Auxiliar de enfermagem confessa ter aplicado vaselina
Ela prestou depoimento, por cerca de três horas, na tarde de hoje no 73º Distrito Policial, no Jaçanã. A mulher de 26 anos, cujo nome está sendo mantido em sigilo, estava acompanhada por dois advogados e não falou com os jornalistas. Segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), a auxiliar de enfermagem afirmou que pegou o frasco com vaselina em um armário em que normalmente eram armazenados apenas os frascos de soro e que por isso ela não leu o rótulo. O delegado-assistente Antônio Carlos Corsi Sobrinho irá questionar o hospital sobre o armazenamento das medicações. Ele também vai esperar a conclusão dos laudos e o resultado da perícia nos frascos, realizado pelo Instituto de Criminalística (IC), para concluir o inquérito.
A assessoria da SSP não confirmou se a auxiliar de enfermagem já foi indiciada por homicídio culposo – quando não há intenção de matar. Antes do depoimento, Corsi Sobrinho havia afirmado que ela poderia ser indiciada ainda hoje. A pena prevista para esse crime é de um a três anos de detenção.
Além da auxiliar de enfermagem, prestaram depoimento dois médicos e o chefe de enfermagem que trabalhavam no plantão da sexta-feira, com a auxiliar de enfermagem. Corsi Sobrinho afirmou que a suspeita de ter cometido o engano trabalha no hospital há dois anos.
A auxiliar de enfermagem é a mesma mulher indicada, por meio de foto, pela mãe da menina. No fim de semana, Stephanie chegou ao Hospital São Luiz Gonzaga com sintomas de virose e morreu depois de receber vaselina líquida, em vez de soro, na veia. Ela chegou a ser transferida para a Santa Casa, no centro, mas não resistiu.
Depois da troca dos medicamentos, o superintendente da Santa Casa, que administra o Hospital São Luiz Gonzaga, disse que a entidade pretende usar rótulos ou até vidros diferentes para guardar vaselina e soro. A medida deve ser tomada para que o erro não volte a acontecer.
Da Redação