Artigo – O Brasil precisa investir e empregar o capital humano, isso é essencial para a nova revolução industrial
Por Oswaldo Bezerra
Quando viajei pela primeira vez aos Estados Unidos, aconteceu no início da década de 90, senti como se estivesse em outro planeta. Um mundo novo de uma civilização mais avançada. Eles haviam se destacado do resto do mundo de maneira surpreendente, e não foi por mera sorte.
Os EUA passaram de um remanso agrário para um super Estado industrializado em um período de tempo até que rápido. Um dos homens decisivos na industrialização da América foi Samuel Slater. Ele trabalhou nas fábricas têxteis avançadas da Grã-Bretanha. Irritado com o rígido sistema de classes da Grã-Bretanha se mudou para aos EUA.
Uma vez na América, Slater construiu uma fábrica com a experiência que teve trabalhando na Inglaterra. Deste modo violou uma lei britânica que proibia que outros países se industrializassem utilizando seus conhecimentos. Daí a grande dificuldade de industrialização brasileira, além de nossa elite agrícola e da pecuária que governa o Brasil há quase 500 anos.
Samuel Slater é conhecido nos Estados Unidos como o “Pai do Sistema de Fábrica Americano”. Na Grã-Bretanha é lembrado com o epíteto de “Slater, o Traidor”. Ele se envolveu no que hoje pode ser denominado como “espionagem industrial”. O mesmo que o Departamento de Estado dos EUA fez, e talvez ainda faça, com a Petrobras naquele episódio em que Snowden revelou, e que acabaria dando base a farsa jurídica da “Lava Jato”.
Sem Slater, os Estados Unidos provavelmente não teriam se tornado o desafiante industrial do poder imperial britânico como aconteceu no fim do século XIX. Mesmo se a América tivesse evoluído para desafiar o poder britânico sem a ajuda de Slater, é provável que o processo tivesse demorado muito mais do que realmente demorou. Os americanos não haviam conquistado nada de único. Eles estavam apenas imitando seus primos muito mais inovadores, os britânicos.
O escritor Oded Shenkar provou que dando tempo suficiente, os imitadores poderão se tornar inovadores dinâmicos. Os britânicos aprenderam essa lição da maneira mais difícil. A América hoje parece que está sofrendo o mesmo, com a China.
Após a Segunda Guerra Mundial o poder industrial dos Estados Unidos desencadeou por causa da queda dos impérios europeus. A ordem mundial liderada pelos britânicos entrou em colapso. A América havia construído sua própria base industrial e substituiu o poder britânico. O EUA saíram desta “guerra” como o país mais beneficiado.
Hoje a Grã-Bretanha é apenas uma potência média na ordem mundial dominada pelos Estados Unidos. Foi uma prática meticulosamente manipulada pelos estadistas norte-americanos durante o século 19 e a primeira metade do século XX.
Na atualidade a coisa parece se repetir. A República Popular da China desfruta de uma forte relação comercial com a potência dominante. A China também aproveitou as garantias de segurança desta potência dominante, os Estados Unidos. Os americanos estão se exaurindo e a China se fortalece. Como os EUA no século anterior, inevitavelmente, a China deslocará a potência dominante por meio de um simples desgaste que não está sendo no campo militar.
A China não é apenas a terra de fábricas exploradoras e imitações baratas, como foram os Estados Unidos dos séculos anteriores, na época da escravidão. A China, como a América, é uma nação dinâmica de atividade econômica e progresso tecnológico.
É mais fácil imitar ideias eficazes produzidas pela América, reduzindo os custos de pesquisa e desenvolvimento. Os chineses já passaram de nível, ela é hoje a líder em número de patentes. Além disso, a capacidade industrial da China permite ao país produzir mais bens que os Estados Unidos, do mesmo modo que os Estados Unidos fizeram com a Grã-Bretanha.
O líder asiático adquire tecnologia avançada, capacidades e capital do Ocidente, as empresas chinesas descartam essas imitações e começam a inovar. É por isso que a China está desafiando o Ocidente em tecnologia de computação quântica, biotecnologia, tecnologias espaciais, nanotecnologia, 5G, inteligência artificial e uma variedade de outras tecnologias avançadas que constituem a Quarta Revolução Industrial.
Desde que a China se abriu aos Estados Unidos na década de 1970, a metodologia de Samuel Slater migrou para a China. A metodologia levou a criar inovações indústrias e ofertas de emprego que teriam ficado para os EUA se Washington nunca tivesse adotado Pequim.
O que temos em aprender com isso? Para um país como o Brasil, se quiser liderar no mundo moderno, precisará se tornar mais atraente que a China, para criar talento e atrair capital. Deve criar um sistema regulatório e tributário mais competitivo que o da China. O Brasil precisará de programas federais de P&D, bem como em infraestrutura dinâmica para apoiar os programas.
O Brasil precisará tornar a educação eficaz como um imperativo de segurança nacional. Vamos enfrentar uma economia global baseada no conhecimento, é lógico que o Brasil precisará de mais conhecimento para prosperar. Portanto, cultivar o capital humano será essencial para que a o Brasil se torne uma base para a próxima revolução industrial.
A autossuficiência (energia e commodities) e a capacidade de inovação individual, juntamente com a cooperação dos setores público e privado, deverão ser a base da elevação do nosso país. Além de criarmos talentos precisamos atrais os “Slater´s” modernos.
É triste ver que verdadeiros gênios com formação formal de alto nível só encontrem trabalho no Brasil dirigindo carros de aplicativos ou trabalhando como mototaxista. Será um triste fim de nossa nação se continuarms assim.
O Brasil tem tudo do que precisa para ter sucesso. Precisamos aprender como fazer simplesmente observando a história. Para isso, é necessária uma liderança competente e inspiradora. Homens que vivem em casas de vidro não são aptos para isso.
RG 15 / O Impacto
Papo furado de comunista não muda, evolução zero. Finge nada saber sobre a operação Lava Jato, que ali os maiores ladrões do Brasil processados são comunistas ! E ainda vem querer tecer comentários de como desenvolver o País, ao invés de enviar seus conselhos para o Maduro ou para os comunistas argentinos, que somente afundam o país !