo Equatorial (REDE CELPA) transferir para a capital do estado, Belém, as atividades desenvolvidas pelo Centro de Operação e Distribuição (COD), da regional de Santarém. O pedido da sessão foi de autoria da vereadora Ana Elvira de Mendonça Alho (PT).

Participaram da audiência os vereadores Rogélio Cebuliski (PSB), Ivete Bastos (PT), Ana Elvira Alho (PT), Dayan Serique (PPS), Henderson Pinto (DEM), Erasmo Maia (DEM), Geovani Aguiar (PPS), Luiz Alberto (PP), Silvio Neto (PSD), Marcela Tolentino (SDD), Júnior Tapajós (PMDB), Emir Aguiar (PR), Marcílio Cunha (PMN), Silvio Amorim (PRTB) e Gerlande Castro (SDD) e todos foram unânimes que a Rede Celpa mantenha em Santarém os serviços operacionais.

PREOCUPAÇÃO: O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Santarém (STTR), Edivaldo Matos, disse que a decisão da Rede Celpa é motivo de preocupação porque grande parte do Município já é atendida com o programa do Governo Federal “Luz para Todos”. Além disso, segundo ele, sabe-se das dificuldades que os usuários têm para resolver problemas junto ao escritório local da Rede Celpa. “Se o serviço for transferido vai se tornar um verdadeiro caos. Por isso, o STTR é contra a retirada do Centro de Operações de Santarém para Belém”, sentenciou.

Edivaldo Matos disse que as regiões mais distantes do Município ficam praticamente desassistidas pelos serviços de manutenção da Rede Celpa, como é o caso do Lago Grande, Arapixuna, Arapiuns e Tapajós.

Por: Manoel Cardoso