Senado instala CPI da CBF e Romário é eleito presidente por aclamação
O Senado instalou na tarde de terça-feira (14) uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) a fim de investigar supostas irregularidades em contratos assinados pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para a realização de partidas da seleção brasileira de futebol.
A CPI foi criada em maio deste ano e também vai investigar contratos da CBF relacionados a campeonatos organizados pela entidade, à Copa das Confederações de 2013 e à Copa do Mundo de futebol de 2014. O prazo para a conclusão dos trabalhos é de 180 dias.
O senador Romário (PSB-RJ), um dos principais críticos da entidade, foi eleito presidente da CPI por aclamação. A relatoria dos trabalhos ficará com o senador Romero Jucá (PMDB-RR), designado por Romário para o cargo.
Inicialmente, a CPI contaria com sete membros titulares e sete suplentes. As indicações para a composição da comissão, porém, passaram por negociações entre os partidos, e as legendas decidiram que o grupo será integrado por 11 parlamentares.
A comissão será composta pelos senadores Humberto Costa (PT-PE), Zezé Perrella (PDT-MG), Ciro Nogueira (PP-PI), Donizeti Nogueira (PT-TO), Eunício Oliveira (PMDB-CE), Romero Jucá (PMDB-RR), Omar Aziz (PSD-AM), Álvaro Dias (PSDB-PR), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Romário (PSB-RJ) e Fernando Collor (PTB-AL).
“Nós todos sabemos que vivemos um momento muito ruim, muito negativo, no nosso futebol, e, por meio de uma CPI séria e dedicada, como eu tenho certeza que vai ser esta daqui, a gente vai ter a possibilidade de repaginar o nosso futebol, de modernizar o futebol brasileiro, e, principalmente, de moralizar o que vem acontecendo no esporte em geral, principalmente no nosso futebol”, afirmou Romário durante a reunião.
INVESTIGAÇÕES: Em maio, o ex-presidente da CBF José Maria Marin e outros seis dirigentes da Fifa foram detidos pelo serviço de inteligência norte-americano (FBI) e pela polícia suíça em Zurique por suspeita de corrupção.
Segundo as investigações, Marin teria recebido R$ 19,6 milhões em propina em um esquema de corrupção envolvendo a organização da Copa América. O dirigente também é apontado como destinatário de propina decorrente de contrato de uma competição nacional.
Duas linhas de apuração da investigação do FBI dizem respeito diretamente ao Brasil: suspeita de superfaturamento em contrato da CBF com uma empresa de fornecimento de material esportivo e compra de direitos de transmissão por agências de marketing esportivo de Copa América Centenária, edições da Copa América, Libertadores da América e Copa do Brasil.
Além disso, o FBI investiga também suposto pagamento de propina dos organizadores das copas da Rússia, em 2018, e no Catar, em 2022, a dirigentes da Fifa, para garantir que os países fossem escolhidos como sedes.
Fonte: G1 Brasília