Paulo: “Pessoas envolvidas em falcatruas devem ser banidas da política”
Paulo Gasolina faz uma análise da atual situação política do Brasil
O empresário Paulo Gasolina, que também tem uma extensa carreira na área político-partidária, tendo sido Vereador por vários mandatos em Itaituba e Santarém, inclusive, na última eleição ficou como primeiro suplente, esteve em nossa redação e concedeu entrevista exclusiva, onde aborda vários assuntos, sendo o principal, a política. Veja a entrevista:
Jornal O Impacto: Antes de falarmos sobre política, fale um pouco sobre o projeto que você faz parte, o “Grupo do Bem”, que ao longo do tempo vem realizando muitas ações e ajuda pessoas.
Paulo Gasolina: Na realidade, esse grupo começou com alguns amigos, nós saíamos pela orla da cidade, pelas praias e víamos que a sujeira era muito marcante; quando chegávamos em uns bairros da cidade sentimos que aquelas pessoas estavam aflitas por condições ou não ter condições de um trabalho digno. Isso nós começamos a desenvolver com seis pessoas e, em uma semana já tinham 17, depois passou para mais de 100 pessoas. É claro que esse “Grupo do Bem” também é coligado com o grupo “Nação do Bem”, no qual já está devidamente cadastrado e, hoje é uma ONG. Nossas ações são assim: tem dois tipos de ação, uma de limpeza, que nós mostramos para sociedade que a limpeza é fundamental para a natureza e nossa saúde. Esses sacos plásticos que jogam lixo, quando chove querem culpar a administração. Não estou aqui defendendo nenhuma, mas qualquer administração que esteve no poder é criticada pela sujeira, mas como nós vamos ver, quem faz essa sujeira somos nós mesmo. E esse grupo cresceu de tal forma, que outras pessoas também ajudam. É fundamental isso. Por que eu acho interessante? Porque hoje nós temos um projeto de entregarmos, pelo menos, uma casa por ano para aquelas pessoas que realmente estão necessitadas; nós fazemos uma análise, verificamos se aquela pessoa é sozinha, ou se tem alguém por trás, ou se têm parentes (se tiver algum parente que tenha condições, evidentemente que nos recuamos), porque eu acho que os parentes são as principais pessoas para ajudar aqueles que estão necessitados, então, nós recuamos porque existem muitas outras pessoas que estão precisando desse apoio. Recentemente nós entregamos uma casa lá na Área Verde, ao senhor Marata, ele não tem ninguém, é sozinho, tem mais de 70 anos de idade e morava em um casebre amarrado, onde lá ele colocava a rede dele e ficava. Hoje ele está morando dignamente em uma casa pequena, deram um terreno para ele e nós com o “Grupo do Bem” fizemos nossa ação, ajudando, por que nesse grupo também nós temos pessoas que ajudam financeiramente. No nosso grupo temos pessoas que ajudam com seu trabalho, ajudam orando, para que dê certo. Isso é fundamental. Normalmente nós nos reunimos uma vez no mês.
Jornal O Impacto: Nós somos considerados uma região rica e os nossos bolsões de miséria são notórios. Como você avalia essa situação?
Paulo Gasolina: Na verdade, Santarém tem que investir mais na parte de indústrias. Nós precisamos aqui imediatamente investir mais no comércio, dar apoio, acabar com essa parte que é fechada e não consegue fazer, as empresas não conseguem se instalar no Município. Nós já perdemos muito por questões até ambientais, isso tem que acabar, pois toda cidade tende a crescer e nós temos de entender isso, crescer com responsabilidade. Trazendo empresas para Santarém, é claro que essas pessoas vão ter chance de emprego. Posso até citar um exemplo: lá em Miritituba, na época eu era Vereador em Itaituba, duas empresas queriam se instalar em Miritituba, eu fui junto com o ex-prefeito Wirland Freire pedir uma área, inclusive ele doou a área dele, e a outra área foi deslocada pela própria Câmara, onde na ocasião foram implantadas duas laminadoras. Qual era a contrapartida dessas laminadoras? Era empregar o máximo possível de pessoas de Miritituba. Se não tivessem qualificação, nós iríamos qualificar, através de treinamento, esse pessoal e capacitá-los, e isso foi feito. Naquela altura mais de 700 pessoas foram empregadas em Miritituba. Hoje, lá naquela região existem várias empresas de soja que estão empregando milhares de pessoas. Aquilo cresceu muito. É o que nós temos que fazer em Santarém, trazer grandes empresas para cá e dar condições. Com isso, nós eliminamos aquelas pessoas que estão ansiosas, sem emprego, e acabam entrando no crime, pois não têm opção de trabalho. Em sã consciência, a maioria das pessoas quer trabalhar, quer dar um trabalho digno para sua família, mas não tendo essa possibilidade, vai ter que procurar uma outra opção para não morrer de fome, infelizmente cai pra esse lado.
Jornal O Impacto: Aqui também nós temos a situação de investimento da iniciativa privada em programas de responsabilidade social, muitas das vezes é uma responsabilidade de governo, mas aí acaba que o empresário assume!
Paulo Gasolina: Na realidade, o empresário está fazendo o que o Governo deveria fazer. O empresário faz, porque vê a necessidade das pessoas, que precisam de um mercado de trabalho, se qualificarem, para melhorar suas vendas. Todo empresário sabe que o seu funcionário, é como se fosse o seu irmão ou filho, porque sua empresa só cresce se seus funcionários trabalharem direito. Então, nós temos que respeitar essas pessoas, qualificá-las da melhor forma possível e trazer para a sua empresa, porque você crescendo evidentemente que todos crescem juntos.
Jornal O Impacto: Vamos falar sobre a questão do governo, como é que você analisa hoje o formato de governo, está mais para atender o cidadão ou a própria classe?
Paulo Gasolina: Esse formato de governo, ao meu ver, está para atender aquelas pessoas que estão vinculadas ao governo. Quem não está vinculado ao governo tem que ralar muito para chegar a ser visto. Hoje o político precisa se eleger, precisa ter os seus e, lamentavelmente se usa ainda muito essa prática. O governo deveria fazer o seu trabalho para ser analisado pelas pessoas, para ver se está bom ou não. Mas a gente ainda sabe que hoje o governo manipula certas coisas e faz com que a própria população que está ali dependendo daqueles meio salariozinho saia a seu favor, mesmo estando errado. Isso não cabe. Eu acho que se tiver alguma coisa errada, mesmo você sendo do lado de um de um Governador, de um Presidente ou de um Prefeito, você tem que falar e mostrar a saída, e não só mostrar o que está errado. Com isto a população vai acreditar e com certeza muita gente dará um apoio muito melhor a esse governo, que tem que trabalhar para o povo e não para uma minoria.
Jornal O Impacto: Já estamos a poucos dias de uma eleição para Presidente da República, Governador, Senador, Deputado Federal e Deputado Estadual. Como é que você avalia a posição hoje do eleitorado em relação a um assunto bastante comentado, que é o combate à corrupção? Qual seria o perfil que você acha que a maioria do eleitorado escolhe hoje?
Paulo Gasolina: Na realidade, o próprio eleitor hoje não sabe em quem votar. Vai ser uma eleição um pouco complicada. Primeiro, vai ser dentro de voto para Deputado Federal e tem uma sequência dos votos para Senador. Enfim, isso já se torna difícil para aquelas pessoas que só vão votar no último momento. Então, esse perfil é fundamental, que você veja e o que já passou. Aquelas pessoas que se envolvem com certo tipo de falcatruas, com erros, essas pessoas não deveriam sequer está na política, porque a política é feita para uma população que realmente precisa das ações políticas e nós temos hoje muitas pessoas que não deveriam nem sair candidatos. O perfil hoje no nosso eleitor mudou muito, mudou pelas redes sociais e pelas informações. O eleitor hoje não está procurando mais quem tem problemas, quem já entrou na Justiça, quem já está condenado, que ainda vai ser condenado, porque a condenação não quer dizer naquele momento ali que ele vai responder. A população tem de entender que essa pessoa nós temos que descartar, independentemente que seja seu irmão, mas não está trabalhando legal não vote nele, porque vai trazer problemas não só para você, para sua família e para os outros que realmente estão querendo uma administração decente, um Brasil decente, um Pará decente e o Município decente.
Jornal O Impacto: Para fechar, você acha que a Lei da Ficha Limpa, que inclusive acabou de barrar candidatura do ex-presidente Lula, vai também barrar, através da ação do eleitor, muitos desses políticos que estão envolvidos em escândalos ou já são réus?
Paulo Gasolina: Na verdade, isso vai influenciar muito. Eu acho que o eleitor vê essa ficha suja, ele não quer essa pessoa e a tira. Algumas que estão ali porque já trabalham. Eu vou ficar até calado nesse ponto, mas a maioria do eleitorado quer uma pessoa decente, ficha limpa. O cara que está envolvido nesse negócio sujo que tem aqui no Brasil, como aquele ex-governador do Paraná, deve ficar fora. Se já tem denúncia, mas ainda não foi condenado, fique prestando bem atenção, porque não dá certo. Nós temos de ter pessoas sérias pessoas dignas no nosso Município, no nosso Estado e no Brasil. Pessoas que você possa escolher e que tenham condições de receber nossos votos.
Por: Edmundo Baía Junior
Fonte: RG 15/O Impacto