SEMMA ameaça desempregar pais de famílias
O Secretário Municipal de Meio Ambiente de Santarém, Podalyro Neto, anunciou nesta semana que planeja realizar a retirada de todos os trabalhadores que lavam carros na orla da cidade. De acordo com a Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), o principal objetivo da ação é evitar a poluição do Rio Tapajós. A água utilizada na lavagem dos veículos se torna um verdadeiro veneno, uma vez que o líquido resultante da atividade é extremamente prejudicial ao meio ambiente, pois é contaminado com diversas partículas de sujeiras, detergentes e óleos. Atualmente, água contaminada é lançada no Rio Tapajós através das galerias pluviais, sem nenhum tipo de tratamento.
Nos próximos dias, a SEMMA deve iniciar o processo de notificação dos lavadores de carros. Porém, ainda não informou como a ação irá acontecer, e nem qual punição será aplicada àqueles trabalhadores que não cumprirem a solicitação.
A população está divida sobre o tema. O certo é que o anúncio do Secretário trouxe para mesa de debate questões importantes quanto às ações efetivas da SEMMA, que, ao mesmo tempo em que age em determinado segmento, faz vistas grossas a diversos outros crimes ambientais existentes em nosso Município, como por exemplo, o denunciado pela nossa equipe de reportagem na edição passada, sobre as empresas que estão soterrando o igarapé do Irurá.
O lavador Cleoton Luiz, de 42 anos, se mostra indignado com a situação. O pai de família que há 28 anos trabalha lavando carro na orla, mais precisamente em frente ao Museu João Fonna, diz que nunca foi notificado pela SEMMA, e que a única fonte de renda que possui vem dos serviços de lavagem de carros.
“Não quero nem imaginar o que vai ser da minha vida caso a SEMMA nos retire daqui, eu não sei outra profissão. Minha vida toda eu trabalhei aqui. Porque eles vêm mexer com a gente, nós só queremos trabalhar. Eles deveriam buscar resolver outras coisas que poluem o rio. É mais fácil mexer com a gente, como dizem por aí, que somos peixes pequenos. Não é de hoje que eu acompanho diversas situações que prejudicam o rio. Todas as embarcações que atracam na orla despejam lixo no rio. As balsas que atracam na Vila Arigó, quando fazem a limpeza jogam tudo que não presta dentro do rio”, reclama o lavador de carros.
Por toda extensão da orla é possível encontrar aproximadamente sessenta trabalhadores lavando carros, divididos em diversos horários. Muitos pais de famílias atuam há mais de 20 anos. Outros iniciaram a atividade recentemente. Estão lavando carros como a última alternativa diante da crise de emprego que assola Santarém e o Brasil.
Grupos de trabalhadores já estão se organizando no sentido de buscar uma solução. Todos estão muito apreensivos com a possibilidade de perderem o único trabalho que têm. A grande presença de veículos na orla é o principal atrativo para que os trabalhadores se localizem nessa área, bem como o fácil acesso a água do Rio Tapajós. A clientela é bastante diversificada. Os moradores, comerciantes e taxistas são os principais clientes dos lava jatos da orla. Todos os dias os lavadores atendem em média dez clientes.
Para o comerciante João de Assis, 32 anos, a opção de lavar o carro na orla tem como principal vantagem à comodidade. “Eu venho toda semana fazer compras para o meu comércio, chego pela parte da manhã e saio depois do meio dia, e neste tempo aproveito para deixar meu carro para lavar. Na minha opinião, o que SEMMA está se propondo a fazer, é muito pouco diante da realidade”, declarou.
As opiniões contrárias à saída dos lavadores de carros da orla usam o argumento de que somente a retirada desses trabalhadores é insuficiente para contenção da poluição do rio. Dizem que Prefeitura deveria trabalhar pela revitalização completa da orla, principalmente efetivar um projeto para retirar a atracação de embarcações da área e fazer o reordenamento da Avenida Tapajós, logradouros públicos e calçadas. Tudo isso sem falar, que a retirada dos lavadores da orla da cidade, irá deixar vários trabalhadores sem renda para sustentar suas famílias.
Parte da população que é favor da saída dos lavadores de carros da orla, garante que já passou da hora do governo agir sobre esta questão. Acredita que a situação é caso de saúde pública, um verdadeiro crime ambiental que acontece todos os dias bem na frente da cidade. Também relacionam o caso, com as reclamações que recebem dos turistas que visitam a cidade, que sempre questionam sobre o despejo de água contaminada diretamente no rio.
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Por: Edmundo Baía Junior
À necessidade do ordenamento urbano, que compete à municipalidade, às vezes traz medidas amargas, mas nem por isso deve deixar de ser adotada. Transformar a via pública em lava jato, como constatei pela minha última passagem por Santarém, é atividade que não se compatibiliza com uma cidade do porte e da beleza de Santarém, além poluir e concorrer de forma desigual com quem paga tributos, salários e encargos para manter esse serviço comercialmente organizado. Parabéns Secretário, pela coragem moral de levar à frente sua missão, via de regra espinhosa como induz a própria notícia.
ATÉ QUE ENFIM COMEÇAM A POR FIM AOS ABUSOS EM NOSSA CIDADE.DE NADA ADIANTA ARRUMAR AS RUAS E DEPOIS DEIXAR QUE INSTALEM OS NEGÓCIOS MAIS ESDRÚXULOS QUE SE POSSA IMAGINAR. PARABÉNS, SECRETÁRIO !
Não pagam impostos, poluem à vontade,impõem o preço,ficam valentões quando não deixamos que lavem,cobram mais caros que postos autorizados, julgam-se proprietários do espaço público. E depois, a exceção é a regra da esculhambação. Está certo o Secretário,senão daqui a pouco toda orla estará sob o domínio deles !
Quando se estaciona naqueles trechos,logo aparece um lavador mandando retirar o carro se não deixar que lavem,enfim se adonaram da área pública; não é pouco o valor qA exceção é a regra da esculhambação
Decisão acertada do secretário, tardia, mas acertada. O poder público deve buscar alternativas às pessoas que ali trabalham. Não se pode aceitar que em nome da necessidade de trabalho instalemos o caos na cidade. Temos um plano diretor, regras, leis que devem ser cumpridas por todos. já passou da hora de ordenar a orla de Santarém, Vemos que a degradação é incrementada por embarcações e seus atores sem noção de saneamento ambiental, bem como toda espécie de contaminantes e poluentes que chegam ao rio tapajós. Santarém patina em sua negligencia com turismo, más o mais grave é que o discurso observado leva sempre em consideração a necessidade de preparar a cidade para o turista, quando deveríamos eleger como prioridade a população e seu bem estar, em todas as classes, em todos os cantos da cidade, o resto é consequência.
tambem concordo e mas uma forma de preserva o nosso rio parabéns secretario
Acho que é uma atitude correta, no entanto eu gostaria de perguntar ao Secretário se a retirada destes trabalhadores da orla vai mudar a direção dos esgotos de Santarém que jogam as sua águas (entulho) nos rios ou mesmo as lavagéns de carros espalhadas pela cidade que tambem jogam nos mesmos esgotos e tomam o mesmo destino, O rio tapajós, acho meio confyso isso.
O título dessa matéria induz o incauto a ficar contra uma atitude legal emanada da SEMMA, que há muito tempo já deveria ter tomado medidas para evitar não só a poluição do rio Tapajós, como de outros igarapes da nossa cidade.
Infelizmente o título da matéria em um primeiro momento deixa transparecer tratar-se de um ato onde o abuso de poder impera. Sabemos das dificuldades de todo pai de família para manter o sustento de sua casa, porém devem ser tomadas atitudes no sentido de termos uma cidade limpa.
Por muitas vezes sermos omissos é que o País está nessa situação de calamidade. Já esta passando da hora de termos posicionamento coerente diante de tanta sacanagem no Brasil.
tanta coisa pra resolver nessa cidade , lixo se acumula nas ruas , esgoto a céu aberto , urubus, barulho , poluição visual … essa cidade é um forno de quente , árvores são derrubadas sem critério , desmatamento e vai se preocupar com lavador de carro ? olha esse rio é poluido é por barcos e seus usuários mal educados que jogam de tudo durante as viagens , fora quando estão atracados .Seria ideal que não tivesse esse serviço sem uma estrutura , mas o idela nessa cidade está longe , muito longe
Concordo plenamente com a retirada dos lavadores de carro da orla da cidade. De igual modo, outras providências no mesmo sentido tornam-se necessárias, como a retirada do imundo ponto de atracação de embarcações da praça Tiradentes, da imunda feira do tablado em frente ao mercadão 2000, despejo das galerias de esgoto diretamente no rio e outras mais que aqui não comportaria listar. Por outro lado, pergunto: Por onde andam os movimentos ambientalistas, que nessas horas bem poderiam, ou deveriam, sugerir uma opção alternativa, fazendo uma parceria saudável com a administração municipal, para minimizar a situação dessas pessoas que fazem dessa opção de serviço sua fonte de renda?