Puty usou força política para liberar projetos
A Polícia Federal (PF) não tem nenhuma dúvida: Cláudio Puty, que era no governo de Ana Júlia Carepa chefe da Casa Civil e se desincompatibilizou do cargo para concorrer a deputado federal pelo PT, conseguindo se eleger, utilizou sua força política para patrocinar junto à Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) processos de interesses de madeireiras que bancaram sua campanha eleitoral. O encarregado de facilitar as coisas na Sema era o secretário adjunto, Cláudio Cunha.
“Já em maio de 2010, notou-se que a aprovação de planos de manejo era uma moeda de troca para apoio político nas eleições que se aproximavam”, diz o relatório da PF em um dos onze volumes que contém degravações de conversas telefônicas. Em uma das conversas, Sebastião Ferreira Neto, o “Ferreirinha”, presidente do Águia de Marabá e então candidato a deputado estadual, comenta com o servidor da Sema, Dionísio Oliveira, que Puty teria conseguido aprovar um plano de manejo deles, razão pela qual ele apoiaria o petista ao cargo de deputado federal.
Oliveira vai a Marabá e a Dom Eliseu. Seu objetivo é vender as toras de madeira. Está disposto a exigir do governo a aprovação de seus projetos, diz a PF. Encontrou pessoas do sul do Pará que deram apoio a ele porque tiveram projeto aprovado através de Puty. Foram planos de manejo de Conceição do Araguaia, Santana do Araguaia e Xinguara.
Diário do Pará