Dom Tiago, o líder religioso que falava a língua do povo
Se vivo fosse, o então bispo emérito de Santarém, Dom Tiago Ryan, estaria completando 98 anos de idade.Dom Tiago, nasceu no dia 19 de novembro de 1912 e faleceu na mesma cidade de Chicago (Estados Unidos), no ano de 2002. depois que foi constatado um câncer em seu estômago. No final de sua vida, o saudoso Bispo Emérito da Pérola do Tapajós usava bengala e aparelho de audição. Estava aposentado desde 1985, quando passou o cargo para seu sucessor Dom Lino Von Bommel, mesmo ano em que foi destaque de uma matéria especial do jornal New York Times.
Nesta matéria, assinada pelo jornalista norte- americano Larry Rohter, o destaque de que “o bispo é personagem de várias histórias, muitas delas ligadas à sua língua solta. Houve uma vez, durante a ditadura militar, em que o então presidente do Brasil general Ernesto Geisel, em visita a Santarém, lhe perguntou: ‘Reverendo, como vai seu rebanho?’. ‘O meu rebanho vai bem, e o seu, como vai?’, respondeu o bispo. O general levou na esportiva, mas outras autoridades militares passaram a olhar o bispo Ryan como uma ameaça”.
Outro caso relatado pelo conceituado jornal norte americano Nova York Times, ocorreu quando um coronel do exército baseado em Santarém o acusou de estar a serviço de uma potência estrangeira e o ameaçou de expulsão, os admiradores do bispo Ryan assinaram uma baixo assinado com mais de 30 mil assinaturas pedindo sua permanência no país.
Histórico- James Ryan, nasceu no bairro irlandês de Chicago e chegou á Santarém no mes de junho de 1943, junto com outros franciscanos, Junípero Freitag, Severino, Tadeu Prost. Demorou um mês para chegar aqui e, sem saber português, no começo, tentou se fazer entender em latim. Após seu falecimento,o corpo de Dom Tiago Ryan foi trasladado a Santarém. Seus restos mortais repousam na Igreja da Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Esta é a homenagem do site RG 15 /O Impacto a um grande ícone da evangelização cristã.
Da Redação
Um verdadeiro PAI na acepção da palavra.Dom Tiago foi quem celebrou o casamento de meus pais e me batizou, quando era pároco da minha querida Fordlândia.Era muito amigo de meus pais e minha avó Regina. Era de uma memória fantástica. Catorze anos depois,(1968) estando eu, sozinho na recepção – fazendo prova para admissão no seminário São Pio Décimo, já em Santarém e ele já bispo,adentra o seminário e, ao passar pela recepção, lança aquele olhar de verificação e segue. Ato contínuo, volta, entra na sala e me pergunta: “voce não é o filho de Bianor e Socorro? À minha confirmação, e com o jornal do Brasil dobrado em suas mãos, sapeca uma jornalada em minha cabeça e e diz com aquele sotaque que lhe era peculiar: Oh! gente de casa!”
Quanta saudade….