Artigo – Como é difícil ser um cidadão de um país sem soberania

Por Oswaldo Bezerra

Viver sob as ordens de um governo alheio aos nossos problemas, com sedes bem distantes de nossa realidade é uma receita pronta para nossa desgraça. Parece que nós latinos nunca deixaremos de viver de joelhos para nações estrangeiras. Esta semana Brasil e Colômbia deram exemplos disso.

A reforma tributária proposta por Iván Duque teve uma rejeição unânime na Colômbia e levou as centrais dos trabalhadores a convocarem uma grande greve nacional como a de 2019. O desespero pela economia pode fazer os colombianos tomarem as ruas em massa.

Ainda longe de superar os piores efeitos da pandemia de COVID-19, os colombianos atravessam o mês de abril com mais um desastre com a reforma tributária promovida pelo governo de Iván Duque impactará os bolsos das classes médias e baixas do país. No entanto, uma greve nacional no dia 28 de abril já foi convocada.

A Comissão Nacional de Desemprego, é uma articulação que integra as Centrais Operárias do país como a Central Unitaria de Workers (CUT), a Central de Trabajadores de Colômbia (CTC), a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a Federação Colombiana de Trabalhadores da Educação (Fecode). Todas estas centrais estão juntas promovendo a greve geral colombiana.

A reforma tributária proposta por Duque são divergências que o governo terá contra os trabalhadores e que, embora tenham se arrastado desde as mobilizações de 2019, pioraram com o chegada do coronavírus.

O governo não só não levou em consideração as propostas dos trabalhadores, mas também implantou medidas que conseguiram agravar sobremaneira a situação econômica do país. A proposta de reforma tributária de Duque, para apreciação do Congresso, surge em meio a essa relação tensa, com o objetivo de aumentar a receita tributária à custa de estender o Imposto sobre o Valor Agregado (IVA) a alguns itens essenciais, entre outros.

Segundo Ferrer, a reforma vai gerar um aumento no preço da cesta básica para as famílias mais vulneráveis, seja por meio da extensão do ICMS a itens básicos de consumo como café ou sal, como foi revelado a princípio, seja pela carga tributária em combustíveis.

Além disso, os trabalhadores consideram que a reforma também esconde “elementos trabalhistas muito perigosos para a população, como o congelamento de salários e benefícios dos funcionários públicos por cinco anos.

Os sindicatos consideram que a origem desse tipo de reforma está ligada à imposição ao Governo por organismos internacionais como o Fundo Monetário Internacional (FMI) e a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), aos quais o país sul-americano ingressou em 2019 a pedido de Duque.

É o sonho de todo governo neoliberal ficar devendo ao FMI. Macri quando assumiu o governo na Argentina fez isso. FHC pegou três empréstimos com o FMI. O preço a pagar por empréstimos aos FMI é perder sua soberania.

Não foram só nossos “hermanos colombianos” que provaram deste amargo café. O Brasil que ainda não está endividado como FMI, por enquanto, mas que planeja em entrar na OCDE. Mesmo assim, hoje deu hoje mais uma prova de subserviência aos EUA.

A ANVISA proibiu a importação da vacina Sputnick V. Já mencionamos uma vez neste artigo a ordem dada pelos EUA para a não importação de vacina russa para que não haja influência russa nos EUA. Mesmo com a situação desastrosa que o país passa. E olha que a fama internacional da vacina é das melhores.

A Vacina Sputnick V, segundo O Ministério da Saúde do México, é a única vacina que não registra efeitos adversos graves. O Governo mexicano referiu, em relatório apresentado no domingo, 21 de março de 2021, que a vacina Sputnik V apresentou apenas 93 casos adversos, contra 11.696 da Pfizer, 416 da AstraZeneca e 98 da Sinova.

Na União Europeia há países que já declararam abertamente que a vacina russa é a vacina mais eficaz e segura do mundo. Na Hungria, o primeiro país dá a UE para começar a usar o Sputnik V, publicou dados sobre 5 vacinas. Eles declararam que SputnikV é mais segura (7 a 32 vezes menos fatal) e mais eficiente (2 a 7 vezes menos infecções por COVID) por 100.000 vacinados.

A Anvisa no processo referente ao imunizante russo votou por negara autorização para importar a vacina. Ideologias a parte, o que pesa sobre esta decisão é descaradamente a falta de soberania que nós não temos.

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Mesmo tendo o pior impacto da pandemia no mundo a falta de soberania nos reduz a possibilidade de viver. A impossibilidade de viver mostra como é difícil para nós cidadãos latinos sobrevivermos em países sem soberania.

RG 15 / O Impacto

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