Pedro Riva: “Porto na Área Verde receberá 500 mil toneladas de grãos por dia”

Empresário Pedro Riva
Empresário Pedro Riva

Com o objetivo de construir quatro armazéns e um terminal de embarque de grãos em grande escala, às margens do Lago do Maicá, em Santarém, o empresário Pedro Riva respondeu, em entrevista exclusiva à nossa reportagem, alguns questionamentos da população em relação à implantação do projeto. Sobre o possível aumento do fluxo de carretas na área da BR-163, dentro da zona urbana de Santarém, Pedro Riva garantiu que isso não vai acontecer, por conta da previsão da construção de um anel viário, através da rodovia Transmaicá. Ele afirma que a Empresa Brasileira de Portos de Santarém Ltda (EMBRAPS) veio para somar com a região, onde serão investidos meio bilhão de reais e, que os movimentos sociais que são contra o projeto, não têm conhecimento do desenvolvimento que virá para o Município. Ele respondeu a outros questionamentos também. Veja os principais detalhes da entrevista:
Jornal O Impacto: Como está ocorrendo o projeto de implantação dos portos na área do Lago do Maicá?
Pedro Riva: Na verdade, essa área portuária será implantada na Área Verde. Esse projeto está ocorrendo desde o ano de 2011, quando junto ao governo Federal, nós conseguimos um novo local para construir portos em Santarém, com qualidade e onde não teria muito impacto para as pessoas, como é o caso, hoje, da área de influência da BR-163, com o aumento do fluxo de carretas. Então, a gente vem trabalhando nesse projeto desde 2011.
Jornal O Impacto: Sobre o questionamento da população com relação ao aumento do fluxo de carretas na BR-163, será construída outra via de acesso até a nova área portuária?
Pedro Riva: Desde o início foi debatido no Ministério dos Transportes com vários diretores, que se achasse uma alternativa de um novo acesso à Santarém para as novas áreas portuárias. Então, o Município, inclusive, já tem um novo projeto arquitetônico e está fazendo um levantamento para a construção de um novo anel viário, onde vai atender a cidade de Santarém e todas as transportadoras que estão, desde o Porto da Nassau, pra baixo. Terá um acesso para todas as transportadoras e não mais adentrando na cidade as carretas dessas condutoras. Esse anel viário vai atender a cidade como um todo e conseqüentemente o porto da EMBRAPS e outros portos que virão a ser construídos. Ele deve ser implantado desde o quilômetro 18 da BR-163, passando pela rodovia Santarém/Curuá-Una (PA-370) e chegando a área portuária do bairro Área Verde.
Jornal O Impacto: Em relação à audiência pública, a data foi adiada?
Pedro Riva: Foi adiada a data, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (SEMAS), através do seu secretário executivo. Depois de um pedido do Ministério Público, ele decidiu adiar essa audiência pública, onde fomos informados que serão realizadas três oficinas. Uma delas na Área Verde na região da Grande Área do Maicá, outra em Belterra e a outra em Mojuí dos Campos, para depois a gente fazer a audiência pública ser remarcada.
Jornal O Impacto: Depois da audiência pública qual será o próximo passo para a construção do terminal da EMBRAPS?
Pedro Riva: Vamos aguardar a audiência pública, o resultado dela e das oficinas e depois disso a SEMAS vai determinar a licença prévia. A gente espera ter licença, por conta de todos os estudos e conhecimentos técnicos feitos na área de influência ter mostrado que os impactos são mínimos. Existem impactos, mas em referência ao que vai trazer para Santarém em termos socioeconômicos, que são cerca de 300 empregos diretos e mais de 2.500 mil empregos indiretos, os impactos quase não aparecerão. Terá, também, recolhimento de impostos para o poder público municipal, estadual e federal. Então, acreditamos sim, que tenhamos essa licença prévia e conseqüentemente e a licença de instalação e logo após a licença de operação.
Jornal O Impacto: Qual vai ser a capacidade de operação do porto?
Pedro Riva: A capacidade do porto, que terá quatro armazéns de 110 mil toneladas cada um, vai ser grande. São 440 mil toneladas estáticas, onde se embarcará sete navios para mais de 60 mil toneladas. A recepção por dia será em torno de 500 mil toneladas de grãos.
Jornal O Impacto: Em relação ao fluxo de carretas, quantos veículos desse porte chegarão todos os dias à Santarém?
Pedro Riva: Serão em torno de 500 carretas por dia. Por isso que se faz necessário o anel viário, para que as carretas não adentrem nas comunidades. Com esse anel viário as carretas vão passar fora das comunidades, na divisa da área urbana com a área rural. Esse anel viário é muito importante não somente para o porto da EMBRAPS, mas também para a cidade de Santarém. Esse é o meu ponto de vista.
Jornal O Impacto: Sobre esses movimentos sociais contra a construção desses portos no Lago do Maicá, o que o senhor tem a falar para eles?
Pedro Riva: Esses movimentos sociais, na minha opinião, são feitos por pessoas que não conhecem o projeto e não sabem os benefícios que ele irá trazer para o Município, com a geração de empregos diretos e indiretos e arrecadação de tributos, onde o Município vai ter dinheiro para atender as demandas desses bairros carentes, que a gente se preocupa. Hoje em Santarém, esses bairros estão em toda essa área portuária e precisam de melhor estrutura tanto de rua quanto de rede de energia elétrica, iluminação pública, água tratada, rede de esgoto e segurança pública. Então, eu espero sim que com a implantação desses terminais portuários com qualidade, venha melhorar a situação desse povo, até porque muitos precisam de emprego e queremos fazer essa obra, que é necessária para a população.
Jornal O Impacto: Sobre as famílias que moram na área onde serão construídos os portos, elas serão retiradas do local?
Pedro Riva: Não. Ninguém vai ser retirado do local, a não ser onde vai passar a rodovia Transmaicá. Mesmo assim, eu espero que não seja retirada nenhuma pessoa. Na área portuária adquirimos todas as escrituras de posse dos terrenos que estavam no local. Como conseguimos a escritura da área, ela está totalmente titulada, onde pagamos o IPTU e toda a legalização na Marinha e outros órgãos estão toda nos conformes, toda legalizada.
Jornal O Impacto: Há previsão de começar a obra ainda neste ano?
Pedro Riva: Se Deus quiser e os órgãos competentes como a SEMAS nos liberar a licença prévia e logo em seguida a licença de instalação, nós entraremos em construção ainda neste ano de 2016.
Por: Manoel Cardoso
Fonte: RG 15/O Impacto

3 comentários em “Pedro Riva: “Porto na Área Verde receberá 500 mil toneladas de grãos por dia”

  • 20 de fevereiro de 2016 em 22:29
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    Sei não… os movimentos sociais preferem esmola a emprego. Quanto a tal rodovia Transmaicá não é bom contar com isso, a prefeitura não conseguiu nem terminar a duplicação da Fernando Guilhon um ano de pois do shopping inaugurado e ainda vai depender de órgãos estaduais e federais., Burocracia, morosidade e talvez até propinas é o Pará é o Brasil!

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  • 20 de fevereiro de 2016 em 21:28
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    O futuro de Santarém é agricultura e agronegócio, e tem sido privilegiada pela posição geográfica.
    Os empreendedores agora podem se estabelecer na região, já que a curriola da praga dos nove dedos estão sendo desmascarados pela roubalheira e pela “tal agricultura de sustentabilidade”.

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  • 20 de fevereiro de 2016 em 13:47
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    Este senhor defende este mega empreendimento como grande e bem sucedido empresário. E no âmbito ambiental e social, está sendo feito estudos sérios? E os investimentos institucinais, como serão aplicados e fiscalizados? Muito cuidado para que os recursos não caia em mãos de ” CORRUPTOS E ESPERTALHÕES “.

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