Trabalhadores temem possível privatização da Cosanpa por Jatene
É angustiante a situação dos trabalhadores da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa). A tão temida privatização da estatal já é dada como certa, segundo informaram assessores do governador Simão Jatene. Acredita-se que o governo do Estado vai embarcar na proposta do governo Federal, que estabelece apoio aos estados que queiram privatizar suas estatais, e com isso, possam com os recursos obtidos com as vendas das empresas prestadoras de serviços públicos, quitar os débitos junto a União.
De acordo com o Diretor do Sindicato dos Urbanitários em Santarém, Narciso Sena, o desprezo do governador Simão Jatene com a Companhia é consequência da decisão de Jatene em entregar a empresa pública, nas mãos da iniciativa privada.
“A intenção a gente percebe claramente: ‘vamos desgastar a imagem da empresa, e entregar para o privado, vamos fazer igual fizemos com a Celpa’, que, na época, o Jatene era Secretário de Planejamento, e foi ele que preparou toda a questão da privatização da Celpa, e hoje está acontecendo a mesma coisa com a Cosanpa”, destaca Narciso Sena.
Para o líder sindicalista, a capacidade de faturamento da empresa é muito grande, porém, nunca teve pessoas capacitadas, com autonomia para fazer a Companhia crescer. Outro fator apontado por ele é sobre a questão de nunca na história da empresa ter sido administrada por um servidor de carreira, mas sim por indicados políticos. “O problema não é a Cosanpa em si, é a péssima administração que tem a empresa. Toda administração é indicação política, não tem um servidor de carreira à frente da empresa”, afirma.
A possível privatização da Cosanpa provocou junto aos trabalhadores um sentimento de medo, principalmente em relação a perda de emprego.
“Se vier a acontecer, iremos nos mobilizar para garantir nossos direitos adquiridos. Já sofremos com a privatização da Celpa, que colocou milhares de pais de família na rua, e não iremos aceitar passivelmente”, destacou um trabalhador que não quis se identificar.
DESESTATIZAÇÃO: Pelo menos cinco estados, entre eles o Pará, já estudam privatizar estatais, com o apoio do BNDES, como parte da renegociação das dívidas estaduais com a União. A medida faz parte do acordo, anunciado neste mês, para renegociação da dívida dos estados com a União, que somam hoje mais de R$ 400 bilhões.
O Ministério do Planejamento disse que os estados não precisam de autorização da União para venda de estatais. E que o governo “pretende apoiar os governos estaduais na privatização de empresas que eles vierem a escolher”. O Ministério informou ainda que esse apoio será dado “por meio da estruturação financeira, via Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com suporte técnico, para eles [estados] realizarem essa privatização. O dinheiro com a venda das estatais estaduais será usado para o abatimento da dívida com a União.
A desestatização de uma empresa ou serviço tem início com a sua inclusão no Programa Nacional de Desestatização (PND), nos programas estaduais ou no programa relativo ao setor. Do início do processo até o momento da alienação existe um roteiro que deve ser seguido para que os objetivos delineados pelo Governo sejam alcançados. São procedimentos legais, normas e princípios que devem ser seguidos.
O Programa de Desestatização pressupõe ajustes prévios: financeiros, legais, contábeis, tributários, necessários ao processo de privatização das empresas ou setores.
TRABALHADORES EM GREVE: Desde o início do mês de junho, os trabalhadores da Cosanpa, ligados ao Sindicato dos Urbanitários do Pará, deflagraram estado de greve no município de Santarém. A pauta de reivindicação dos trabalhadores tem como ponto principal, a atualização do salário base e a melhoria nas condições de trabalho.
“Nós trabalhadores, sabemos que o que fornecemos é essencial para a vida, ninguém vive sem água. A categoria está mantendo trinta por cento do seu quadro funcional, com seus operadores de estações funcionando. Você pode ir a qualquer casa de bomba em Santarém, lá tem um trabalhador, fazendo o seu serviço. Acontece o seguinte, nós temos denunciado isto a um tempão. Algumas estações estão paradas devido à falta de material e equipamentos de reposição. O que acontece, nós temos gente para trabalhar, mas não tem material e nem equipamento para executar serviço”, informou Narciso Sena, diretor do Sindicato dos Urbanitários do Pará.
De acordo com Narciso, a grande dificuldade enfrentada pelos trabalhadores, está no fato da Cosanpa não querer dialogar com a categoria. Ele cita o fato que aconteceu na semana passada, onde em uma reunião convocada pelo Ministério do Trabalho, a empresa não apresentou si quer uma contraproposta.
Por Edmundo Baía Júnior
Fonte: RG 15/O Impacto
Funcionário público, muito pouco que prestam pra alguma coisa, é um poço sem fundo de dinheiro, pode injetar bilhões que vai continuar faltando agua.
Se for pra melhoria…vende logo essa porraaaaaa…só faz raiva esse câncer santareno, que presta um serviço inútil mas não falha em cobrar as conta no final do mês.
A funca da Cosanpa eh prover o servico de fornecimento de agua, e nao esta cumprindo. Se privatizando conseguir fazer o obvio, deve ser feito o quanto antes. Uma empresa, principalmente estatal, nao deve ser um cabide de empregos, e no minimo deve ser eficiente em fazer o que se propoem.