Câmeras registram mais um ataque a gays na região da Paulista
Houve mais um ataque contra homossexuais na região da Avenida Paulista. Câmeras de segurança registraram o momento em que as vítimas foram agredidas violentamente por um homem, na madrugada de domingo (5). Nos últimos meses, foram pelo menos seis ataques como este na região.
As imagens mostram três rapazes saindo de uma festa no domingo. Um deles ficou na esquina e dois retornam em seguida. Eram 4h20 do último dia 5. Ao perceber que estão sendo seguidos por um homem, eles aceleram o passo. Um deles desconfiou de assalto. No instante seguinte aconteceu o ataque. Enquanto uma das vítimas cai, atordoada, o amigo também apanha.
O agressor para quando é puxado por uma mulher. Outra câmera também registra a ação. Um designer, de 32 anos, que levou o primeiro golpe acha que foi atacado porque é homossexual. Foram nove pontos no rosto. O agressor usava um soco inglês.
“Não houve uma provocação, não houve uma briga, só ele desferindo os golpes contra a gente. Isso não tem uma explicação lógica. Eu tento enxergar uma explicação, mas não tem como saber o que é”, afirmou a vítima.
As imagens das câmeras de segurança de um prédio ajudam a polícia na procura pelo agressor. Os investigadores notaram três detalhes: quem bate é canhoto, sabe lutar e usa uma blusa que é moda entre os skinheads.
Os skinheads costumam se reunir na esquina da Avenida Paulista com a Avenida Brigadeiro Luís Antonio. Os punks se encontram em bares, a poucos quarteirões daqui. E, por toda esta região, no centro da cidade existem casas noturnas frequentadas por homossexuais. Segundo a polícia, quando os grupos se encontram, o preconceito e a intolerância geram confrontos.
Foram pelo menos seis ataques nos últimos meses, com oito vítimas. Um perto do outro e sempre entre 4h e 7h. “Polícias civil e militar vão fazer operações integradas na área mais sensível que a gente tem aqui. A médio e longo prazos a gente tem que investir em política de educação para diversidade, para gente poder conviver com outras pessoas que são diferentes da gente”, explicou Margarette Barreto, delegada titular da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Do G1 SP