Com Taça das Bolinhas nas mãos, Juvenal diz: 'Vou me deliciar com ela'
A Taça das Bolinhas está nas mãos do São Paulo. Quase um ano depois da decisão tomada pela CBF em abril de 2010, o clube recebeu, nesta segunda-feira, o símbolo por ser considerado oficialmente o primeiro clube a conquistar cinco vezes o título de campeão brasileiro (1977, 1986, 1991, 2006 e 2007). A Caixa Econômica Federal, criadora do troféu, fez a entrega ao presidente do clube paulista, Juvenal Juvêncio, no auditório do Tribunal Federal Regional.
Além de Juvenal, o goleiro Rogério Ceni, o ex-goleiro Zetti, o vice de futebol, Carlos Augusto de Barros e Silva, e o ex-governador e ex-presidente do Tricolor, Laudo Natel, estiveram presentes na cerimônia. Sempre irreverente, Juvêncio disse que a taça está nas mãos certas, apesar de o Flamengo ter brigado nos últimos anos para recebê-la. O time carioca não conseguiu o reconhecimento da CBF no título nacional de 1987 porque o Sport foi considerado pela Justiça Comum o campeão.
Por ter permanecido durante anos guardada e sem um dono, a peça precisou passar por um processo de restauração, pois se encontrava oxidada. O troféu, criado pelo artista plástico Maurício Salgueiro, é composto por 156 esferas em ouro e prata, distribuídas em 13 níveis, apoiadas em uma base de jacarandá.
– A taça pertence ao São Paulo. Vou me deliciar com ela, exibir e depois guardar em algum lugar que ainda não escolhi. Essa discussão sobre o dono da taça vai permear a semana ou até os próximos 15 dias, mas isso é do esporte. O Sport foi à Justiça, ganhou em primeira e segunda instância e o caso transitou em julgado, há uma decisão irrevogável – destacou o presidente do São Paulo.
O Flamengo bem que tentou impedir a entrega da taça nesta segunda através de uma liminar conseguida no Tribunal de Justiça do Rio, mas a manobra não mudou o curso da cerimônia. Juvêncio reafirmou que o troféu pertencia mesmo ao São Paulo.
– Eu mandei um e-mail para a Patrícia dizendo que cabia mais ao São Paulo receber a taça, pois foi pentacampeão, já é hexa e conquistou ainda três campeonatos seguidos. Só o São Paulo conseguiu isso. Também sou campeão. Três vezes como presidente e em 1986 como diretor de futebol – acrescentou o mandatário.
Entenda a polêmica da Taça das Bolinhas
Durante o período em que foi o troféu oficial dos campeões brasileiros, a peça ficava com o clube vencedor para exposição ao público e retornava à Caixa, proprietária da taça. No entanto, a partir de 1992, a cerimônia de entrega do troféu não foi mais realizada em atendimento a um pedido da CBF por conta da polêmica sobre o campeão brasileiro de 1987. Desde então, a taça ficou em um cofre da Caixa, sendo recentemente restaurada para a entrega.
No fim do ano passado, quando a CBF decidiu unificar os títulos nacionais conquistados antes de 1971, o Flamengo tinha esperança de que a Copa União de 1987 fizesse parte da cerimônia. Na ocasião, o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, disse que não poderia fazê-lo por conta da decisão judicial que considera o Sport campeão naquele ano. Patrícia Amorim, presidente do Flamengo, respondeu com ironia ao dirigente e prometeu lutar na justiça pelo reconhecimento.
No site oficial tricolor, Juvenal Juvêncio publicou neste domingo uma carta para dar satisfação a Patrícia Amorim sobre o caso. Juvenal e Patrícia foram aliados na última eleição do Clube dos 13, ajudando a eleger Fábio Koff. Além da recente proximidade política, existe o delicado fato de a diretoria do São Paulo ter se engajado na criação da Copa União de 87, ano em que os clubes decidiram organizar o campeonato nacional sem a CBF. Na carta, Juvenal é respeitoso, elogia Patrícia, mas diz que não pode abrir mão de um troféu “que materializa o símbolo de algumas das mais importantes conquistas desportivas dessa entidade”. Ao mesmo tempo, faz um afago aos rubro-negros, afirmando que “ninguém há de negar, especialmente o SPFC, que teve a honra de participar da própria concepção da competição e ter dela feito parte, a importância e o significado da conquista da Copa União de 1987”.
O troféu Caixa Econômica Federal foi criado em 1975, por meio de um concurso vencido pelo artista plástico Maurício Salgueiro, e é composto de 156 esferas de ouro e prata.
Do G1