Procura por consórcios para compra de veículos sobe 9,7% em 2010
O Sistema de Consórcios fechou 2010 com 3,93 milhões de consorciados no segmento de veículos em geral. De acordo com balanço divulgado pela Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (Abac) nesta terça-feira (15), o número representa crescimento de 7,3% em relação aos registros de 2009. Também em alta, de 9,7%, as vendas de novas cotas somaram 1,81 milhão de janeiro a dezembro de 2010. No ano anterior, haviam sido registradas 1,65 milhão.
Já as contemplações no segmento — consorciados que tiveram a oportunidade de comprar bens —, aumentaram de 824,9 mil em todo o ano de 2009 para 872,2 mil, em 2010. A expansão é de 5,7%.
Motocicletas
Ao separar por segmento, o de motocicletas e motonetas representou mais de 50% dos participantes do sistema. Isso porque para o público consumidor de motos de baixa cilindrada o consórcio é mais acessível do que os planos de financiamentos, restritos pelos bancos.
De acordo com a Abac, dezembro de 2010 foi encerrado com 2,1 milhões de consorciados, aumento de 3,4% em relação aos 2,03 milhões registrados em no mesmo mês do ano anterior. No caso das vendas de novas cotas, elas subiram 1,7%, de 1,16 milhão de janeiro a dezembro de 2009 para 1,18 milhão no mesmo período de 2010.
As contemplações somaram 622,2 mil em todo o ano de 2010. Aumento de 3,2% na comparação com as 603,1 mil observadas em 2009.
No setor de motos, o ticket médio do ano (valor médio da cota durante o ano) foi de R$ 10.159 em 2010, crescimento de 14% sobre os R$ 8.911 mil vistos em 2009.
Automóveis, camionetas e utilitários
O setor de veículos leves (automóveis, camionetas e utilitários) mostrou crescimento de 30% nas vendas de novas cotas: de 447,2 mil, em 2009, para 580,6 mil, em 2010. Já o número de participantes aumentou 16,9%. Em dezembro, a Abac constatou 1,13 milhão de consorciados no setor, contra os 966,6 mil em dezembro de 2009.
As contemplações somaram 223,4 mil de janeiro a dezembro de 2010, aumento de 13,9% em relação as 196,1 mil registradas no mesmo período de 2009.
Segundo a associação, o ticket médio anual foi de R$ 39.635 em 2010. O crescimento é de 17,2% sobre o ano de 2009, com valor médio da cota anual de R$ 33.821.
Veículos pesados
Já as vendas de novas cotas caminhões, ônibus, semi-reboques, tratores e implementos por meio de consórcios subiram 11,4%, de 42 mil, em 2009, para 46,8 mil, em 2010. Assim, o número de participantes subiu 3,4%, de 162 mil em dezembro de 2009 para 167,5 mil no ano passado.
A Abac atribui o crescimento ao aumento de grandes obras, à elevação do consumo de commodities e ao aumento e renovações de frotas. Assim, o ticket médio anual subiu 9,1%, de R$ 129.738, em 2009, para R$ 141.516 em 2010.
As contemplações subiram 3,1%: foram 26,6 mil, em 2010, contra 25,8 mil, em 2009.
Perspectivas para 2011
Entre os veículos automotores, a expectativa da Abac está no crescimento maior dos leves pela entrada de novas marcas e por fatores como a estabilidade dos preços e a oportunidade de utilização do crédito da contemplação nas promoções periódicas, já tradicionais nesse mercado.
“Os veículos seminovos também fazem parte da cadeia de negócios, visto que a compra de um novo gera, por vezes, a comercialização de um usado, cuja aquisição também pode ser feita por meio de uma carta de crédito”, reforça a Abac em nota. As recentes alterações nas condições de financiamento também poderão favorecer as adesões ao sistema.
Para a associação, no setor de veículos pesados (caminhões, ônibus, tratores, semirreboques, implementos rodoviários e agrícolas, entre outros), vários fatores impactarão as vendas de cotas como as grandes obras necessárias para realização da Copa do Mundo 2014 e da Olimpíada do Rio de Janeiro, o aumento na produção agrícola e nas exportações de commodities, e a substituição dos caminhões pesados por leves e semileves quando da circulação nas principais regiões metropolitanas, além do início da renovação dos veículos já se enquadrando no EURO V.
“Nesse cenário o consórcio se adequa para a renovação de frota propiciando ao frotista ou ao autônomo maior performance do veículo com conseqüente redução de despesas de manutenção do caminhão ou da máquina agrícola, em uso”, diz a entidade.
“A migração que vem ocorrendo entre as classes sociais, com brasileiros da classe D transferindo-se para C, e os da C indo para B, sinalizam o desejo de conquistar e usufruir maior qualidade de vida. Isto nos permite projetar um crescimento nos consórcios entre 7% e 8% nos negócios com novas cotas”, diz o presidente executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi.
Do G1