Pobre é obrigado a agendar os enterros
Famílias de baixa renda em Belém não têm mais como enterrar seus mortos em um cemitério público sem agendar o sepultamento com ao menos um dia de antecedência. A alternativa é pagar R$ 3 mil por uma sepultura perpétua. O cemitério parque do Tapanã, com 20 mil sepulturas rotativas, tem 47 mil pessoas sepultadas, mais que o dobro de sua capacidade. O Ministério Público do Estado (MPE) promete uma ação na Justiça para obrigar a Prefeitura de Belém a abrir novos cemitérios públicos ou fornos crematórios e acabar com o agendamento de enterros.
O promotor de Justiça Benedito Wilson Sá, da promotoria de Defesa do Meio Ambiente e Patrimônio Cultural, afirma que agendar sepultamentos é um absurdo. Ele ressalta que é obrigação da prefeitura dar condições para um enterro digno aos munícipes. “Vivemos uma situação surreal em Belém. Onde já se viu ter de agendar o sepultamento e passar dois, três ou quatro dias esperando até que a vaga esteja disponível. Isso mostra descaso do prefeito, que continua com a política do ‘deixa estar para ver como fica’”, criticou.
Sá ressalta que o Pará é o segundo maior estado da Federação em extensão territorial. Por essa razão, novos cemitérios deveriam ser procurados, mas fora de Belém, pois não há mais espaço na capital. Uma alternativa seria criar espaços nos cemitérios para gavetões. Outra opção, além da complicada tarefa de criar um novo cemitério por diversas questões ambientais, seria a construção de fornos crematórios públicos.
Do ORM