Religiosos sofrem ameaças de morte no Pará
O Regional Norte II da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) – sediado em Belém – expressou, ontem, por meio de uma nota, a sua preocupação com a segurança dos missionários e missionárias defensores dos Direitos Humanos que trabalham no Pará e Amapá, que estão ameaçados de morte, mas “não estão recebendo a devida proteção do Estado”.
A nota cita matéria publicada na revista Carta Capital, na edição de 9 de março, em que a irmã Maria Henriqueta Cavalcante, da Comissão de Justiça e Paz do CNBB-2, aparece como umas das 13 pessoas ameaçadas de morte no Pará (incluindo bispos, religiosos e leigos) que não estariam recebendo a devida proteção, apesar dos pedidos já feitos e da inclusão dela no Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, do Governo Federal, realizado em parceria com os Estados
A nota denuncia que já foi solicitado à Secretaria de Estado de Segurança Pública (Segup) proteção aos defensores de direitos humanos e que os pedidos já foram autorizados, “mas até o momento não receberam a devida assistência do poder público”.
A irmã Maria Henriqueta vem recebendo ameaças por telefone há dois anos, desde que contribuiu para os trabalhos da CPI da Pedofilia da Assembleia Legislativa do Estado que resultou na condenação do ex-deputado estadual Luiz Sefer a 21 anos de prisão. Contatada pelo DIÁRIO no início da noite de ontem, a irmã não pôde se manifestar porque estava passando por uma crise de pressão alta.
À Carta Capital, o defensor público Márcio Cruz, coordenador regional do Programa Nacional de Proteção aos Defensores de Direitos Humanos, afirma que somente sete militantes são protegidos no Pará por “falta de estrutura”.
O QUE DIZ A SEGUP
O secretário de Segurança Pública do Estado, Luiz Fernandes Rocha, informou que um policial civil já foi destacado para acompanhar a irmã Henriqueta. Ele reconheceu que o Estado “não tem policiais suficientes para cada um dos ameaçados”. “Os policiais estão se desdobrando para atender a população, mas não dá para fabricar policiais”,
O secretário disse que não recebeu até agora pedidos de apuração das ameaças.
Fonte: Diário do Pará