Delegada: “Receita Federal não abrirá mão do Parque da Cidade”

Maria de Lourdes Tavares diz que sede da Receita Federal será construída no Parque da Cidade
Maria de Lourdes Tavares diz que sede da Receita Federal será construída no Parque da Cidade

O impasse entre a Receita Federal do Brasil (RFB) e a Prefeitura de Santarém sobre um terreno na área do Parque da Cidade, no bairro do Aeroporto Velho, teve novos rumores nesta semana. A Receita Federal garante que não abre mão do terreno, onde deve ser construída a nova Delegacia do órgão, em Santarém, no Oeste do Pará. De acordo com a delegada da Receita Federal, Maria de Lourdes Tavares, o local em questão já havia sido entregue à RFB antes da Prefeitura realizar qualquer obra na área. A RFB solicitou em maio de 2005 uma área e 15.000 m2 de parte do que hoje é conhecido, como Parque da Cidade, à Secretaria do Patrimônio da União (SPU). O imóvel corresponde a cerca de 5% de uma extensão total de 291.807,09 m2. O termo de entrega foi feito em 21 de novembro de 2006. A Prefeitura Municipal de Santarém, por sua vez, recebeu autorização provisória para realizar obras na área restante do terreno em 23 de outubro de 2007, sendo que viria a inaugurar seu empreendimento em 28 de junho de 2008, portanto, após a RFB ser proprietária do terreno.

No final do ano passado, o vereador Rogélio Cebulisk, o “Gaúcho”, apresentou e conseguiu aprovar um Projeto de Lei que não permite a construção de prédios na área do Parque da Cidade, o que significa que o projeto de construção da delegacia da Receita Federal poderá não se tornar realidade.

O projeto de construção da Delegacia da Receita Federal tem gerado inúmeros debates em Santarém. A Receita Federal já demarcou o espaço de terra onde pretende se instalar dentro do Parque da Cidade. O caso está sendo dialogado com o governo municipal, mas ainda não há definição. Em entrevista à nossa reportagem, a delegada da RFB, Maria de Lourdes Tavares, garantiu que o novo prédio será construído na área entregue pela SPU. Veja a entrevista na íntegra:

Jornal O Impacto: Qual a atual situação do terreno onde deve ser construída a Delegacia da Receita Federal no Parque da Cidade?

Delegada Maria de Lourdes: O terreno da Receita Federal, na verdade, fica ao lado do Parque da Cidade. Tem uma sentença favorável à União e um termo de entrega da SPU a Receita Federal, em meados de 2006. A Receita Federal já tem condições de adotar todos os procedimentos da área, inclusive, para iniciar a construção. Estamos conversando com a Prefeitura de Santarém, viabilizando uma proposta para uma melhor adequação da área, para que não prejudique os cidadãos que lá fazem suas caminhadas, atividades físicas e buscam momentos de lazer.

Jornal O Impacto: A Lei proposta pelo vereador Rogélio Cebulisk possui força jurídica para impedir a construção do prédio da Receita Federal?

Delegada Maria de Lourdes: Sim. Ela tem força jurídica, porque impede que se faça ampliação e reforma de obras estaduais e federais, exceto obras públicas municipais. Encaminhamos a Lei do Vereador para a Consultoria Jurídica da União, sediada em Belém, que é um órgão ligado à AGU, para que verifique os aspectos de constitucionalidade e legalidade dessa Lei. Até o momento em que essa legalidade for contestada judicialmente, essa lei é legal e tem força jurídica para impedir sim a construção da sede da Receita Federal.

Jornal O Impacto: Qual a posição dos advogados da União em relação a esse impasse?

Delegada Maria de Lourdes: Os advogados já estão com a Lei e a sentença favorável à União e estão analisando se cabe ou não alguma ação. No entanto, inicialmente o consultor jurídico da União, juntamente com a Superintendência Adjunta do Patrimônio da União e a Superintendência da Receita Federal em Belém, estão tentando um acordo extrajudicial, para melhor atender a população de Santarém.

Jornal O Impacto: O prefeito Alexandre Von tem demonstrado interesse em resolver essa questão?

Delegada Maria de Lourdes: Podemos dizer que sim. Já estivemos reunidos com o prefeito Alexandre Von umas três vezes. A última vez que aconteceu, foi no final de março. Estivemos reunidos, também, com a representante da Superintendência Adjunta do Patrimônio da União e o procurador jurídico da União no Pará. Essa reunião aconteceu no gabinete do Prefeito, onde foram colocadas algumas propostas para um acordo, inclusive, de permutas diárias para que pudesse viabilizar a construção da sede. No final de abril deste ano, a Superintendência Adjunta do Patrimônio da União encaminhou um oficio para a Prefeitura de Santarém colocando as três propostas levantadas na reunião e, até o momento não tivemos resposta. Então, estamos aguardando essa resposta, porque já estamos no inicio de julho.

Jornal O Impacto: Além da área da União no Parque da Cidade existe outro terreno, onde há possibilidades de ser construída a nova Delegacia da Receita Federal?

Delegada Maria de Lourdes: Da União não. Houve uma proposta que fosse construída em um terreno localizado na Travessa Castelo Branco, entre as avenidas Turiano Meira e Curuá-Una, no entanto, a área não é adequada, haja vista sua localização e alguns problemas que já sabemos que lá existe, inclusive, relacionado a infraestrutura do local. Além disso, não é toda a área que está disponível, porque já existem lotes doados para órgãos e outras entidades. No momento não temos outra área onde possa ser construída a sede da RFB.

Jornal O Impacto: Já tem data prevista para ser publicada a licitação da obra de construção da sede da Receita Federal?

Delegada Maria de Lourdes: Ainda não. Estamos necessitando dar continuidade ao projeto básico. Já temos uma empresa contratada para elaborar o projeto básico. A obra da nova delegacia deve observar todas as normas do direito ambiental, então, tem que ser adequada ao meio ambiente. Para que seja elaborado o projeto básico, é necessário que se faça uma licença do meio ambiente, que no momento está impedido por força da Lei Complementar 10.213. Então, estamos impossibilitados de elaborar o projeto básico e, temos um contrato com essa empresa, mas está suspenso por conta disso. Somente após a elaboração do projeto básico é que a Receita Federal terá condições de licitar o projeto de construção da obra.

Jornal O Impacto: Hoje, a Delegacia da Receita Federal de Santarém atende quantos municípios da região Oeste do Pará?

Delegada Maria de Lourdes: Ela atende, além de Santarém mais 27 municípios. Os municípios são distribuídos na sede da Delegacia de Santarém e nas agências de Oriximiná, Altamira, Itaituba e Inspetoria de Óbidos.

Jornal O Impacto: Está previsto a implantação de uma nova Agência da Receita Federal em Novo Progresso?

Delegada Maria de Lourdes: No regimento da Receita Federal, há uma agência em Novo Progresso. Por questões operacionais, essa agência foi desativada em 2012, mas estamos tentando reabri-la para melhor atender os contribuintes que moram naquela área.

Jornal O Impacto: Hoje, como estão ocorrendo as operações de fiscalização na Base Candirú em Óbidos?

Delegada Maria de Lourdes: Agora o trabalho que era desenvolvido na Base Candirú atualmente está sendo realizado pela Inspetoria de Óbidos. Não existe mais a Base Candirú, mas os analistas e os auditores que trabalham na Inspetoria de Óbidos desenvolvem o mesmo trabalho. Os funcionários da Receita Federal desenvolvem o trabalho, seja através de operações ou quando são chamados para participar de operações no Porto de Óbidos.

Por: Manoel Cardoso

2 comentários em “Delegada: “Receita Federal não abrirá mão do Parque da Cidade”

  • 7 de julho de 2014 em 16:53
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    O cidadão sai pra caminhar pra melhorar a saúde!…etc… Quando passar na frente do prédio da receita federal ele vai lembrar do leão ai pode até morrer.Antes ali era o inferno da cidade agora,ate o leão da receita quer abocanhar um pedaço.Isso é Santarém minha gente.

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  • 7 de julho de 2014 em 16:48
    Permalink

    O cidadão sai pra caminhar pra melhorar a saúde!…etc… Quando passar na frente do prédio da receita federal ele vai lembrar do leão ai pode até morrer.Antes ali era o inferno da cidade agora,agora ate o leão da receita quer abocanhar um pedaço.

    Resposta

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