Deputado pede CPI para investigar fraudes na AL
O deputado Edmilson Rodrigues (PSol) começou a coletar ontem assinaturas para o requerimento de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com o objetivo de investigar fraudes no setor de pessoal da própria Assembléia Legislativa (AL).
Há denúncias de concessão de gratificações por atos secretos, uso de fantasmas para recebimento de altos salários e a concessão de empréstimos consignados para servidores comissionados, quando o benefício seria exclusivo para os efetivos (concursados e com estabilidade). Por enquanto, contudo, a proposta de Rodrigues não empolgou os parlamentares. Para apresentar o pedido de CPI à Mesa serão necessárias pelo menos 14 assinaturas. Apenas o próprio Edmilson havia assinado o requerimento até a tarde de ontem.
“Ela (Mônica) foi demitida. Significa que judicialmente não é obrigada a vir depor em uma mera sindicância. A CPI assume poder judicial. Pode convocar. Pode apurar com mais agilidade e profundidade”, justificou Edmilson, que disse estranhar o fato de, “em meio ao escândalo haver uma tentativa política de dizer que a servidora não é de confiança de ninguém”. “Se não era efetiva e tinha cargo de chefia, ela era duplamente de confiança. Uma fraude dessa não se realiza sozinha. Nesse caso, não cabe carreira solo. Quem a acompanha? Só a investigação iria dizer”.
No plenário, o presidente da Assembléia, Manoel Pioneiro (PSDB), que tem se recusado a dar entrevistas, disse que não há necessidade de CPI porque os demais casos estariam sendo alvo de uma apuração “feita com total transparência pelo Ministério Público Estadual”. No MPE, contudo, a informação é de que a investigação ainda estaria no estágio inicial, com a fase de pedido de informações à AL.
O líder do PT, Carlos Bodalo, disse que a bancada não descarta a CPI, mas vai primeiro avaliar as medidas que serão tomadas pela Mesa Diretora. Ontem, a pedido do PT, foi realizada uma reunião do conselho de líderes para que Pioneiro informasse as ações em andamento. “Até agora não fizemos uma discussão (sobre a CPI), mas defendemos que os procedimentos têm que passar a casa a limpo. A sociedade está ansiosa por uma solução”. Bordalo disse que a cautela em relação à CPI é apenas para não banalizar a Comissão Parlamentar de Inquérito.
(Diário do Pará)