Morre Renato Guerreiro, o 1º presidente da Anatel

Renato Guerreiro

Morreu na manhã de hoje (28), em Brasília, o engenheiro paraense Renato Guerreiro, primeiro presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Natural de Oriximiná, Guerreiro é considerado um dos principais responsáveis pela construção do novo modelo do setor de telecomunicações no país. Renato é irmão do jornalista Guilherme Guerreiro, da Rádio Clube do Pará. Guerreiro faleceu às 6h, em decorrência de um câncer. Ele deixa esposa, dois filhos e três netos.

Renato Guerreiro, 62 anos, era consultor e formado em engenharia elétrica, com especialidade em Telecomunicações, pela Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro. Antes da privatização do Sistema Telebrás, foi secretário-executivo do Ministério das Comunicações. Seu corpo será velado a partir das 15 horas, na Capela 1 do Cemitério de Brasília. A cerimônia de cremação será amanhã (1º).

Guerreiro participou de decisões relevantes para o setor de telecomunicações no Brasil, algumas bem-recebidas outras nem tanto. Uma delas, inclusive, mobilizou a indústria no país e no mundo que foi a escolha da faixa de 1,8GHz para o serviço móvel celular e a de 2,1 GHz para a Terceira Geração. Também referendou a posição do ministro Sérgio Motta para que a internet fosse classificada como serviço de valor adicionado – o que impediu o monopólio da web pela Embratel em 1995 e referendou a competição de provedores de serviços.

Guerreiro esteve à frente da Anatel de novembro de 1997 até abril de 2002, quando a agência contou com um dos melhores quadros dirigentes – Francisco Perrone, Antonio Carlos Valente e outros, que terminaram indo para posições relevantes nas companhias privadas. Durante a sua gestão recebeu críticas por centralizar o foco decisivo na Anatel, em detrimento, do Ministério das Comunicações, para quem era subordinado. Mas também conduziu a popularização da telefonia celular e da internet.

O serviço móvel, por exemplo, foi levado para a sua cidade natal – Oriximiná, no Pará. Depois de dois mandatos à frente do órgão regulador do setor, preferiu deixar a autarquia no início do Governo Lula e passar a atuar como consultor, criando a Guerreiro Consulting, onde conduziu estudos setoriais. Também como consultor, Guerreiro sempre defendeu a unificação das entidades de classe para que o setor pudesse ter mais voz junto as autoridades do país.

(DOL, com O Globo e UOL)

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