Congresso brasileiro homenageia reitor Seixas Lourenço
O I Congresso Brasileiro de Áreas Úmidas, que acontece de 8 a 12 de agosto em Cuiabá (MT), irá homenagear o reitor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), Prof. Dr. José Seixas Lourenço, por sua participação na criação do Centro de Pesquisas do Pantanal (CPP), que este ano completa 10 anos de existência.
Também serão homenageados o Prof. Dr. Paulo Speller (reitor da UFMT no período 2000-2008); o Prof. Dr. Fábio Edir dos Santos Costa (presidente do Conselho – período 2007-2011); a Prof. Dra. Sônia Maria Jin (Representante do Governo do Mato Grosso do Sul e primeira presidente do conselho do CPP – período 2003-2007); a Sra. Thelma de Oliveira (representando o ex-governador Dante de Oliveira); o Prof. Dr. João Carlos de Souza Maia (secretário de Ciência e Tecnologia no governo de Dante de Oliveira, representando o Governo do Mato Grosso na Comissão formada pelo MCT).
Sob a égide da marca PANTANAL +10, o congresso homenageia não só os cientistas envolvidos na criação do CPP, mas também os trabalhos desenvolvidos pelos cientistas, ao longo desses 10 anos, que deram grande visibilidade à problemática das Áreas Úmidas (AUs). Ainda de acordo com a organização do evento, esses trabalhos resultaram na implantação do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Áreas Úmidas (INAU), isto é, um programa estruturado em rede, que conta com a colaboração de mais de uma centena de cientistas, do Brasil e do Exterior, e que irá realizar o levantamento e propor um sistema de classificação para as principais AUs do país.
A cerimônia de homenagem ocorrerá no dia 8 de agosto, às 19h, durante a abertura oficial do congresso, no Centro de Eventos do Pantanal, na cidade de Cuiabá (MT).
UFOPA exibe projeto de óleos essenciais em feira agroindustrial
A Amazônia é rica em plantas aromáticas produtoras de óleo essencial, matéria-prima para a produção de perfumes, cosméticos e alimentos. No entanto, na região Amazônica, a transformação delas em produtos para o mercado ainda é pouco incentivada. Para mudar esta realidade, a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), por meio do Laboratório de Produção e Desenvolvimento de Produtos Naturais Bioativos, incentiva a pesquisa e o desenvolvimento de matérias-primas de espécies de plantas como cumaru, oriza, breu, priprioca, estoraque, pataqueira, macacaporanga, preciosa e pau-rosa.
Todo esse trabalho, desenvolvido sob a coordenação do Prof. Dr. Lauro Barata, está em exposição no estande da UFOPA, na 35ª Exposição Feira Agropecuária e Agroindustrial do Baixo Amazonas, que acontece em Santarém até o dia 12 de agosto. Para mostrar que o processo de extração de óleos essenciais é simples, barato e ecológico, uma dorna, que condensa plantas aromáticas, gerando óleos e uma água de cheiro denominada hidrolato, foi exposta e tem chamado a atenção do público visitante da Feira, que recebe de brinde uma amostra da água de cheiro para limpeza de casas e banheiros. “Quando a Universidade trouxe o projeto para a Feira, a ideia foi mostrar como produzir óleos essenciais padronizados de plantas aromáticas da Amazônia para o mercado internacional, em um sistema agroindustrial, pois os óleos essenciais tem mercado internacional garantido e já são usados por empresas cosméticas instaladas no Pará”, informa o professor.
Ainda de acordo com o professor, o projeto prevê cultivo em áreas modulares de 20 ha com 10.000 mudas de pau-rosa consorciadas à outras espécies aromáticas e a mandioca. O óleo é obtido pela poda das folhas e extração tradicional por arraste a vapor em usina comunitária, com rendimento mínimo de 1%; assim, de 1 tonelada de folhas obtêm-se 10 kg de óleo. A partir do 5º ano, entra na fase industrial, alcançando uma produção de cerca de 1.000 litros de óleo essencial, que tem mercado pelo preço mínimo de US$ 100/kg, levando a um faturamento de US$ 100.000,00 aos produtores ou US$ 5.000/ha. “O Brasil é o 4º exportador, com quase US$ 150 milhões de dólares, mas 90% disso são óleos cítricos, subproduto da indústria da laranja. Apenas 0,1% da exportação são produtos da biodiversidade brasileira, como o pau-rosa”, comenta.
A vantagem do desenvolvimento de matérias-primas é que ele pode ser apropriado por pequenos produtores em comunidades, gerando emprego e renda. “Iniciamos este projeto quando eu ainda estava na Unicamp. Ele foi financiado pelo Banco da Amazônia e estabeleceu um consórcio de mandioca, curauá e pau-rosa em área de pasto já alteradas, ajudando a reduzir a devastação da Amazônia”.
Outras matérias-primas aromáticas da região são exportadas em bruto, como a copaíba e o cumaru, rendendo muito para os que detêm a tecnologia de transformação, mas pouco para os produtores. “O Oeste do Pará já foi importante centro produtor de óleo de pau-rosa. Hoje pode voltar a produzir matérias-primas para perfumaria e cosméticos”, conclui o professor.
Alenquer é o segundo município em número de alunos no PARFOR
Com 605 alunos integrando 16 turmas do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR), Alenquer é o segundo município da região Oeste do Pará em número de participantes do programa, sob a responsabilidade da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). A participação de professores da educação básica nos cursos, incluindo educadores que atuam no município de Curuá, só é menor que em Santarém, a cidade polo. Este ano, Alenquer conseguiu formar novas turmas em todos os cinco cursos oferecidos pelo PARFOR na região: Pedagogia e licenciaturas integradas em Letras (Português/Inglês), Matemática/Física, Biologia/Química e Geografia/História.
Uma das calouras é Maria Derli Ferreira Brito, do curso de Biologia/Química. Ela diz estar satisfeita por poder ser universitária pela primeira vez e apenas lamenta ter demorado para alcançar esse objetivo. “Tenho 44 anos e meu sonho era estudar. Ter conseguido participar do PARFOR pela UFOPA foi uma das maiores conquistas da minha vida. Agora é continuar. Ainda que eu fique com nota baixa em algumas disciplinas, não vou desistir do curso. Quero contribuir com a educação no município, fazer a minha parte, fazer o que eu gosto”, contou ela.
Professora há 9 anos, Leumara Nascimento dos Santos está cursando o 3º período do curso de Pedagogia. Para ela, o PARFOR é a oportunidade que faltava para o município. “A gente trabalha há alguns anos na educação e não tem como se aprimorar logo porque é difícil, nossa cidade não tem universidade. O programa é uma realização para nós. Podemos aprimorar nossos conhecimentos, o que nós já sabíamos e o que nós estamos aprendendo, e levar para nossa sala de aula”, disse.
A Profa. Terezinha Pacheco, do Instituto de Ciências da Educação (ICED) da UFOPA, leciona em uma das turmas de Letras. Ela afirma que trabalhar no PARFOR é uma experiência diferente, já que existe uma troca de conhecimentos: “Tem dois aspectos bem positivos: primeiro é a oportunidade que a gente tem de trazer para eles novas metodologias, atualizar o conhecimento e discutir a questão do ensinar; o outro é que nós, professores, também acabamos repensando, reelaborando a nossa forma de dar aulas porque, na verdade, eles já são professores. Quando você fala, eles já sabem muitas coisas, contribuem. Não posso dar uma aula para eles como daria para jovens de 16 anos que estão entrando na universidade”.
Além da falta de uma formação superior, em algumas localidades os professores ainda precisam enfrentar condições adversas de trabalho. Hely de Castro Sena, professor da zona rural de Curuá, trabalha em uma escola com apenas uma sala de aula, e devido à escassez de professores, é responsável por uma classe multisseriada, com alunos do 1º ao 5º ano. “Temos que dar conta de trabalhar com todas as turmas. A maioria dos professores não possui graduação, principalmente na educação infantil. Só agora estamos tendo essa oportunidade, e me sinto privilegiado. Está sendo muito prazeroso, algo totalmente diferente do que a gente aprendeu no magistério. A pedagogia vem mostrar para a gente uma realidade totalmente diferente da que a gente trabalhava antes”, disse ele.
Para a Profa. Andréa Leão, do Centro de Formação Interdisciplinar (CFI) da UFOPA, o fato de o programa de formação do MEC ser oferecido no formato modular não diminui sua relevância. “Por mais que a gente reflita um pouco sobre a qualidade do ensino, por ser intensivo, a oportunidade que essas pessoas do interior estão tendo de uma formação vai ser importante para o futuro da região e para o próprio futuro profissional delas”, disse.
As aulas do PARFOR em Alenquer acontecem na Escola Municipal de Ensino Fundamental Nova Esperança. Nesta quarta-feira, 8, calouros apresentam os Seminários Integradores (SINT), que seguem até dia 11, quando se encerram as aulas do período.
Fonte: RG 15/O Impacto e Ascom/UFOPA