Inquérito responsabiliza mãe do bebê
Deve encerrar hoje (6) o inquérito sobre o caso do bebê que foi abandonado no quintal de uma casa no bairro da Pedreira. Natalino de Jesus, como foi chamado pelos conselheiros tutelares que o encaminharam após ele ter sido resgatado por uma equipe do Samu, foi levado na última terça-feira para o abrigo estadual Começo Feliz, no conjunto Satélite, após ter recebido alta da Santa Casa de Misericórdia, onde ficou internado por 10 dias.
De acordo com o delegado Glauco Nascimento, diretor da Seccional da Pedreira e responsável pelo caso, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público que deverá formalizar a denúncia para a Justiça. “Esse processo deve correr durante pelo menos seis meses. Como há indícios de crime, é bem provável que o juiz aceite a denúncia”. Ainda segundo o delegado, Elinaura Nascimento Santos deve ser indiciada por tentativa de homicídio.
Mesmo Elinaura tendo confessado ser a mãe do bebê e ter jogado a criança por cima de um muro de quase 2m de altura, o conselheiro tutelar responsável pelo caso, Abner Lopes, afirma que ela não poderá visitar a criança até que a Justiça comprove seu parentesco. “As visitas para ela somente serão liberadas após o teste de DNA comprovar que realmente é a mãe do bebê”. Segundo Lopes, a Justiça só deverá pedir a realização do DNA a partir da semana que vem, após o recesso de fim de ano.
SEIS MESES
O conselheiro tutelar atenta que, conforme a nova lei de adoção, a criança não poderá permanecer mais de seis meses no abrigo. O conselheiro também afirma que é nesse momento que o Juizado da Criança e do Adolescente realizará um estudo do caso para decidir se Natalino fica com algum parente ou se será encaminhado à adoção.
Defensor de Elinaura, o advogado Américo Leal afirma que só irá se pronunciar após a decisão da Justiça. “Vamos aguardar para verificar do que ela será acusada, se de tentativa de infanticídio ou de abandono de incapaz. A partir daí vamos fazer a primeira defesa”.
SAÚDE
No abrigo para onde o bebê foi encaminhado, a psicóloga Ana Cláudia Albuquerque informou que o estado de saúde da criança é bom e que todos os auxílios necessários estão sendo dados a Natalino.
Segundo ela, o bebê não foi visitado por nenhum parente. “Não sabemos quando alguém virá procurá-lo, mas estamos trabalhando para o bem-estar da criança”.
A psicóloga ainda disse que a destituição do poder familiar (primeiro processo para o encaminhamento à adoção) irá demorar para acontecer, pois será feita uma avaliação de todas as possibilidades e de preferências de onde e com quem a criança deverá ficar.
O DIÁRIO tentou ouvir os juízes do Juizado da Infância e da Adolescência para averiguar quais devem ser os encaminhamentos após a apresentação da denúncia, mas não conseguiu contato.
Diário do Pará